VIDA E MORTE EM CONTEXTO DE DOMINAÇÃO BIOPOLÍTICA – Peter Pál Pelbart

Nunca o poder chegou tão longe e tão fundo no cerne da subjetividade e da própria vida.”

quando parece que <está tudo dominado>, como diz um rap brasileiro, no extremo da linha se insinua uma reviravolta: aquilo que parecia submetido, controlado, dominado, isto é, <a vida>, revela no processo mesmo de expropriação sua potência indomável.

Retomo brevemente a descrição feita por Giorgio Agamben a respeito daqueles que, no campo de concentração, recebiam essa designação terminal (muçulmanos). O <muçulmano> era o cadáver ambulante” “O <muçulmano> era o detido que havia desistido, indiferente a tudo que o rodeava, exausto demais para compreender aquilo que o esperava em breve, a morte. Essa vida não-humana já estava excessivamente esvaziada para que pudesse sequer sofrer. Por que muçulmano, já que se tratava sobretudo de judeus? Porque entregava sua vida ao destino, conforme a imagem simplória, preconceituosa e certamente injusta de um suposto fatalismo islâmico: o muslim é aquele que se submete sem reserva à vontade divina.” “O biopoder contemporâneo, conclui Agamben torcendo um pouco a concepção de Foucault, reduz a vida à sobrevida biológica, produz sobreviventes. De Guantánamo à África, isso se confirma a cada dia.”

Gerir a vida, mais do que exigir a morte. Assim, se antes o poder consistia num mecanismo de subtração ou extorsão, seja da riqueza, do trabalho, do corpo, do sangue, culminando com o privilégio de suprimir a própria vida, o biopoder passa agora a funcionar na base da incitação, do reforço e da vigilância, visando à otimização das forças vitais que ele submete” “Claro que o nazismo consiste num cruzamento extremo entre a soberania e o biopoder, ao fazer viver (a <raça ariana>), e fazer morrer (as raças ditas <inferiores>), um em nome do outro.”

A sobrevida é a vida humana reduzida a seu mínimo biológico, à sua nudez última, à vida sem forma, ao mero fato da vida, ao que Agamben chama de vida nua.” “de certa maneira estamos todos nessa condição terminal. Até Bruno Bettelheim, sobrevivente de Dachau, quando descreve o comandante do campo, qualifica-o como uma espécie de <muçulmano>, <bem-alimentado e bem-vestido>.”

ele não se restringe aos regimes totalitários, e inclui plenamente a democracia ocidental, a sociedade de consumo, o hedonismo de massa, a medicalização da existência”

Agora cada um se submete voluntariamente a uma ascese, seguindo um preceito científico e estético, nas academias ou nos consultórios cirúrgicos” “corpo fascista – diante do modelo inalcançável, boa parcela da população é jogada numa condição de inferioridade sub-humana.”

faço parte do grupo dos hipertensos, dos soropositivos, etc…”, isto só vem fortalecer os riscos da eugenia.”

Na sua análise do 11 de setembro, Slavoj Zizek (Bem-vindo ao deserto do real) contestou o adjetivo de covardes imputado aos terroristas que perpetraram o atentado contra as torres gêmeas. Afinal, eles não tiveram medo da morte, contrariamente aos ocidentais, que não só prezam a vida, conforme se alega, mas querem preservá-la a todo custo, prolongá-la ao máximo.”

até os prazeres são controlados e artificializados: café sem cafeína, cerveja sem álcool, sexo sem sexo, guerra sem baixas, política sem política – a realidade virtualizada.”

Baudrillard (Power Inferno) parece ir numa direção similar, ao tentar pensar o 11 de setembro em função da suspensão de sentido que ele suscita.”

A assertividade da fé ali presente nos impede de entrever nesses atos qualquer traço de niilismo ativo, já que eles se realizam justamente sob o signo daqueles valores que a morte de Deus parecia ter inteiramente soterrado”

Dostoiévski jamais se livrou do fascínio por esses homens monstruosos, e talvez a fronteira decisiva não seja entre os bons e os maus, mas como o diz o artigo de Raskolnikov em Crime e Castigo, entre os ordinários e os extraordinários, entre os que se submetem em sua mediocridade às leis morais, e os homens que criam para si mesmos as leis, e para quem ‘tudo é permitido’, e cuja consciência sanciona até o crime – com o que os termos bem e mal deixam de ter importância.”

Raskolnikov se colocava já para além do bem e do mal, quando Nietzsche ainda era estudante e todavia sonhava com ideais sublimes, comenta Chestov. Eis uma concepção original de Dostoiévski, que nem Shakespeare possuía, em quem o crime e o mal ainda estão rodeados de remorso.” “Dostoiévski só conseguia descrever e só se interessava pelos espíritos revoltados, aventureiros, os inquietos experimentadores. Quando se punha a descrever os bondosos, caía numa banalidade decepcionante.”

o terrorismo atual não descende de uma história tradicional da anarquia, do niilismo” Baudrillard

O que detestamos em nós, lembra o autor, é aquilo que o Grande Inquisidor de Dostoiévski promete às massas domesticadas, o excesso de realidade, de conforto, de realização, o reino de Deus sobre a terra.”

Quando a vida é reduzida à vida besta em escala planetária, quando o niilismo se dá a ver de maneira tão gritante em nossa própria lassidão, nesse estado hipnótico consumista do Bloom ou do Homo Otarius ou da gorda saúde dominante, cabe perguntar o que poderia ainda sacudir-nos de tal estado de letargia, e se a catástrofe não estaria aí instalada cotidianamente (<o mais sinistro dos hóspedes>), ao invés de ser ela apenas a irrupção súbita de um ato espetacular através de um atentado contra a capital do Império.

À vida sem forma do homem comum, nas condições do niilismo, a revista Tiqqun deu o nome de Bloom. Inspirado no personagem de Joyce, Bloom seria um tipo humano recentemente aparecido no planeta, e que designa essas existências brancas, presenças indiferentes, sem espessura, o homem ordinário, anônimo, talvez agitado quando tem a ilusão de que com isso pode encobrir o tédio, a solidão, a separação, a incompletude, a contingência – o nada.” “o Bloom é já incapaz de alegria assim como de sofrimento, analfabeto das emoções de que recolhe ecos difratados.”

O corpo é aquele que não aguenta mais” Lapoujade

o que o corpo não agüenta mais é a mutilação biopolítica, a intervenção biotecnológica, a modulação estética, a digitalização bioinformática do corpo, o entorpecimento sensorial que esse contexto anestésico lhe inflige… Em suma, e num sentido muito amplo, o que o corpo não agüenta mais é a mortificação sobrevivencialista, seja no estado de exceção, seja na banalidade cotidiana. O muçulmano, o ciberzumbi, o corpo-espetáculo e a gorda saúde (conceito de Deleuze), bloom, por extremas que pareçam suas diferenças, ressoam no efeito anestésico e narcótico, configurando a impermeabilidade de um <corpo blindado> em condições de niilismo terminal.

A ironia da semântica de BLOOM… Mundo cheio de blooms outinais e de Marias-Molly…

Como o observa Barbara Stiegler, para Nietzsche todo sujeito vivo é primeiramente um sujeito afetado, um corpo que sofre de suas afecções, de seus encontros, da alteridade que o atinge, da multidão de estímulos e excitações que lhe cabe selecionar, evitar, escolher, acolher…”

Como então preservar a capacidade de ser afetado? Não seria preciso cultivar uma certa porosidade, até mesmo uma fragilidade, uma sensibilidade que nos devolvesse o poder de ser afetado? Mas como ter a força de estar à altura de sua fraqueza, ao invés de permanecer na fraqueza de cultivar apenas a força?”

Num âmbito mais geral, talvez por isso tantos personagens literários, de Bartleby ao artista da fome, precisem de sua imobilidade, esvaziamento, palidez, no limite do corpo morto, numa espécie de greve branca. (…) Como diz Deleuze, é preciso não mexer-se demais para não espantar os devires.”

Com o bebê só se tem relação afetiva, atlética, impessoal, vital, pois o pequeno é a sede irredutível das forças, a prova mais reveladora das forças. É como se Deleuze perscrutasse um aquém do corpo empírico e da vida individuada, como se ele buscasse, não só em Kafka, Lawrence, Artaud, Nietzsche, mas ao longo de toda sua própria obra, e também, poderíamos dizer, dos efeitos que ela produziu nos mais diversos campos, como se ele buscasse aquele limiar entre a vida e a morte, entre o homem e o animal, entre a loucura e a sanidade, onde nascer e perecer se repercutem mutuamente, pondo em xeque tantas divisões e dicotomias, legadas por nossa tradição.”

ESPINOZA VS. A BIOTECNOLOGIA

Toda a tematização do corpo-sem-órgãos é uma variação em torno desse tema biopolítico por excelência, a vida desfazendo-se do que a aprisiona, do organismo, dos órgãos, da inscrição dos poderes diversos sobre o corpo, ou mesmo de sua redução à vida nua, vida-morta, vida-múmia, vida-concha.”

Eu sou um genital inato, ao enxergar isso de perto isso quer dizer que eu nunca me realizei.

Há imbecis que se crêem seres, seres por inatismo.

Eu sou aquele que para ser deve chicotear seu inatismo” A.A.

E Uno [tradutor japonês de Artaud] comenta que um genital inato é alguém que tenta nascer por si mesmo, fazer um segundo nascimento, para além de sua natureza biológica dada.” “Trata-se de um corpo que tem a coragem de desafiar esse complexo sócio-político que Artaud chamou de juízo de Deus, e que nós chamaríamos de um biopoder, de um poder que se abate sobre nosso corpo…”

Pensemos em Beckett ouvindo Jung dizer, sobre uma paciente: O fato é que ela nunca nasceu. E ele transporta essa frase para o contexto de sua obra.”

NÃO QUIS TER NASCIDO, MAS AGORA NASCEREI: “Essa recusa do nascimento biológico não é a recusa proveniente de um ser que não quer viver, mas daquele que exige nascer de novo, sempre, o tempo todo.”

Rafael foi filho de quem foi e foi quem foi, isto já não interessa… Estou falando de outras coisas, mais fundamentais para mim agora!

vida nua: banalidade biológica

vida besta, exacerbação e disseminação entrópica da vida nua, no seu limite niilista.”

Se os que melhor diagnosticaram a vida bestificada, de Nietzsche e Artaud até os jovens experimentadores e pesquisadores de hoje, têm condições de retomar o corpo como afectibilidade, fluxo, vibração, intensidade, e até mesmo como um poder de começar, não será porque neles a vida besta atingiu um ponto intolerável? Não estamos nós todos nesse ponto de sufocamento, que justamente por isso nos impele numa outra direção? Talvez haja algo na extorsão da vida que deve vir a termo para que esta vida possa aparecer diferentemente… Algo deve ser esgotado, como o pressentiu Deleuze em L’épuisé, para que um outro jogo seja pensável.” Barris de petróleo, talvez…

Bin Laden seria, aos olhos de Chomsky, tudo menos um lunático niilista – seu objetivo consiste em derrubar os governos corruptos instalados e sustentados pelos <infiéis> nos territórios muçulmanos, para ali instituir uma versão extremista do Islã”

O poder dominante é aquele que consegue impor e assim legitimar, na verdade até legalizar…, em um palco nacional ou mundial, a terminologia e a interpretação que mais lhe convém em uma determinada situação. Foi assim no curso de uma longa e complicada história que os Estados Unidos conseguiram atingir um consenso intergovernamental na América do Sul, para oficialmente chamar de <terrorismo> qualquer resistência política organizada aos poderes estabelecidos.” Derrida, Filosofia em Tempo de Terror

O alargamento da noção de terrorismo nos leva às portas da visionária análise de Virilio sobre o Estado mundial absoluto, à caça do inimigo qualquer. É a idéia necrófila que Deleuze já vê inscrita no próprio Apocalipse.”

Obsessão niilística com a Nova Jerusalém: Cada vez que se programa uma cidade radiosa, sabemos perfeitamente que é uma maneira de destruir o mundo, de torná-lo “inabitável e de inaugurar a caça ao inimigo qualquer. (Deleuze, Crítica e Clínica)”

Não há combate que não se trave também contra nós mesmos, contra certos poderes que nos atravessam e nos constituem e dos quais nós resultamos e que nós mesmos sustentamos e aos quais aderimos, à nossa revelia. Ninguém pode imaginar-se habitando o lado certo, a margem independente, o lugar da Grande Recusa, pois ninguém pode considerar-se protegido do que nos constitui por fora e por dentro. Isso pode dar uma impressão claustrofóbica ou sem saída para aqueles que anseiam por dicotomias fáceis, inimigos visíveis, resoluções definitivas, o assalto final ao Palácio de Inverno. Mas o contexto contemporâneo que alguns chamam de Império é mais complexo e sutil, mais móvel e molecular. Contudo, apesar da inimaginável capacidade de expansão e de anexação e depauperação da vida que empreende, está mais próximo da descrição feita por Kafka a Janoush: Não vivemos num mundo destruído, vivemos num mundo transtornado.”

[+] LEITURAS PÓS-INSENSÍVEIS

Juliano Pessanha, Certeza do Agora

Witold Gombrowicz, Contre les poètes

REVIEW OF EXISTENTIAL PSYCHOLOGY AND PSYCHIATRY – Vol. 1, n. 3 (1961)

DIC:

to stride: cope with

MICHAEL WYSCHOGROD: Sartre, Freedom and the Unconscious

Sartre is the first major existential philosopher who formulates explicit views on existential psychoanalysis. While much of Heidegger’s work can be interpreted as an implicit critique of Freudian analysis, Sartre explicitly contrasts his views with those of Freud, thereby moving into the forefront of the discussion around existential psychoanalysis.” “faithful to the Cartesian origins of French philosophy, he places the phenomenon of consciousness in the center of his thought to a much greater extent than Heidegger.”

Where Heidegger had distinguished between the Dasein and the non-Dasein, between existentialities and categories, Sartre’s fundamental distinction is between being-in-itself and being-for-itself” Não continua sendo uma dicotomia fenômeno-essência essência-fenômeno?

Basing himself on Husserl’s notion of intentionality, Sartre finds that all consciousness is consciousness of something.”

Eu sou parte da doença do Ocidente que multiplica as páginas sem nada acrescentar de efetivo: “being-for-itself [Ser-Para-Si], which is characterized, in Sartre, by consciousness and [pseudo-]transcendence [jornada imanente do ser em perpétuo autodesvelamento, negação do afirmado e afirmação do negado, em contradição consigo próprio – condição do homem –; devir, mundo das aparências, corpo{*}], and the being-in-itself [Ser-Em-Si], characterized by ontological solidity [consistência] and non-transcendence [imanência de facto, homem enquanto coisa, noção de unidade e auto-semelhança; ser clássico, mundo dos conceitos, autossuficiência da mente{**}].”

{*} Em certo sentido, sede da liberdade, e por isso berço da ansiedade. Prisão universal do cotidiano e suas vicissitudes.

{**} Berço da indiferença glacial e do tédio. Morada do sábio desde a Grécia Antiga. Topo da pirâmide, instância “estratificada”.

O MAIOR PROBLEMA DA FILOSOFIA?

a man who judges himself to be <lazy>.”

I am lazy”

Quem acha quem lerdo? Quem é lerdo? Quem apenas sabe que alguém é lerdo?

Intelecção da lerdice.

It sucks to be me.

But too much people live only to suck.

Who sucks, sucks some-1-or-some-thing.

Died trying to suck his own.

Made a FOOL circle.

LeClerc sonhou a vida toda em ser Le Cirque.

O Homem é o cristal que falhou.

SUPREMA IRONIA: “The lazy man can, therefore, never rest in his laziness and carry it as a table carries its being-a-table or a stone its being-a-stone.”

Viajar para não mais precisar empreender a única viagem que é de precisão empreender. Empreender-o-nada (viver hoje).

Distrair-se para escapar do fado de ser-mais-que-o-colega-ao-lado…

Por mais petrificados, nunca atingiremos nem mesmo o nível reptiliano de uma tartaruga. I’m a rolling stone, but never a still stone, what a fuckin’ tragedy!

Jegement (autojulgamento)

autojjuízzo compreensivo compressive compre-sisos

ex-traindo suas convicções

e ex-pondo numa parede seus desenhos e rabiscos mais íntimos

Jazz-gernaut

the-journey-of-the-lazy-boy-in-his-way-not-to-be-a-lazy-boy-anymo-no-no-no-nomore

Faith no more

Faith not now still

o-poeta-roqueiro-divorciado

assim que me sinto

não por mim, em Absoluto!

Mas este é o abscôndito juízo dos falantes banais! Afinal o que eles falam é o que eles mais escondem-mostram por glimpses

glee-y-Ipse

i am the chasm i am all this

im bliss im fuzz im bus im light-years ahead and in no-place

A RESPIRAÇÃO

Normally, we feel that we are as incapable of choosing to commit suicide as we are of choosing to fly to the moon or of lifting the Rock of Gibraltar.”

Paulo Patrick me julga bem ou mal

Merda! Não me julgue, melhor que ser julgado santo, herói, papa, invencível, invulnerável, ídolo, modelo de ações!

o homem golfo

Guerra do Goffman

Be-avis and although but-yea

The next alternative then is that the unconscious is unconscious only in the sense that it is not known to my conscious. In and by itself, the unconscious is every bit as conscious as the conscious, the only difference being that it is unknown by the conscious and, therefore, unconscious to it.”

The man I’ll (ill) choose to be maddeningly sterile in all his to-be-attempts.

I can prove It!

Ressuscitar 2 zumbis com uma coelhinha da Playboy só

Picasso não sublimava

Habita que a carpo

Meu censor é muito sem-cor

If we are to remain with one person rather than with three, we must avoid hypostatizing the levels of consciousness to the extent that we find ourselves dealing with three persons who, while interacting, are, nevertheless, distinct.”

Steckel (1954): “Every time that I have been able to carry my investigations far enough, I have established that the crux of the psychosis was conscious.”

the more sincerity there is to begin with, the more profound and interesting the bad faith is.” A má-fé da mulher é pouco interessante.

Édipo empoderado: eu decido quais meus traumas, embora não possa decidir não ter traumas ou ter todos os traumas!

Hoje sonhei que eu tinha um Neo Geo e um Turbografx.

in a very important sense, psychology is the greatest enemy of human freedom ever invented by the mind of man. To the extent to which psychology considers itself a science in the sense in which physics and chemistry are sciences, it commits itself to searching for regularities in human thought and conduct that it can then express in the form o[‘]f[-]laws.”

Nothing prevents our conceiving a priori of a <human reality> which would not be expressed by the will to power, for which the libido would not constitute the original undifferentiated project.” J.-P.S.

HENRY ELKIN: Comment on Sartre from the Standpoint of Existential Psychotherapy

Comecei a ler O Ser e o Nada de Sartre com imensas expectativas, senão entusiasmo e fervor mesmo, dada sua visível preocupação com a estrutura do consciente. Toda a fundamentação conceitual das psicologias profundas não-existenciais¹ está viciada pela incompreensão e negligência generalizadas dessa matéria, que se liga diretamente à essência da mente ou alma humana. Porém, meu esforço o mais das vezes fútil no sentido de capturar as intrincadas sutilezas da lógica sartreana, lógica essa prolongada numa diarréia verbal de intelectualismo compulsivo, me levou repetidas vezes à exasperação. Sou gratíssimo ao Dr. Wyschogrod [autor do artigo anterior] por me apresentar a principal linha de pensamento de Sartre de modo claro e convincente. Compreendo-a como um delineamento marcadamente acurado do problema da psicologia humana, levado a cabo por uma mente brilhante e profunda, conquanto de um intelectualismo estreito. Meu objetivo neste artigo é, através de algumas observações, tornar evidente ao leitor o porquê desse meu juízo sobre Sartre, ao mesmo tempo em que enxerto um pouco de carne e sangue, se vale a metáfora, no esqueleto conceitual sartreano.”

¹ Minha primeira hipótese é que se referia especìficamente aos comportamentalistas; depois revi a nomenclatura atrelada à Psicanálise; por fim, pode ser também uma generalização de ambas as “escolas”, quando não incluir ainda outras vertentes.

At the outset, let me say that his fundamental distinction between being-for-itself and being-in-itself, although relevant to ontology, is misleading for psychology.”

how consciousness acquires its definitive elemental character. (…) this process belongs to the 2nd half of the 1st year of life, and involves what Melanie Klein calls the <depressive position> and René Spitz and others the <8th-month depression>. It is directly induced by the child’s hatred of the mother as countered by the fear to express it because of dependence on her bounties. This is the universal situation of original choice

Onde termina o Nadir começa o Rafael.

Depending on the strength of this ego, the child will choose daringly to express his hatred along with his peremptory desires. At some variable point, however, he will inevitably meet with failure in this heroic course. Insofar as the mother then fails intuitively to understand her child and respond with keen sympathy to his discomfiture, the communion between them is broken; and to that extent, the child, prey to stifled fear and hatred, and unrequited need for love, falls into depression.”

O PRIMEIRO MEGAZORD, MANIPULADO PELA CHAVE DE LOKI, O TRICKSTER ORIGINAL: “This original submission to physical power, which is the prototype of moral infirmity, proves, however, to have an inverse yet prodigious spiritual power: it transforms the physically all-powerful mother into an amiable puppet. Thus the child becomes aware of his seductive charm whose veiled power, moreover, allows for the release of his suppressed hatred in safe disguise. And so arises what I’ve called the autistic ego (or part of the ego) which is founded on fear and hatred, and functions by hidden cunning, artifice, and guile.” Guile tongue. Lânguida linguagem maternal.

The child then inevitably projects his own conscious diabolism on the mother (where it generally befits her own unconscious variety). Hence her endearments especially provoke in him acute paranoid anxiety.” O carinho e o afeto da mamãe gera no bebê cada vez mais consciencioso ansiedade paranóide aguda.

O ideal é converter (o) isso em ansiedade esquizóide crônica – ainda melhor que a opção do tédio – na idade adulta…

TRAGIC COLLATERAL EFFECT/CYCLE: “O conseqüente pânico infantil tende a intensificar a proximidade e os carinhos da mãe.” “breaking point” “blissful state of collective-erotic fusion or identity with the mother. This (the social collectivization) is the psychical foundation of what Sartre calls bad faith. He speaks of it, however, as a free, conscious choice, whereas I portray it as the result of an hypnosis. [in adulthood?]”

A náusea do abismo quiçá seja a nostalgia suprema: nostalgia do ato voluntário de Adão.

A verdadeira questão dessa formação paradoxal da consciência na criança foi, no entanto, enfàticamente posta por Kierkegaard como sendo a escolha entre ser (indivíduo) ou não ser (continuar coletivo, <fusionado> à mãe).”

The choice in favor of one’s collective being, or choosing not to be oneself, perpetuates the mental, spiritual dissolution of the psyche or soul in Bad Faith.” Produção serial de aloísios.

But the choice in favor of personal freedom and integrity, or good faith, involves the great risk of fully liberating the autistic ego from its collectivized state. The danger that may ensue is shown in full degree by those unfortunate persons who are thrown wholly into personal being without choice [?] – by not having been inducted [induzido ou tentado – por Eva?!] or by being rejected or cast out from a state of collective identity.” A conseqüência seria o autismo na história do desenvolvimento do ego. “insanidade ou criminalidade”

Bá, a psicoterapia existencial é muito fraquinha! Descarta as vantagens da Psicanálise e insiste em suas maiores falhas e estereótipos.

The public images of the Hollywood stars well reflect the life of personal freedom as envisioned by modern collectivized man.”

But even when this tension brings forth creative works, the person may still remain in psychic jeopardy as witness the many creative geniuses who behaved psychopathically or succumbed to insanity.”

Bem-vinda! Eu sou o seu tarado da língua!

Não só a psicoterapia, geralmente, fracassa no tratamento do núcleo psicótico do sujeito, como ela estabelece como alvo, em sua teoria e sua técnica, esconder e trancafiar este núcleo, nem que apenas possa fazê-lo ao não atinar com – e, logo, respeitar – os seus significados encobertos. Tal terapia jamais curará o psicótico ou o psicótico borderline, o viciado ou o homossexual, fora que as curas relativamente superficiais atingíveis com pacientes neuróticos trazem consigo repercussões ambivalentes. Porque embora a sensação de liberdade deste paciente possa ter sido ampliada na esfera social, essa vida mesma ainda será fundamentalmente (ou pelo menos quase fundamentalmente) vivida com base em afetos e identificações (coletivas socialmente)” Em outras palavras: ele continuará tropeçando e se estabacando se não agir conforme o tamanho real de suas pernas… A besta continuará atrás das grades da jaula!

A filosofia existencial de Sartre parece querer implicar que talvez os problemas de socialização do indivíduo possam ser resolvidos ùnicamente pela razão e força de vontade. Eu acredito que seu paradigma reflita certas peculiaridades do povo francês.” Neurótico à francesa. Dentro do Hexágono deve ser delicioso viver. Mas e dentro do Pentagrama? Eis por que não incineramos carros.

Existem 2 países no mundo: a Europa e a América.

[/claquete]

Já podem rir.

AMERICAN WAY OF INNER PSYCHE: LOVE, PASSION & CONFORMISM

Falar Francês requer ação muscular vigorosa e coordenada, envolvendo a região da boca, os lábios, a mandíbula, o nariz e a garganta.”

Que coisa, não? Uncle Sam tem um primo distante que costuma aconselhá-lo: Do it Yourself! Lasser aller n’est pas beau, mignon!

Piadas do século XXIV: “Entram num bar: um leproso radioativo, Deus e a Má Fé…”

PSICOTERAPEUTA: Entre a sedução e a autoridade.

Técnica empírica (em fase de testes)

Conhecimento EXPERIMENTAL (aqui e agora, mano velho)

C. Whitaker and T. Malone in their Roots of Psychotherapy which, to my knowledge, offers the most thorough account of the process of psychotherapy that is consistent with the principles of existential theory (always bearing in mind the dangers that must arise when these principles and procedures are taken over by therapists with non- or anti-therapeutic personalities).” Peixotos

I have also at times found most valuable, though ancillary [auxiliares], some of the simpler physical techniques used in <bio-energetic therapy> [!] whose impressive theoretical foundation is presented in A. Lowen’s Physical Dynamics of Character Structure.” Não achei que leria isso aqui.

BERNARD BOELEN: Martin Heidegger’s approach to will, decision and responsibility

It would be truer to say that anxiety is pervaded by a particular kind of peace” H.

O SER HUMANO COMO CHAFARIZ NA ERA DA DESPEJABILIDADE TÉCNICA: “From the very beginning, however, Heidegger has emphasized that man is not authentically man, and that he does not truly dwell on earth by conquering the world, but by guarding its Being. The authentic will, according to Heidegger (1947 [Sobre o Humanismo], p. 29), is not the will of man as the <superman> but the will of man as <the shepherd of Being>.” Engraçada contradição com tudo o que nele li sobre o papel da Técnica. (E)L(U)CID(ATIVO), se assim for.

eu-uma-doença-cujo-único-d-e-feito-é-não-parar

O ESPASMO DA SIMPLICIDADE

simplesmente-é

plasmando

atos

solto

no

céu

domundo

ADRIAN VAN KAAM: Clinical implications of Heidegger’s concepts of will, decision and responsibility

psicologia psicanalítica” é um termo que devia ser abolido da história do mundo.

Existential psychology as psychology, therefore, does not deal primordially with ontological and epistemological problems which are studied in existential philosophy. The psychologist can speak only about human experience as it appears in concrete behavior and behavioral products in concrete situations; he abstains from every absolute judgment regarding the ontological reality of his object. For the psychologist can speak only about what he has observed and in so far as he has observed it.” O ruim de julgar uma classe pela sua mediana é que mesmo os melhores psicólogos (estamos falando de autores que publicam num jornal científico conceituado) não parecem ter noção do que fazem os melhores filósofos: exatamente o que eles pretendem fazer (ser empíricos). A metafísica-de-araque de um batalhão de filósofos perverte a noção que se tem do “exo-metafísico” do que é a metafísica para um metafisicista, se posso esclarecer a questão (para mim mesmo, no máximo, aparentemente) através de neologismos ou so-called.

The prime result of therapy is to enable the patient to be a spontaneous participant in life rather than a compulsive or withdrawn outsider who tries to do the impossible, that is, to take a vantage point [panorama] outside himself from which he strives to control all that transpires in his life.” “O primeiro resultado que deve aparecer na terapia existencial é capacitor o paciente a ser um participante espontâneo em sua vida [!] em vez de um alienígena retirado [idéia: uma Antropologia do Eu – utopia, logo, redundância da terapia!] ou compulsivo que tenta executar o impossível, isto é, adotar uma visão panorâmica, impessoal, a partir da qual almeja controlar tudo que transparece em sua própria vida.” Participação espontânea e original no processo meramente reprodutivo, exasperante e/ou tedioso do trabalho! Uma fórmula para o sucesso, com efeito! Sifudência ativa. E o que é mais: quem vai me ensinar isso é um estranho compartimentalizado (burocratizado), numa janelinha de tempo dele em que está pseudo-inteiro à minha disposição (digo, do meu bolso)!

Você não ouviu o seu celular tocar?!?”

Engraçado como auto-realização no nosso sentido CORRENTE (de auto-ajuda) é self-actualization. O falso cognato seria exatamente seu oposto: a suprema reificação do funcionário-padrão.

A tênue linha entre a misantropia e a neurose.

realidade sórdida

Man is always to a degree unauthentic in so far as he always has to participate to a degree in what his culture imposes.”

Whose dream is this? Whose dream am I? Whose doctorate I’m impersonating? Whose functions am I replicating? Whose sickness perpetuation I symbolize? Whose grandsons are my not-even-born-sons? Who is this alien called brother? To relieve is to repress… But never to suppress.

Man becomes willfully unauthentic, however, when he <wills> no longer [between 2009 and 2015 I was a machine nearing its own midnight/also known as termination/expiration/cancellation/human rac… lay to waste], is no longer open for the possibilities and meanings that transcend what the impersonal <one> praises as being good for him.”

Que se passem 300 anos sem que ocorra um holocausto nuclear exige a existência de uma maioria robótica. Nobreza nesse momento só aniquilaria o universo. Vivemos o tempo em que é dado ao último homem sua inautenticidade de continuar vivendo e gozando. Viver a cada dia como se fôssemos em breve apontados como coveiro e carrasco número 1 da assim chamada humanidade…

Peter Pan is a Robin Hood that steals adulthood from adults and throws them all’way… Maybe they are becoming to the fish!!

Therefore, Heidegger’s analysis is of great importance for the general theoretical psychologist who develops a comprehensive frame of reference for his science [em outros termos, a filosofia continental vai comer o cu do psicólogo curioso]. For the psychotherapist [psicólogo PROPRIAMENTE DITO], however, the Existenzerhellung, the illumination of individual existence or the study of the individuation of the common structure in single patients is crucial too.”

It is this personal immediate feel of reality that is so weak in depressed or catatonic patients. This openness or primordial will of the healthy person increases his sensitivity to the differentiated manifestation of reality within himself and his environment. The patient, on the contrary, is selectively insensitive to reality.”

When a patient in the course of treatment opens up and dares to accept and own affective manifestations of reality in himself which he had suppressed formerly, he is faced with a whole new gamut [leque] of moods and feelings.” Já que não é possível dar aula, vamos nos contentar com pequenas subidas de degrau, microvitórias – acostumar-nos a ser ‘gente’ e pegar um metrô no horário de pico serenos e tranqüilos. Natal em família ainda é coisa para veterano de guerra após 2016…

Many sessions follow during which the patient faces the new feelings which arise on the basis of his enlarged openness for his reality. His new liberated sensitivity for reality differentiates itself during the sessions in particular sentiments of joy, anger, sadness, hostility, enthusiasm, which correspond with the aspects of reality in which he is involved and engaged.”

The therapist is non-directive precisely in order to enable the patient to find himself instead of the self of the therapist.”

COMO NÃO SER UM TERRORISTA: “in the course of this process he may have to rebel temporarily against his environment in order to experience the difference between his real self and the functional self imposed by his culture.”

ZARATUSTRA TRANSCENDIDO: “But gradually he discovers that he can be reasonably social and at the same time be himself because the primordial will or human openness is embedded in collective, everyday social life but at the same time transcends everydayness. The patient in his process of self-discovery becomes aware of the fact that his fundamental human, incarnated structure subjects him to the time-space limitations of a certain contemporary society within which he has to actualize himself [autorrealizar-se] in a socially acceptable manner.”

But for the patient for whom frequently the first meeting with reality as represented by parents or other significant adults was an event that evoked more than normal anxiety, every awareness of contingency or of the possibility of non-being may arouse overwhelming anxiety.”

A FAMOSA CONSCIÊNCIA DA RESSACA ANTES DE ENCHER A CARA: “Normal anxiety makes the person realistically aware of his contingency and relative dependency. His awareness enables him to structure his life in a way that takes into account realistically this aspect of the human predicament.”

The patients who come to us in contemporary culture are frequently permeated by the positivistic and rationalistic distortions of the concept of the human will, which is considered as a positive <thing> that can control, like a super scientist or engineer, all other <things> in the person without respect for their subtle complexity.”

A vida é um whack-a-mole e, adivinha, você não está segurando um martelo…

UNDERSTANDING & ENT-IN-DIMENTO (ou IN-Tendimento ou ENTEND(I)ME(N)TO): “One can try, with scientifically neat arguments, to reason the patient into an understanding of his own predicament. But this process does not work so long as the primordial mood of the patient is not tuned in and his primordial will or openness is not awakened. As soon, however, as the patient overcomes, in the therapeutic relationship, the anxiety which inhibited his primordial will or open engagement in reality, he is more and more able to understand his reality personally and spontaneously without repression.” “There is no such thing as final self-insight or a final analysis. Therapy aims primordially at the emergence or the recreation of the primordial will, of the freedom of engagement in reality, at the fundamental readiness to face reality as it reveals itself.” “But then the time comes that the patient experiences that he dares to maintain his radical openness even without the secure, understanding presence of the therapist.”

This never finished dialogue with reality which the therapeutic relationship facilitated in the patient leads us to the third structural characteristic of the will, namely Rede, or discoursiveness.”

In a certain sense therapy is respectfully listening together. This willing openness which makes the patient listen to the multifarious manifestation of reality is at the same time a willingness to respond in differentiated actions, judgments and choices which correspond with the differentiation of reality discovered in this openness.”

When the end of therapy is near, the patient manifests more and more that he knows how to handle his situation theoretically and practically. In the beginning of therapy, the therapist may be impressed by the inadequate way in which the patient handles his life situations.”

response-ability

The split person is less and less able to respond intuitively to reality and more and more inclined to conform blindly to the collectivity.” Ou espiralar na revolta silenciosa.

He develops a quasi-autonomous collective mode of ex-sistence that is less and less in touch with his primordial will and becomes therefore organized around a secondary, unauthentic functional will.” Al*****

For instance, the outcomes of the research in psychotherapy under the auspices of Carl Rogers and Gene Gendlin at the University of Wisconsin, of John M. Butler and Laura N. Rice at the University of Chicago, and of Alice K. Wagstaff at Duquesne University do not seem to contradict these theoretical postulates.”

Falou muito mas disse quase tanto quanto o Tite numa coletiva.

MAURICE FRIEDMAN: Will, decision and responsibility in the thought of Martin Buber

The It is the eternal chrysalis, the Thou the eternal butterfly.”

The unfree person is so defined by public opinion, social status, or his neurosis that he does not respond spontaneously and openly to what meets him but only reacts.”

the belief in fate – <the abdication of man before the exuberant world of It.>”

If there were a devil it would not be one who decided against God, but one who, in eternity, came to no decision. (Buber, 1958b)”

Oh, so dual: ser diabólico na essência seria completar com sucesso o “desafio” ao Absoluto? Se sim, hesitar é o ápice. Mas se o demônio é a negatividade personalizada, o mais temível e único-que-se-deve-evitar, o Ser exige a decisão. A revolta como erro redentor. Um desafio que chega aos termos consigo próprio (despeito resolvido, leve). Mas é impossível nunca se decidir por uma ou duas eternidades…

Man becomes aware of possibility, writes Buber, <in a period of evolution which generally coincides with puberty without being tied to it.> This possibility takes the form of possible actions which threaten to submerge him in their swirling chaos. To escape from this dizzy whirl the soul either sets out upon the difficult path of bringing itself toward unity or it clutches at any object past which the vortex happens to carry it and casts its passion upon it.” “enters into a pathless maze of pseudo-decision, a <flight into delusion and ultimately into mania.>”

But when the will to affirm oneself asserts itself, man calls himself in question. For Buber’s philosophical anthropology man is the creature of possibility who needs confirmation by others and by himself in order that he may be and become the unique person that he is. Through the 2 basic movements of distancing and entering into relation man is able to recognize himself and others as independent selves between whom dialogue may again and again arise.”

When a person’s self-knowledge demands inner rejection, he either falls into a pathologically fragile and intricate relationship to himself, re-adjusts self-knowledge through that extreme effort of unification called <conversion>, or displaces his knowledge of himself by an absolute self-affirmation.”

They are recognizable, those who dominate their own self-knowledge, by the spastic pressure of the lips, the spastic tension of the muscles of the hand and the spastic tread of the foot.”

QUEDA DA MÁSCARA, DAS LUVAS E DAS BOTAS: “Estes que deram o primeiro passo [ou seja, se encontram em transição] em direção à liberdade individual, isto é, rumo à auto-afirmação incondicional, são reconhecíveis pela tensão espasmódica dos lábios, a tensão espasmódica dos músculos da mão e, igualmente, as passadas trêmulas.” Ver Náusea – “quando a mão pára de tremer”

When the man who has direction comes to a crossroads, he makes his choice with immediate decision as out of a deep command. The <orienting man> places all happening in formulas, rules, and connections; the <realizing man>, in contrast, relates each event to nothing but its own intrinsic value.” [?] Nada parece bom aqui

Freud’s sublimation takes place within man, Buber’s direction between man and man.”

Life lived in freedom is personal responsibility or it is a pathetic farce.”

PLATÃO RECUA A PROTÁGORAS: “Buber changes Kierkegaard’s category of the Single One from the <knight of faith> who lives in lonely relation with God to the man who lives in responsibility.”

As pessoas devem seguir os comuns” Heráclito

Aldous Huxley’s counsel to the use of the mescalin drug, writes Buber, is the attempt to escape from the responsibility of the essential We into a chemical paradise of situationless-ness in which one has no relation to other persons. (Buber, 1958c; cf. Buber, 1957c)”

O aconselhamento de Aldous Huxley a usar mescalina (peiote) não passa de um escapismo da responsabilidade do ‘Nós essencial’, rumo a um suposto paraíso químico zero-situacional, onde o sujeito não se relaciona com os outros.”

LESLIE H. FARBER: Will and willfulness in hysteria

Early in Freud’s career as psychoanalyst he suffered a spell of rapture in which he boasted to Fliess that he could cure every case of hysteria. (It is my impression that most psychoanalysts have passed through this phase of development, although it must be admitted a few have lingered here unconscionably long.) For Freud, at least, little time passed before he inflicted such drainage on an abscess of hysteria only to discover his patient shared neither his enthusiasm nor his optimism. In fact, after only a few weeks, she ended this treatment, never to return. His account of this therapeutic disaster contains one of the most anguished statements in the literature of psychology, a cri du coeur which must have helped him to leave his medical youth behind him.”

Her breaking off so unexpectedly, just when my hopes of a successful termination of the treatment were at their highest, and her thus bringing those hopes to nothing, this was an unmistakable act of vengeance on her part. (…) a portion of the factors that are encountered under the form of resistance remains unknown (…)”

In other words, regardless of the inventiveness and accuracy with which he and Dora have traced the origins and meanings of her disorder, there is a force in her which says No to this mutual creation. To this force he gave the name allotted it by history, namely Will. (…) But did this mean that henceforth the Will, as it has been understood by the ages, was to be excluded from his psychological considerations?”

I did not succeed in mastering the transference in good time. . . . In this way the transference took me unaware, and, because of the unknown quantity in me which reminded Dora of Herr K., she took her revenge on me as she wanted to take her revenge on him. . . . If cruel impulses and revengeful motives, which have already been used in the patient’s ordinary life for maintaining her symptoms, become transferred on to the physician during treatment, before he has had time to detach them from himself by tracing them back to their sources, then it is not to be wondered at if the patient’s condition is unaffected by his therapeutic efforts.”

However, tracing … cruel impulses and revengeful motives … back to their sources is not quite the same as considering the psychology of will itself.”

I was further anxious to show that sexuality … provides the motive power for every single symptom, and for every single manifestation of a symptom. The symptoms of the disease are nothing else than the patient’s sexual activity”

A motive cannot explain an act; the act ultimately must be judged in its own terms.”

TEIMOSIA HISTÉRICA

My thesis is that hysteria is a particular disorder of will whose principal expression is willfulness. By willfulness I do not mean mere intentionality or determination, which are older definitions of the term. I am using here the dictionary’s more contemporary definition, namely <governed by will, without yielding to reason; obstinate; perverse; stubborn; as a willful man or horse.>‘”

Má fé: ações e palavras cada vez mais distanciadas.

RETRATO DO SENIL SR. MEU “PAI”: “And with distension of will which is relatively unrelieved, intellect is bound to suffer. I mean, of course, intellect in the large sense, including not only will’s usual adversary, which is reason, but also imagination, humor, discretion, judgment.”

Com a recalcitrância que cada vez surte menos efeitos socialmente (os fracassos reais seriam pesados demais para a consciência suportar), o mecanismo de defesa do indivíduo obdurate como pedra é tornar-se mais e mais estulto. Mais e mais recalcitrante e cego à própria recalcitrância. Pragmático, realista, porém autista. Seu mundo é a lei. De mau humor simplesmente intragável, incapaz de considerar as necessidades dos outros. Sem juízo. Uma máquina kamikaze de rancor. Um trator fumacento. Uma locomotiva do século XIX que insiste em funcionar, e enquanto funcionar atropelará cada pobre transeunte em seu caminho.

hypnosis is one of hysteria’s necessary and characteristic inventions.”

So little, really, has the form of hypnosis changed that it would seem to be lifted bodily from the pages of a gothic novel of the period.” Um tipo de idiota que sempre se repete no tempo, em todas as épocas.

The romantic, wrote Tate, ranged over nature in the effort to impose his volitional ego as an absolute on the world.”

Qualities suggesting the <merely human>, such as self-consciousness, doubt, humor, in either the hypnotist or subject, are inimical to the pact of hypnosis”

In Melville’s sense, each participant should be a Confidence Man: i.e., a man who has confidence.”

Hypnosis becomes one willful way of overriding the despair of the young psychiatrist, qualified neither by age nor humanity to give counsel.” “Once the hypnotist begins to lose his belief, it will not be long before the spectacle strikes him as comic, for retrospectively at least outbursts of will are apt to appear more comic than pathetic because of the unadorned combination of presumption and ignorance.”

While willfulness may seize other categories, under its dominion these categories lose their original substance, serving only as illusions of themselves.”

You undoubtedly recall that Freud first took quite literally his hysterical patients’ tales of early seduction, later discovering that these episodes were more in the realm of fantasy.”

Another common assumption, equally mistaken, was the belief that with sexual emancipation, hysteria would disappear.”

Before sexual emancipation willfulness in sex was restricted to whether the person would or wouldn’t. With emancipation willfulness shifted from the fact of participation to an absorption with the details of the sexual act itself.”

They suggest a repertoire of personal decoration, gesture, intonation, even vocabulary, whose flourish puts more modest or commonplace devices of expressiveness to shame, and is disproportionate to the spoken or written message. (…) When this dramatic insistence becomes too overpowering, whatever intellectual substance there may be is blurred for the listener, whose attention finds itself split in a manner not unlike the division in the hysteric. In such fragmentation listening, in any honorable sense, is no longer possible. Instead, mannerisms of body and voice, formerly inconspicuous, acquire a new and crude existence, widely separated

from what is said. (…) Inevitably, now, he compels himself, whether in agreement or disagreement, to address himself to the hysteric’s manner. Thus does it happen that will responds to will and dialogue can be no more than illusion.”

EXPERIMENTO “EM CACOS”: “hysterical drama may be said to be bad drama.”

He is acted upon by Nature who works her will on him. So long as both wills his and Nature’s reside within his person, there can be no defeat; victory is his, whatever the outcome.”

In an age to some extent characterized by <the tyranny of the orgasm>, the choice is no longer between sex or no sex; instead the will joins itself to those particles of sexual behavior, whose sum it is hoped will constitute the sexual act.”

in hysteria much of what is called by such names as <impulsivity> or <acting out> are more serious – even catastrophic – adventures invented by the will, alcohol being one of its most faithful accomplices in these escapades: it performs the double service of inflating the will at the same time as it dulls discrimination.”

Something calls to us from beyond or within and our only answer is a sigh, and a sweet sad sense of loss. What is the loss? Few of us, I imagine, wish to experience infancy again.”

A single self is, for us, always an invention of our will. In extremity the self is the will, but it is no longer that shadowy, elusive creature, flickering over the surface of consciousness, that we traditionally call the self. Thanks to the work of will, the self emerges whole into the bright light of the world: suddenly it has acquired shape and dimension and substance it has been concretized by the will. The faint resemblance this imposing apparition bears to the true nature of the self testifies both to the formidable powers of the will and to the urgency of the need we all share to experience wholeness.”

In point of fact, no state of mind so deadens and injures our faculties as our belief in this illusion of wholeness. The more dependent a person becomes on this illusion, the less able is he to experience true wholeness in dialogue, and at the point where he is no longer capable of dialogue he can be said to be addicted to his will.”

O estado mental daquele que se crê sempre dotado de razão (e da razão, na discussão – o popular <dono da razão>), essa ilusão perfeita de autossuficiência, é a condição que mais pode machucar e mortificar nossas faculdades intelectuais e sociais. Quão mais dependente desse falso ponto de vista se torna a pessoa, menos apta a experienciar a verdadeira suficiência – através do diálogo – ela está. Quando a pessoa já chegou a tal ponto que é absolutamente incapaz de dialogar, podemos chamá-la de viciada no próprio querer.”

More important, will’s solitary and inflated sovereignty as willfulness actively opposes the acquisition of precisely those intellectual faculties with which we perceive the total meanings of actual moral situations.”

Mais importante: a soberania inflada e solitária da vontade, a teimosia, oprime ativamente a aquisição das faculdades intelectuais com as quais apercebemo-nos dos significados totalizantes do que vem a ser situações morais.”

através do rancor, o histérico agravado não pôde aprender nada com seus pais ou professores a respeito dos temas controversos. A franca admissão do <eu não sei a resposta> é uma pré-condição essencial do aprender. Mas, para o histérico, <eu não sei>, a não ser quando usado como estratégia no debate, representa um fracasso do querer. Conforme as lacunas do conhecimento se acumulam, o <eu não sei> é transformado numa espécie de <sabedoria de vida> expressa por um leque de gestos ou manias adquiridos, físicos e verbais, que convencem a si mesmo, e pretendem convencer o interlocutor, não só de que o histérico <entende muito bem daquilo> como também <possui muito mais conhecimento do que meras palavras poderiam expressar>.”

O que não passava de dificuldades para somar e subtrair na segunda série agora faz o histérico esconder as mãos enquanto conta nos dedos. Mas mais aberrante que o déficit aritmético em si é a probabilidade de ele ser o índice de uma incapacidade geral para abstrair os fundamentos da Lógica, que afinal permeiam o mundo a seu redor.”

E o que na sua terceira série não passava de ligeiros problemas em gramática agora subsiste como uma pobreza na linguagem tornando o intelecto do histérico cego às discriminações mais sutis que denominamos humor, ironia, ambigüidade e paradoxo.”

VOLTA PRA ESCOLA, BABACA: “Essa teimosia deveria ser acessível e tratável pela psicoterapia, mas as parcas capacidades intelectuais do histérico adulto, que acumulou falhas sobre falhas por anos, dificilmente responderão à análise de motivações ou a algum insight ou mesmo à relação terapêutica, muito embora essa metodologia possa, de alguma forma, constituir um começo para se aprender essas discriminações tão usuais e que faltam ao histérico. Ao passo que compreendemos finalmente que a histeria consiste numa falha dupla nos reinos da vontade e da inteligência, não é mais mistério algum (como na época do Freud jovem) que reconheçamos que o tratamento à histeria é ardoroso e de longo prazo, calcado na insistência. Nem é estranho o diagnóstico de que tal tratamento, idealmente falando, deva consistir numa combinação de psicoterapia com educação propriamente dita, no melhor sentido da palavra, gradual e compreensiva, dividida por disciplinas.”

Se considerações éticas escapam às limitações da histeria, poderemos fazer alguma generalização tocante à natureza do discurso histérico? O modo do histérico se dirigir a e entender seus pares e o mundo que o rodeia poderia ser classificado como estético. Porém, como essa é uma estética que carece de imaginação e inteligência, não é do tipo honorável que habitualmente associamos ao termo.” “Estou falando com um machão?”

Nesse sentido, o histérico recepciona a análise de motivos da psicanálise como um criticismo do seu estilo e vê nisso uma oportunidade para aperfeiçoar seus maneirismos.”

Esse esteticismo é próprio dos atos suicidas do tipo histérico, cujas auto-mutilações atendem ao desígnio de supressão da vida apenas tangencialmente: o corte superficial dos pulsos são sintomas de conversão no sentido de que o histérico imprime sua vontade sobre o próprio corpo. Mas, diferentemente dos sintomas de conversão clássicos, em que as funções corporais são danificadas, o que este suicida faz é desfigurar ou abalar a <intactabilidade> corporal. É mais uma repercussão estética que ética, portanto.”

SANGUE-RUIM: “a teimosia é sempre consciente, o histérico a percebe; não é um traço caracterológico inconsciente. O que pode suceder é que essa compreensão seja póstuma, i.e., adiada em relação ao diálogo ou ocorrência. Daí que o histérico é um remordido e culpado constante. (…) Como a histeria é uma questão em torno da vontade, sua apreensão não precisa ser imediata, como acontece com a sensação da dor.”

A SÍNDROME DA MESA DE BAR: “This feverish figure, endlessly assaulting the company, seeking to wrench the moment to some pretense of dialogue, is the image

of the eternal stranger: that condition of man in which he is forever separated from his fellows, unknown and unaddressed it is the figure of man’s separated will posing as his total self. Though always a stranger to those he moves among, this figure is no stranger to our imagination; who is he but ourselves, you and I and everyman as we have been over and over in the past and shall be again? This condition of willfulness which at once drives us to grasp for wholeness and prevents our attainment of it is no rare disease; even by its harsher, clinical term, hysteria, it is, in varying degree, the lot of each of us.”

hysteria loathes passion as a potential usurper of its usurped domain.”

NO MEIO DO CAMINHO TINHA UM PAI, TINHA UM PAI NO MEIO DO CAMINHO: “It is true that we must live with hysteria, but we need not, I think, honor it. In fact, if we give it its rightful identification as the sworn enemy of our capacity to be fully human we may give ourselves a crucial advantage in the struggle we must constantly engage in to transcend it.” Síntese do desumanizador.

LOUIS E. DE ROSIS: Discussion of the Papers of Drs. Friedman and Farber

The evil urge is undirected passion, ignored or suppressed.”

Shall we equate Id with <evil urge>?

In my view, based on both experiential and logical grounds, a truly central agency, or self, will not entertain the makings of its own dividedness.”

Being with a neurotically involved person is like raising one’s voice in the fiords of Norway, with the sounds ricocheting endlessly, never realizing their mark, never permitting the demarcation of the boundary of one word from the next.”

By forcing himself to experience the ideal as already attained, he changes ideals into idealization, and so he is lost to himself, lost to the sense that he is the author of his own existence. Along with this, he loses his capacity of intentionality.”

I would like now to raise the question whether we can equate Buber’s <evil passion> with my formulation of the compulsive drive.”

<Unneurotic Man>: I feel this man would have no awareness of the compulsive elements in the patient, for he would be free of the compulsive in himself. No personal analysis for this analyst! It is precisely because of the compulsive in himself that the doctor must alert himself for it in the other.”

This brings to mind a patient of an eminent psychiatrist with whom the latter sat for 3 months. This patient was a mute, catatonic schizophrenic, whom the doctor was seeing at the special request of the family with whom he was friendly. The doctor spent all his time reading as he sat for the hour with the patient. One day the patient sat up and asked, <What the hell do you find so interesting in that book?>. The doctor related that following this episode, the patient gradually recovered, an outcome he had never expected.” “This gave the patient the freedom to find the borders of his non-being and when he did, he was ready to cross the divide to respond to the doctor who, by reading, was being an authentically interested-in-a-book self!”

It takes as much courage as there is compulsion for the patient to make this excursion, no more and no less.”

Quem tem compulsão, tem coragem.

Imagine your fear if your physician found cancer in you. The psychiatric patient feels an even greater terror when he finds a compulsion in himself.”

In a sense, this consciousness is to be likened to a girl who is wrenching her way through a gang of men who would rape her and rend her clothes and skin, until what emerges no longer resembles the person who gave impetus to her spontaneous impulse in the first place.”

The self-starved person seizes freedom as the famished man seizes food, only to have to spew it out, not being able to contain it in a self that is poorly developed for the heavy burden of responsibility which freedom brings. This self retreats in horror and nausea, filled with the dread of being.

It is for this reason that I do not believe the hysteric can be said to be conscious of his willfulness until he experiences the compulsively objectifying tendency in himself.” Não tem mais má-fé quem esqueceu a má-fé? “When this occurs, we have the beginnings of the moral crisis, the evolution of which will spell the dissolution and resolution of his anxiety-laden compulsive drives, with the concomitant emergence of the self in the doctor-patient relation.”

ROLLO MAY: Will, Decision and Responsibility: Summary remarks (in MAY, Existential Psychology. 1961)

Possível incompreensão da <coisa-toda>: “Now it was against precisely these trends [o freudismo exacerbado, o groddeckismo ou somatismo, não-sei-mais-que-fatalismos] that the existentialists like Kierkegaard and Nietzsche took their strongest, most vehement stand.” Primeiro que parece que figuras dos 1800 estão reagindo a figuras dos 1900… Segundo que NÃO É BEM ASSIM QUE A MELODIA TOCA para os EXISTENCIALISTAS, que aliás passam longe de estar em uníssono. Psicologia existencial? Hm, vejamos.

CALEIDOSCÓPIO SEM CRITÉRIO: “And it is in the light of modern man’s broken will that the existential emphases of Schopenhauer with his world as Will and idea, Bergson with his élan vital [e Cioran também!], William James with his <will to believe> are to be understood.”

indeed, talking about sex is perhaps the easiest way of avoiding really making any decisions about love and sexual relatedness”

vontade decisão compulsão repetição

We cannot work on the assumption that ultimately the patient <somehow happens> to make a decision, or slides¹ into a decision by ennui, default, or mutual fatigue² with the therapist, or acts from sensing that the therapist (now the benevolent parent) will approve of him if he does take such and such steps.” Oh well, but he really does… It is a necessity.

¹ Um ótimo termo, por sinal. DIMITRI & O ETERNO BILHETE DA QUEDA…

² Falando nisso, quem será que cansa primeiro de quem, o mundo de mim ou eu do mundo?

Você deve assumir a responsabilidade por não entender o conceito: “The word will, associated as it is with will power, is dubious to say the least and perhaps no longer helpful or even available.” “<Will power> expresses the arrogant efforts of Victorian man to manipulate nature and to rule nature with an iron hand (via industrialism and capitalism)”

Victorian man sought, as Schachtel has put it, to deny that he ever had been a child, to repress his irrational tendencies and so-called infantile wishes as unacceptable to his concept of himself as a grown-up and responsible man.” “If I may speak epigrammatically, the more such an individual succeeds in developing his will-power, that is the more he becomes able to make up his mind, the less sure we are that he has any mind to make up. Woodrow Wilson once remarked speaking of this type of post-puritan man, <I take leave to believe that the man who sets out to develop his own character will develop only that which will make him intolerable to other men.> And we could add, intolerable to himself.”

Despite the fact that the word decision lost much of its usefulness for those of us in New York when Billy Graham [pastorzão midiático] came to town, it nevertheless remains in many ways the most useful and viable term for the uniting of wish and will.”

The process of therapy with individual patients involves bringing together these 3 dimensions of wish, will and decision. As the patient moves from one dimension to the next in his integration, the previous level is incorporated and remains present in the next. We shall now show more fully the meaning of our problem by describing practical therapy on 3 levels.”

CAREFUL WHAT YOU WISH: “The experiencing of infantile wishes, bodily needs and desires, sexuality and hunger and all the infinite and inexhaustible gamut of wishes which occur in any individual, seems to be a central part of practically all therapy from that of Rogers on one wing to the most classical Freudian on the other.”

The second level in the relating of wish to will in therapy is the transmuting of awareness into self-consciousness. This level is correlated with the distinctive form of awareness in human beings, consciousness. (The term consciousness, coming etymologically from con plus scire, <knowing-with>, is used here as synonymous with self-consciousness.)”

Thus the previous alternatives of repressing wishes because one cannot stand the lack of their gratification on one hand, or being compulsively pushed to the blind gratification of the wishes and desires on the other, are replaced by the experience of the fact that I myself am involved in these relationships of pleasure, love, beauty, trust and I hopefully then have the possibility of changing my own behavior to make these more possible.”

The third level in the process of therapy is that of decision and responsibility. I use these 2 terms together to indicate that decision is not simply synonymous with will Responsibility involves being responsive, responding. As consciousness is the distinctively human form of awareness, so decision and responsibility are the distinctive forms of consciousness in the human being who is moving toward self-realization, integration, maturity.” “This sounds like an ethical statement, and is in the sense that ethics have their psychological base in these capacities of the human being to transcend the concrete situation of immediate self-oriented desire and to live in the dimensions of past and future and in terms of the welfare of the persons and groups upon which one’s own fulfillment intimately depends.”

One cannot give over oneself to the dream; but not to be aware of what it is telling one is just the way to turn it into a compulsive drive. The decision hopefully will be made responsive to these inner tendencies as well as responsive to one’s conscious relationship to the other persons involved and the future welfare of one’s self and them.”

Let us turn our attention for a brief caveat to the concepts of <ego> and what is called ego psychology, since it is often argued that the problems of will, decision and responsibility are encompassed in psychoanalytic ego psychology [redundância]. In the last few years, in response to contemporary man’s great need for autonomy and a sense of identity, considerable interest has swung to <ego psychology> in the psychoanalytic movement. But what has resulted has been the handing over to the ego of the functions of autonomy, sense of identity, synthesis of experience and other functions, more or less arbitrarily arrived at, which were suddenly discovered as functions the human being had to have. The result in the orthodox analytic movement is that many <egos> now appear.

Karl Menninger speaks of the <observing ego>, the <regressive ego>, the <reality ego>, the <healthy ego>, et cetera (1928). A Freudian colleague and friend of mine congratulated me after a speech in which I had attacked this concept of a horde of egos by remarking that I had a good <synthetic ego>! Some psychoanalysts now speak of <multiple egos in the same personality>, referring not to neurotic personalities but to the so-called normal ones. To my mind, <multiple egos> is a precise description of a neurotic personality.”

If it is countered that this picture of the multitude of egos reflects the fragmentation of contemporary man, I would rejoin that any concept of fragmentation presupposes some unity of which it is a fragmentation. Rapaport writes an essay entitled The Autonomy of the Ego as part of the recent development we are referring to; Jung has a chapter in one of his books entitled The Autonomy of the Unconscious; and someone could write an essay, following Cannon’s Wisdom of the Body, entitled The Autonomy of the Body. Each would have a partial truth; but would not each be fundamentally wrong? For neither the <ego> nor the <unconscious> nor the body can be autonomous. Autonomy by its very nature can be located only in the centered self.” Claro, porque “centered self” é um conceito de quem fala (Rollo May)! Cada pescador puxa a sardinha para sua vara… Desculpe o humor freudiano…

At this point our European colleagues would use some form of the term <being>, which unfortunately remains still almost unusable in English.”

SUGESTÕES DE LEITURA

BUBER, Daniel (1913).

STANLEY FRIEDMAN, Melville, Dostoevsky, Kafka and Our Image of Modern Man.

MARTIN (HIGH DAGGER) E EU – A A-D[R]AGA QUE NOS SOBRE-VOA AO IN-VÉS DE PER-FURAR

GLOSSÁRIO PRÉ-FACIAL

Puesto que las relaciones en el interior de las familias de palavras desempeñan un importante papel en el texto de Heidegger y pueden quedar ocultas por la traducción, el glosario está ordenado de acuerdo con ellas. [Mas preferi indexar prioritariamente em ordem alfabética, aqui, na medida do possível, o trabalhoso léxico alemão.]”

Anblick: visão i’m-age’m

Einblick: compreensão

andenken: pensar-em

an-denken: lembrar

an-drängen: in-vestir

überdrangen: sobrepujar

Anfang: início

An-fang: in-ício

incipio (latim): in+capio: eu pego (I seize)

An-wesen: “natureza-do-Ser”

anwesen: presenciar

Anwesenheit: presença

Dada la opción tomada, que prima la correlación esencia-presencia, la expresión participial das Anwesende queda en una cierta ambigüedad, que constituye por otra parte uno de los centros de lo que está en discusión: «lo que presencia», «lo presenciante», o simplemente «lo presente», en el cual, al igual que antes con «esencia», queda de cierto modo oculto el movimiento de llegar a la presencia, el desocultamiento.”

apremiante (espanhol): urgente, obrigatório

[!]

aufbleiben: manter-se receptivo, resistir

ausbleiben: falhar / não se dar / não ter lugar

Aufgang: surgimento

Aufgang Amadeus Mozart! Surja, Klassische Musik!

Auseinandersetzung: confrontação

de-fim-a-diante-com próximoutro?

einander: um ao outro, cada um

Ersetzung: compensação, reembolso

setzen: set, pôr sunset

o olhar perspectivístico de Nietzsche

austragen: levar às últimas conseqüências (de-encerrado)

quitar

resolver, chegar à síntese do problema

dirimir

Beginn: começo que não é um início

bergen: cobijar (cuidado com o falso cognato – salvar, resgatar, albergar, COBRIR, OCULTAR, MENTIR)

salvaguardar = verwahren, preservar = einmachen

entbergen: desocultar, de certa forma CONDENAR, MATAR EXPOSTO AO SOL DA VERDADE

Beständigkeit: consistência, com-insistência = Inständigkeit, disponível-sem-p-terno

Beständsicherung: aseguramiento de la existencia consistente”

Bewusst-sein: ser-consciente

blicken: olhar, contemplar

consunção: definhamento

dichten: poetizar; inventar.

obrar = wirken

erwirken: levar a efeito

wirkend: eficiente

Wirklichkeit: realidade efetiva

Wirksamkeit: eficácia

ob-rar o-brar

eigentlich: em-si

EntZWEIung: des-união

ereignen: acontecer = geschehen (historiar)

Ereignis: acontecimento

ereignung: apropriação

Erinnerung: recordação, lembrança

festhalten: assegurar = sichern; deter.

festmachen: fixar, tornar consistente

festsetzen/feststellen: determinar = bestimmen

Fort-gang: pro-gresso pró-gesso

Gesetz: lei (ou seja, o [im]posto – setzen no passivo)

Gesichtskreis: círculo visual, campo-de-visão

Ge-stell: dis-positivo dis-pôr isto não está disposto como diria o preguiçoso Ed-som que é um des-afino para meus ou-vidos.

das Gewesene: «lo ya sido» [jazido], lo que no quiere decir lo simplemente pasado, por lo que es importante seguir teniendo presente el wesen que está en el participio; cfr. II 12, 28. Die Gewesenheit: «lo esencialmente sido»; cfr. II 12. Das Ge-wesen: «lo esenciado»; con la separación del «ge-», Heideg«ge-»r [hehe-gege] quiere señalar su carácter de recogimiento de lo múltiple (como en el término Ge-birge, montañas, cadena montañosa, respecto de Berg, montaña singular); cfr. II 315. Das Gewesende: «lo ya sido esenciante»; cfr. II 397.”

Gleich: O Mesmo

Eingleichung: assimilação = Einverleibung

Grundfrage: pergunta fundamental

Ab-grund: ab-ismo

herstellen: produzir

Hipóstase/hipostasiar (português): ser ou existência e não “invenção”? Polissemia medicinal-teológica.

Leib: corpo com-vida (mas não aceitei)

lichten: despejar (não é alumiar ou iluminar)

liegen: sein/be, ou pelo menos a parte do “estar”

Machenschaft: maquinação

machten: exercer-poder

Bemächtingung: a/em-poderamento, o substantivo favorito das feminazis.

mentar (espanhol): mencionar

Mit-teilen: com-partir

Not-Wendigkeit: agilidade da necessidade! [k]Nót górdio da vida cal-do-que-nó!

Sache: coisa no sentido abstrato (contraparte de Ding, material)

Satz: princípio

Setzung: posição

Voraus-setzung: pressu-posição

selbständig: independente, aquele que se mantém de pé por si mesmo, autossustém-se.

Stimme: voz

Stimmung: temperamento, ânimo

Trieb: pulsão carpe-dia-trieb nehmen-the-day!

übersinnlich: suprassensível

überwinden: superar

ungut: engraçado (e não mau ou não-bom!)

Unheimische: desamparo

Unheimlische: inquietante

Untergang: ocaso

Unterkunft: albergue, guarida

Unwesen: «inesencia»; la palabra, que es claramente una negación de Wesen (esencia), existe en el lenguaje corriente y tiene una connotación peyorativa, de abuso, confusión. Sobre su relación con la esencia, cfr. esp. II 294.”

Unwillen: fúria (e não passivo ou não-vontade!) – mesma raiz de in-dignação, mal-dizer, não-aceitar.

Verfestigung: consolidação

verlassen: abandonar, esquecer

unterlassen: omitir

veranlassen: ocasionar ocaso-nar, derivar… brotar, nascer, partir é perder-se. É ser autêntico.

verrechnen: computar

Versuch: tentativa

Versuchender: tentador

vollENDung: acabamento

vollziehen: levar a cabo

wahren: conservar; durar.

anwähren: perdurar

Weile: morada; intervalo, instante, lapso (justamente com sua correlação espácio-temporal: espaço de abrigo, tempo de abrigo do Ser)

jeweilig: o particular

Wert: valor setzen des Werte (= Wertsetzung)

Umwert: não-valor, desvalor

Umwertung: transvaloração (desvalorização de todos os valores!)

Wesen: essência (et al.) (daí a correspondência pós-nietzschiana entre essenciar e presenciar)

La forma wesen deriva de una raíz indogermánica que comparte con otras el sentido de <ser> y que es posteriormente sustituida por ésta. En alemán queda en el participio pasado de ser (gewesen) y en las expresiones anwesen (presente) y abwesen (ausente). Wesen en sentido verbal es empleado por Heidegger para decir «ser», sin que por ello se tenga que pensar que aquello de lo que se dice sea algo «ente», reservando entonces la palabra «ser» para los entes (cfr., p.ej., II, 177). Acuñamos entonces para «wesen» (en sentido verbal) el verbo «esenciar». En el Wesen entendido como «esencia», quididad, «qué-es», queda oculto ese carácter verbal, lo que implica también que en ocasiones debe dejarse traslucir y entenderse como <el esencial>. «Das wesende» será «lo que esencía» o «lo esenciante».

Ziel: meta

Zweck: fim

(relativamente intercambiáveis)

Züchtung: adestramento

zustellen: remeter-a, proporcionar

* * *

La primera edición de la La voluntad de poder abarcaba 483 fragmentos numerados. Pronto se vió que esta edición había resultado muy incompleta en relación con el material manuscrito existente [vide esclarecimentos em azul bem adiante neste trabalho]. En 1906 apareció una nueva edición, sustancialmente aumentada, manteniendo el mismo plan anterior. Abarcaba 1067 fragmentos, es decir, más del doble de los que tenía la primera. Esta edición apareció en 1911 formando los tomos XV y XVI de la llamada «edición en gran octavo» de las obras de Nietzsche. Sin embago, tampoco ella contiene todo el material; lo que no fue incluido en el plan apareció en los dos tomos de la citada edición dedicados a la obra postuma (XIII y XIV).La gran cantidad de cartas de que se dispone, que sigue aumentando contínuamente gracias a nuevos e importantes descubrimientos, también habrá de publicarse en orden cronológico.”

Para el uso diario durante este curso es recomendable la edición de La voluntad de poder preparada por A. Baeumler para la colección de bolsillo de la editorial Kröner. Es una reproducción fiel de los tomos XV y XVI de las Obras Completas y contiene un sensato epílogo y un resumen breve y bien hecho de la vida de Nietzsche. Además, Baeumler ha editado en la misma colección un volumen titulado Nietzsche in seinen Briefen und Berichten der Zeitgenossen [Nietzsche en sus cartas y en relatos de sus contemporáneos]. El libro resulta útil para una primera toma de contacto. Para el conocimiento de su vida sigue conservando su importancia la exposición hecha por su hermana [!!], Elisabeth Förster-Nietzsche: Das Leben Friedrich Nietzsches [La vida de Friedrich Nietzsche], 1895-1904.

Efectivamente, el desierto a mi alrededor es inmenso; en realidad sólo soporto a quienes son totalmente extraños y casuales o a quienes están vinculados a mi desde hace mucho o desde la infancia. Todo lo demás se ha desmoronado o ha sido directamente rechazado (ha habido en esto mucha violencia y mucho dolor).”

Con su doctrina del eterno retorno Nietzsche no hace más que pensar a su modo el pensamiento que, de modo oculto, pero constituyendo su auténtico motor, domina toda la filosofía occidental. Nietzsche piensa este pensamiento de manera tal que con su metafísica vuelve al inicio de la filosofía occidental; o, expresado con mayor claridad: al inicio tal como la filosofía occidental se ha acostumbrado a verlo en el curso de su historia, a lo cual también Nietzsche ha contribuido, a pesar de tener, por otra parte, una comprensión originaria de la filosofía presocrática.”

La eternidad, no como un ahora detenido, ni como una serie de ahoras desarrollándose al infinito, sino como el ahora que repercute sobre sí mismo: ¿qué otra cosa es esto sino la oculta esencia del tiempo? Pensar el ser, la voluntad de poder, como eterno retorno, pensar el pensamiento más grave de la filosofía, quiere decir pensar el ser como tiempo. Nietzsche pensó este pensamiento, pero no lo pensó aún como la pregunta por ser y tiempo. También Platón y Aristóteles, al comprender el ser como ουσία (presencia), pensaron este pensamiento, pero al igual que Nietzsche, tampoco lo pensaron como pregunta.”

Baeumler presenta lo que Nietzsche denomina el pensamiento más grave y la cima de la consideración como una convicción «religiosa» totalmente personal, y agrega: «Sólo una de las dos puede tener validez: o bien la doctrina del eterno retorno o bien la de la voluntad de poder» (p. 80). «El fundador de religiones Nietzsche es también el que lleva a cabo una egiptización del mundo heraclíteo». De acuerdo con ello, la doctrina del eterno retorno significa una detención del devenir. En este dictamen, Baeumler supone que Heráclito enseña el eterno flujo de las cosas en el sentido de un continuar indefinido. Hace ya algún tiempo que sabemos que esa comprensión de la doctrina heraclitea no es griega. Pero tan cuestionable como esa [primeira] interpretación de Heráclito es que pueda tomarse sin más la voluntad de poder de Nietzsche como devenir en el sentido de un continuo fluir. la doctrina del eterno retorno, en la que él teme un egipticismo, va en contra de su concepción de la voluntad de poder, a la cual, a pesar de hablar de metafísica, no concibe de modo metafísico sino que interpreta de modo político.”

La segunda interpretación de la doctrina nietzscheana del eterno retorno es la de Karl Jaspers. Por una parte, Jaspers se ocupa de ella de modo más detenido y ve que constituye un pensamiento decisivo de Nietzsche. Sin embargo, y a pesar de hablar de ser, Jaspers no lleva este pensamiento al ámbito de la pregunta fundamental de la filosofía occidental y por lo tanto tampoco lo pone en verdadera conexión con la doctrina de la voluntad de poder.”

A MÁSCARA DO ESQUERDOPATA METALEIRO: «Pero nosotros, nuevos filósofos, no sólo comenzamos con la exposición de la jerarquía y la diferencia de valor fáctica entre los hombres, sino que además queremos precisamente lo contrario de una equiparación, de una igualación: enseñamos el extrañamiento en todo sentido, abrimos abismos como nunca los ha habido, queremos que el hombre sea más malo de lo que nunca lo fue. Entretanto vivimos aún ocultos y extraños unos de otros. Por muchos motivos nos será necesario ser ermitaños e incluso emplear máscaras, por lo que difícilmente serviremos para buscar a nuestros semejantes. Viviremos solos y conoceremos probablemente los martirios de cada una de las siete soledades. Y si por casualidad nos cruzamos en el mismo camino, puede apostarse a que no nos reconoceremos o nos engañaremos mutuamente» (La voluntad de poder, n. 988)

¡Gracias a la mera eliminación habría de surgir por sí mismo algo nuevo!”

Una proposición en cuanto proposición no puede ser nunca un principio.”

La interpretación del libro no la comenzaremos, sin embargo, con su primer capítulo, «La voluntad de poder como conocimiento», sino con el cuarto y último: «La voluntad de poder como arte».”

PARA UMA HISTORIOGRAFIA DA FILOSOFIA? “La obra capital de Schopenhauer apareció en el año 1818. Es profundamente deudora de las obras capitales de Schelling y Hegel, por entonces ya publicadas. La mejor prueba de ello son los insultos desmedidos y faltos de gusto que Schopenhauer propinó a Hegel y Schelling durante toda su vida. Schopenhauer llama a Schelling «cabeza hueca» y a Hegel, «burdo charlatán». Estos insultos a la filosofía, frecuentemente imitados en la época posterior a Schopenhauer, ni siquiera tienen el dudoso privilegio de ser especialmente «nuevos».

En una de sus obras más profundas, el tratado Sobre la esencia de la libertad humana, aparecido en 1809, Schelling expresó: «En última y suprema instancia no hay más ser que el querer. Querer es el ser originario» (I, VII, 350). Y Hegel, en su Fenomenología del espíritu (1807), concibió a la esencia del ser como saber, pero al saber como esencialmente igual al querer.

Schelling y Hegel tenían la certeza de que con la interpretación del ser como voluntad no hacían más que pensar el pensamiento essencial de otro gran pensador alemán, el concepto de ser de Leibniz, quien determinó la esencia del ser como la unidad originaria de perceptio y appetitus, como representación y voluntad. No es casual que el propio Nietzsche nombre a Leibniz dos veces en La voluntad de poder en passajes decisivos: «La filosofía alemana como un todo —Leibniz, Kant, Hegel, Schopenhauer, para nombrar a los grandes— es el tipo más profundo de romanticismo y nostalgia que haya habido hasta ahora: el anhelo de lo mejor que jamás haya existido» (n. 419) .Y: «Händel, Leibniz, Goethe, Bismarck: característicos del tipo alemán fuerte» (n. 884).”

«Dependencia» no es un concepto que pueda expresar la relación de los grandes entre sí.”

Todas las ciencias, en cambio, piensan sólo un ente entre otros, un determinado ámbito del ente. Sólo están vinculadas inmediatamente por él, pero nunca de modo absoluto. Puesto que en el pensamiento filosófico reina el mayor vínculo posible, todos los grandes pensadores piensan lo mismo. Pero este «mismo» es tan esencial y tan rico que ninguno puede agotarlo, sino que cada uno no hace más que vincular a cada uno de los otros de modo más riguroso.

«El querer me parece sobre todo algo complejo, algo que sólo como palabra tiene una unidad—y precisamente en una palabra está encerrado el prejuicio popular que se ha adueñado de la precaución siempre escasa de los filósofos» (Más allá del bien γ del mal; VII, 28)—. Nietzsche se dirige aquí sobre todo contra Schopenhauer, que opinaba que la voluntad era la cosa más simple y conocida del mundo.” “Pero este planteamiento es un error. Según la convicción de Nietzsche, el error básico de Schopenhauer está en pensar que hay algo así como un querer puro, que sería más puro cuanto más completamente indeterminado se deje lo querido y más decididamente se excluya al que quiere. Por el contrario, en la esencia del querer radica que lo querido y el que quiere sean integrados en el querer

O ENSIMESMADO ESTÁ FORA DE SI: “La ira no podemos proponérnosla ni decidirla, sino que nos asalta, nos ataca, nos «afecta». Este asalto es repentino e impetuoso; nuestro ser se agita en el modo de la excitación; nos sobreexcita, es decir, nos lleva más allá de nosotros mismos, pero de manera tal que en la excitación ya no somos dueños de nosotros mismos. Se dice: actuó presa de sus afectos. El lenguaje popular muestra una visión aguda cuando respecto de alguien presa de excitación dice que «no se contiene». En el asalto de la excitación el contenerse desaparece y se transforma en explosión. Decimos: está fuera de sí de alegría.”

UM HOMEM E/OU UM RATO

O HOMEM REVOLTADO, O HOMEM INDISPOSTO

O HOMEM SOBREPOSTO, O HOMEM QUE PAGUIMPOSTO

O HOMEM SUPOSTO APENAS SUPOSTO HOMEM

O RATO ROEDOR-O HOMEM HONRADO

O HUMANÓIDE ROÍDO, O IMPÉRIO RUÍDO

O RATO RASGADO, O RATO HORRÍVEL

O HOMEM-RATO FUDIDO

O TATO EM FALTA O TETO PREENCHIDO

QUEM MEXEU NO MEU RATO

QUEM ESFAQUEOU O MEU HOMEM

QUEM ESCAPOU

PELO BURACO DA RATOEIRA

SEM DEIXAR VESTÍGIO

EIS A Q.: PEDIDO DE SOCORRO? “El odio no se esfuma después de una explosión, sino que crece y se endurece, carcome y consume nuestro ser.” “El irascible pierde la capacidad de meditar. El que odia potencia la meditación y la reflexión hasta el extremo de la astuta malevolencia.” Sou astuto ou me deixo levar como um balão mal-cuidado?

HOJE, EU TE JURO, ESTOU SUPERIOR A VOCÊ: “El amor no es ciego, sino clarividente; sólo el enamoramiento es ciego, fugaz y sorpresivo, un afecto, no una pasión. (…) gran pasión — el derroche y la invención, no sólo el poder dar sino el tener que dar y, al mismo tiempo, esa despreocupación por lo que ocurra con lo que se derrocha, esa superioridad que descansa en sí misma que caracteriza a la gran voluntad.” la interna ligereza de lo superior”

Nietzsche se queda en camino y le es siempre más urgente la caracterización inmediata de lo que quiere. Con tal actitud, adopta inmediatamente el lenguaje de su tiempo y de la «ciencia» contemporánea. Al hacerlo, no se arredra ante exageraciones conscientes e interpretaciones unilaterales, creyendo que de este modo puede destacar de la manera más clara posible lo que diferencia sus concepciones y sus preguntas de las corrientes. Al seguir este proceder mantiene, sin embargo, una visión del conjunto, y, por así decirlo, puede permitirse esas unilateralidades. El proceder se vuelve fatal, en cambio, cuando otros, sus lectores, recogen desde fuera esas proposiciones y, dependiendo de lo que se quiera que ofrezca Nietzsche en la ocasión, o bien las exponen como su opinión única, o bien lo refutan gratuitamente basándose en tales expresiones aisladas.O tipo Ceariba da minha contemporaneidade (os atrasados).

O ser consiste no consentimento.”

Aristóteles – Da Alma: “Su contenido no es una psicología, ni tampoco una biología. Es una metafísica de lo viviente, de lo cual también forma parte el hombre.”

Para Heidegger, Aristóteles, Leibniz e Kant não são idealistas, em que pese o que afirma: “Tomados en conjunto, los grandes pensadores no han otorgado nunca el primer rango a la representación en sus concepciones de la voluntad.” [!!!]

AGORA FALOU A MINHA LÍNGUA: “Da igual que se la llame idealista o no idealista, emocional o biológica, racional o irracional, en cualquier caso será una falsificación.”

sólo en la continua elevación lo elevado puede seguir siendo elevado y seguir estando en lo alto.”

GRANDE FALA DE HEGEL: “La belleza sin fuerza odia al entendimiento, porque éste le exige aquello de lo que no es capaz. Pero la vida del espíritu no es la vida que retrocede ante la muerte y se mantiene pura frente a la desolación, sino la que la soporta y se conserva en ella. El espíritu sólo conquista su verdad encontrándose a sí mismo en el desgarramiento absoluto. Es ese poder no como lo positivo que prescinde de lo negativo, como cuando decimos de algo que no es nada o es falso, y habiéndolo liquidado nos alejamos de él para pasar a otra cosa; sino que es ese poder en la medida en que mira a la cara a lo negativo, en que se detiene en él.”

Schopenhauer aparece, al contrario [da dissimulação e da hipocrisia do status quo, do Estado], como el testarudo [obstinado] moralista que en última instancia, para seguir teniendo razón con su apreciación moral, se convierte en negador del mundo. Finalmente en <místico>.” VdP

Die Briefe des Freiherrn Carl von Gersdorff an Friedrich Nietzsche, ed. por K. Schlechta.

Schopenhauer interpretó el hecho de ser ávidamente leído por el público culto como un triunfo filosófico sobre el idealismo alemán. Pero la razón de que Schopenhauer ocupara el primer lugar en la filosofía de esa época no radicaba en que su filosofía hubiera triunfado sobre el idealismo alemán sino en que los alemanes habían sucumbido ante el idealismo alemán, en que ya no sabían estar a su altura. Esta decadencia hizo de Schopenhauer un gran hombre, lo que tuvo como consecuencia que la filosofía del idealismo alemán, vista desde los lugares comunes schopenhauerianos, se convirtiera en algo extraño y extravagante y cayera en el olvido. Sólo con rodeos y extravíos volvemos a encontrar el camino que conduce hacia esta época del espíritu alemán. Estamos, sin embargo, muy alejados de una relación verdaderamente histórica con nuestra historia. Nietzsche sintió que aquí operaba una «grandiosa iniciativa» del pensamiento metafísico. Se quedó, no obstante, en este presentimiento, y así tenía que ser, pues la década de trabajo dedicada a la obra capital no le dejó la serenidad necesaria para demorarse en las espaciosas construcciones de la obra de Hegel y Schelling.”

El poder es la voluntad en cuanto querer-ir-más-allá-de-sí, pero precisamente por ello es volver-a-sí, encontrarse y afirmarse en la conclusa sencillez de la esencia”

Lo que se encuentra en Aristóteles como saber es aún filosofía, es decir, el libro citado de la Metafísica [o IX] es el más digno de cuestión de toda la filosofía aristotélica. (…) Pero la propia doctrina aristotélica es sólo una salida en una determinada dirección, el llegar-a-un-primer-final del primer inicio de la filosofía occidental en Anaximandro, Heráclito y Parménides”

Ser artista es un poder-producir. Pero producir quiere decir: llevar a ser algo que aún no es. En la producción asistimos, por así decirlo, al devenir del ente y nos es posible observar con limpidez su esencia.”

En qué medida el artista sólo es un estadio previo. El mundo como una obra de arte que se da a luz a sí misma…” VdP

Arte no mienta [nomeia] aquí el estrecho concepto actual, con el significado de «bellas artes» como producción de lo bello en la obra. Este antiguo uso de la palabra arte en un sentido más amplio, según el cual las bellas artes son sólo un tipo de arte entre otros, es interpretado por Nietzsche en el sentido de comprender toda producción como una correspondencia con las bellas artes y el artista respectivo. «El artista es sólo un estadio previo» se refiere al artista en sentido estrecho, al que produce obras de arte.”

ya en su primer escrito (El nacimiento de la tragedia a partir del espíritu de la música), ve Nietzsche al arte como carácter fundamental del ente. Así podemos comprender que en la época en que trabaja en La voluntad de poder vuelva a la posición sobre el arte que había formulado en El nacimiento de la tragédia

esa profesión de fe, ese evangelio del artista” VdP

A arte é a conexão entre o real e o fantástico de cada era, perfeitamente circulares, reversíveis, retroalimentares. Paifilhopai A conexão entre dois abismos centrípetos Eu não sou o fim, eu sou a conexão. Eu sou o Messias, mas o Messias traz a Mensagem.

El concepto de filosofía no debe determinarse más siguiendo la figura del moralista, de aquel que a este mundo, que no valdría nada, le opone otro más elevado. Por el contrario, en contra de estos filósofos morales nihilistas (cuyo ejemplo más reciente ve Nietzsche en Schopenhauer), hay que poner al antifilósofo, al filósofo que surge del contramovimiento, al «filósofo artista».”

Morreu um tipo de homem.

Antropomorfizou-se um tipo de morte.

(Ejercicios previos: 1) el que se configura a sí mismo, el ermitaño; 2) el artista, tal como ha sido hasta ahora, como pequeño ejecutor, en una materia [meu limite (infra-da20ano)])” VdP

Toda elevación creadora y todo el orgullo de la vida que descansa sobre sí misma constituyen, por el contrario, rebelión, ceguera y pecado.”

Felizmente los griegos no tenían vivencias, pero sí, en cambio,
un saber tan claro y originariamente desarrollado y una tal pasión por
el saber que en esa claridad del saber no precisaban «estética» alguna.”

El gran arte no es sólo grande ni se vuelve grande por la superior calidad de lo creado, sino porque es una «necesidad absoluta». Su rango es superior porque es esta necesidad, y mientras lo siga siendo; pues sólo en razón de la grandeza de su esencialidad crea a su vez un ámbito de grandeza para lo producido. Paralelamente al desarrollo del dominio de la estética y de la relación estética con el arte se produce en la época moderna la decadencia del gran arte en el sentido señalado. Esta decadencia no consiste en que la «calidad» sea inferior y el estilo descienda, sino en que se pierde la relación inmediata a la tarea fundamental de exponer lo absoluto, es decir, de ponerlo en cuanto tal como determinante dentro del ámbito del hombre histórico.“En el instante histórico en el que el desarrollo de la estética alcanza el punto más alto, abarcador y estricto posible, el gran arte ya ha llegado a su fin. El acabamiento de la estética tiene su grandeza por reconocer y expresar este final del gran arte como tal. La última y mayor estética de occidente es la de Hegel. Está formulada en sus Lecciones de estética, impartidas por última vez en 1928-1929 en la Universidad de Berlín.” «Los bellos días del arte griego ya se han ido, como la edad de oro de la baja Edad Media.» H.

Frente al hecho de que el arte ha abandonado su esencia, el siglo XIX acomete una vez más el intento de una «obra de arte total». Este esfuerzo está ligado al nombre de Richard Wagner. No es nada casual que no se limite a la creación de obras que sirvieran a ese fin, sino que esté acompañado y apoyado por reflexiones de principio, con sus correspondientes escritos. Citemos los más importantes: El arte y la revolución, 1849; La obra de arte del futuro, 1850; Ópera y drama, 1851; El arte alemán y la política alemana, 1865. No es posible aquí aclarar, ni siquiera en grandes rasgos, la complicada y confusa situación histórico-espiritual de mediados del siglo XIX. En la década de 1850 a 1860 se mezclan nuevamente, entrelazándose de extraña manera, la auténtica y bien conservada tradición de la gran época del movimiento alemán y el penoso vacío y desarraigo de la existencia que saldrán completamente a la luz en los «Gründerjahre» [1871-1873]. No podrá comprenderse nunca este siglo sumamente ambiguo recurriendo a una descripción sucesiva de sus diferentes períodos. Es necesario delimitarlo desde dos lados en dirección convergente, desde el último tercio del siglo XVIII y desde el primer tercio del siglo XX.”

la obra de arte debe ser una celebración de la comunidad del pueblo: «la» religión. Para ello, las artes determinantes son la poesía y la música. El propósito era que la música fuera un medio para hacer valer el drama, pero en realidad, en la forma de ópera, se convierte en el auténtico arte. El drama no tiene su peso y su esencia en la originariedad poética, es decir en la verdad conformada en la obra lingüística, sino en el carácter escénico de lo representado y de la gran coreografía. La arquitectura sólo vale en cuanto construcción de teatros, la pintura en cuanto decorado, la plástica en cuanto representación gestual del actor. La poesía y el lenguaje se quedan sin la esencial y decisiva fuerza conformadora del auténtico saber. Se busca el dominio del arte como música, y con él el domínio del puro estado sentimental: el frenesí y el ardor de los sentidos, la gran convulsión, el feliz terror de fundirse en el gozo, la desaparición en el «mar sin fondo de las armonías», el hundimiento en la embriaguez, la disolución en el puro sentimiento como forma de redención: «la vivencia» [antítese suprema do grego, certa falta inata de inocência ou transparência, pesantez, neblina, cenho e vida sobrecarregados, densos ao insuportável cúbico…] en cuanto tal se vuelve decisiva. La obra es ya sólo un excitante de la vivencia. Todo lo que se represente ha de actuar sólo [en soledad] como primer plano, como fachada, con la mira puesta en la impresión, el efecto, la voluntad de excitar: «teatro». El teatro y la orquesta determinan el arte.”

¿Y el estado en el que el preludio de Lohengrin, por ejemplo, transporta al oyente, y más aún a la oyente, se diferencia esencialmente del éxtasis sonambúlico? Después de escuchar este preludio le oí decir una vez a una italiana, con esos ojos belamente embelesados que saben poner las wagnerianas: <come si dorme con questa música!>”

Pero lo absoluto es ahora experimentado sólo como lo puramente carente de determinación, como la total disolución en el puro sentimiento, como el balancearse que se hunde en la nada. No es de sorprender que Wagner encontrara en la obra capital de Schopenhauer, que leyó detenidamente cuatro veces, la confirmación y explicación metafísica de su arte. Por más que, en su realización y en sus consecuencias, la voluntad wagneriana de construir la «obra de arte total» se convirtió de modo inevitable en lo contrario del gran arte, tal voluntad es, sin embargo, única en su tiempo y, a pesar de lo mucho de histriónico y aventurero que tuviera, eleva a Wagner por encima de los demás esfuerzos que se han hecho por el arte y por mantener su carácter esencial en la existencia.”

«Sin ninguna duda, Wagner les dio a los alemanes de esta época la idea más abarcadora de lo que podría ser un artista: el respeto por “<el artista> creció de pronto enormemente; suscitó por todas partes nuevas valoraciones, nuevos deseos, nuevas esperanzas; y quizás no en último término precisamente por el carácter meramente anunciador, incompleto, imperfecto de sus creaciones artísticas. ¡Quién no ha aprendido de él!»

NASCI “CERTO” AFINAL DE CONTAS: “Que el intento de Richard Wagner tuviera que fracasar se debe no solamente al predominio de la música respecto de las otras artes. Al contrario: que la música haya podido asumir esa preeminencia tiene ya su razón en el creciente desarrollo de una posición fundamental de tipo estético respecto del arte en su conjunto; se trata de la concepción y valoración del arte desde el mero estado sentimental y de la creciente barbarización de este último que lo convierte en la mera ebullición del sentimiento abandonado a sí mismo. Por otra parte, esta excitación de la embriaguez de los sentimientos, este desencadenarse de los afectos, podía tomarse como una salvación de la «vida», sobre todo frente al creciente desencanto y desolación de la existencia provocados por la industria, la técnica y la economía, en conjunción con el debilitamiento y vaciamiento de la fuerza conformadora del saber y la tradición, para no hablar de la falta de toda gran finalidad de la existencia. La ascensión a la ola de los sentimientos debía ofrecer ese espacio que faltaba, el espacio para una posición fundada y estructurada en medio del ente, posición que sólo la gran poesía y el gran pensar son capaces de crear.”

Pero puesto que Wagner buscaba meramente la ascensión de lo dionisíaco y desbordarse en él, mientras que Nietzsche queria sujetarlo y conformarlo, la ruptura entre ambos estaba ya predeterminada.”

Wagner no pertenecía a esa clase de personas para las que lo más horroroso son sus propios seguidores. Wagner necesitaba wagnerianos y wagnerianas. Nietzsche, en cambio, quiso y admiró a Wagner toda su vida; su disputa con él era de contenido y tenía una carácter esencial. Durante años aguardó y mantuvo la esperanza de que surgiera la posibilidad de una confrontación fértil.”

Sobre la relación entre Wagner y Nietzsche, cfr. Kurt Hildebrand, Wagner und Nietzsche; ihr Kampf gegen das 19. Jahrhundert [Wagner y Nietzsche; su lucha contra el siglo XIX], 1924.”

sabemos, por ejemplo, lo mucho que apreciaba Nietzsche una obra como el Nachsommer [Verano tardío] de Stifter, casi exactamente el mundo opuesto al de Wagner.”

GENEALOGIA SINUOSA DO FASCISMO: “Lo que en la época de Herder y Winckelmann estaba al servicio de una gran autorreflexión de la existencia histórica, es ejercido ahora por sí mismo, es decir como disciplina profesional; comienza la investigación histórica del arte propiamente dicha, aunque figuras como las de Jakob Burckhardt e Hippolyte Taine, a su vez totalmente diferentes entre sí, no pueden calibrarse con los instrumentos de medida de la especialización profesional. La investigación de la poesía desemboca en el ámbito de la filologia [temos de saber trafegar nas duas vias]; «creció con el sentido por lo pequeño, por la auténtica filología» (Dilthey, Gesammelte Schriften, XI, 216). La estética se convierte en una psicología que trabaja con métodos científico-naturales, es decir, los estados sentimentales son sometidos por sí mismos a experimentación, observación y medida en cuanto hechos que suceden; también aquí F. T. Vischer y W. Dilthey son excepciones, sostenidas y guiadas por la tradición de Hegel y Schiller. La historia de la poesía y de las artes plásticas consiste en que haya una ciencia de ellas que saque a la luz importantes conocimientos y al mismo tiempo mantenga despierta una disciplina de pensamiento. El cultivo de estas ciencias pasa por ser la auténtica realidad del «espíritu». La propia ciencia es, al igual que el arte, un fenómeno y un campo de actividad cultural. Pero allí donde lo «estético» no se convierte en objeto de investigación sino que determina la actitud del hombre, el estado estético se convierte en uno entre otros estados posibles, como p.ej. el político o el científico; el «hombre estético» es un producto del siglo XIX.”

VOLTAR AO FENÔMENO: “Lo que Hegel formulara respecto del arte —que había perdido poder en cuanto configuración y preservación determinante de lo absoluto— lo reconoce Nietzsche respecto de los «valores supremos» religión, moral y filosofía: la ausencia y la falta de fuerza creadora y de capacidad vinculante para fundar la existencia humano-histórica sobre el ente [sendo] en su totalidad. Pero mientras que para Hegel el arte, a diferencia de la religión, la moral y la filosofía, había caído en el nihilismo y se había transformado en algo pasado y carente de realidad efectiva, Nietzsche busca en él el contramovimiento [acabou X só está começando…]. En ello se muestra, a pesar de su essencial separación de Wagner, una repercusión de la voluntad wagneriana de «obra de arte total». (…) mientras que la estética hegeliana encontraba su desarrollo en una metafísica del espíritu, la meditación nietzscheana sobre el arte se convertía en una «fisiología del arte».”

«La estética no es más que una fisiología aplicada». De este modo, ya ni siquiera es «psicología», como ocurre en general en el siglo XIX, sino investigación científico-natural de los estados y processos corporales y de las causas que los provocan. (…) aquí se piensan hasta el final las consecuencias últimas del preguntar estético por el arte. El estado sentimental es reducido a excitaciones de las vías nerviosas, a estados corporales.

todo suceder es igualmente esencial e inesencial; en ese ámbito no hay ningún orden jerárquico ni se establecen criterios; todo es tal como es y sigue siendo lo que es, y su simple derecho radica en el hecho de que es. La fisiología no conoce ningún ámbito en el que algo estuviera sometido a decisión y elección. Dejar el arte en manos de la fisiología parece ser como rebajar el arte al nivel del funcionamento de los jugos gástricos. ¿Cómo podría el arte al mismo tiempo fundar y determinar la posición de valores auténtica y decisiva? El arte como contramovimiento al nihilismo y el arte como objeto de la fisiología, esto equivale a querer mezclar fuego y agua. Si aun es posible aquí un acuerdo, sólo lo será en el sentido de declarar que el arte, en cuanto objeto de la fisiología, no es el contramovimiento sino el movimiento capital y extremo del nihilismo.”

4) (…) la peligrosidad fisiológica del arte. Considerar: en qué medida nuestro valor «bello» es completamente antropomórfico: basado en presupuestos biológicos relativos al crecimiento y el progreso. (…)

7) La colaboración de las facultades artísticas en la vida normal, su ejercicio tonificante: inversamente lo feo.

8) La cuestión de las epidemias y el contagio.

9) El problema de la «salud» y la «histeria»; genio = neurosis.

10) El arte como sugestión, como medio de comunicación, como ámbito de invención de la induction psycho-motrice.

(…) 16) El tipo del romántico: ambiguo. Su consecuencia es el «naturalismo».

17) Problema del actor. La «falta de sinceridad», la típica capacidade de transformación como defecto de carácter… La falta de pudor, el payaso, el sátiro, el bufo, el Gil Blas, el actor que hace de artista…

Todo cuerpo viviente (Leib) es también un cuerpo físico (Körper), pero no todo cuerpo físico es un cuerpo viviente.”

la embriaguez de la fiesta, de la competición, de los accesos de valentía, de la victoria, de todo movimiento extremo; la embriaguez de la destrucción; la embriaguez bajo ciertas influencias meteorológicas, por ejemplo la embriaguez primaveral; finalmente la embriaguez de la voluntad, la embriaguez de una voluntad colmada y exhuberante.” “a embriaguez da festa, da competição, dos acessos de valentia, da vitória, de todo movimento extremo; a embriaguez da destruição; a embriaguez sob certas influências meteorológicas, por exemplo a embriaguez primaveril; finalmente a embriaguez da vontade, a embriaguez duma vontade abundante e exuberante.”

Según El nacimiento de la tragedia, el fragmento n. 798 y otros pasajes, sólo a lo dionisíaco le corresponde la embriaguez, mientras que a lo apolíneo le corresponde el sueño; ahora (El ocaso de los ídolos), en cambio, lo dionisíaco y lo apolíneo son dos tipos de embriaguez; éste es el estado fundamental. La doctrina definitiva de Nietzsche tiene que comprenderse de acuerdo con esta aclaración, aparentemente insignificante, pero muy esencial.” “La embriaguez es siempre un sentimiento de embriaguez.”

Una pesadez estomacal puede tender un velo de sombra sobre todas las cosas. Lo que normalmente nos parece indiferente resulta de pronto irritante y molesto. Lo que normalmente se hace con facilidad, queda paralizado. La voluntad puede interponerse, puede contener la desazón, pero no puede despertar y crear imediatamente el temple de ánimo contrario: en efecto, los temples de ánimo siempre son superados y transformados sólo por otros temples de ánimo.”

El temple de ánimo es precisamente el modo fundamental en el que estamos fuera de nosotros mismos. Pero así estamos esencialmente y siempre. En todo ello vibra el estado corporal, nos eleva y lleva más allá de nosotros mismos, o bien deja al hombre apático y prisionero de sí mismo. No estamos en primer lugar «vivos» y después tenemos un aparato llamado cuerpo, sino que vivimos (leben) en la medida en que vivimos corporalmente (leiben). Este vivir corporalmente es algo esencialmente diferente del mero estar sujeto a un organismo. La mayoría de lo que sabemos del cuerpo y del correspondiente vivir corporalmente en las ciencias naturales son comprobaciones en las que el cuerpo ha sido previamente malinterpretado como mero cuerpo físico. De ese modo pueden encontrarse muchas cosas, pero lo essencial y decisivo queda siempre ya fuera de la mirada y la comprensión; la búsqueda que va detrás de lo «anímico» para un cuerpo que previamente ha sido malinterpretado como cuerpo físico desconoce ya la situación real.”

De alguien que ha bebido mucho podemos decir que «tiene» una embriaguez, pero no que está embriagado. En ese caso, la embriaguez no es el estado en el que se está junto a sí y más allá de sí mismo, sino que lo que aquí llamamos «embriaguez» es, usando la expresión común, una mera «borrachera», que precisamente impide toda posibilidad de un estado tal.”

El acrecentamiento no quiere decir que «objetivamente» aparezca un plus, un incremento de fuerza, sino que debe entenderse en la dimensión del temple de ánimo: estar en subida, ser llevado por la subida. Del mismo modo, el sentimiento de plenitud no se refiere a una creciente acumulación de sucesos internos sino, sobre todo, a ese estar templado que se deja determinar de modo tal que para él nada es extraño ni nada es demasiado, que está abierto a todo y pronto para todo: el mayor frenesí y el riesgo supremo, uno junto al otro.”

«Los artistas no son los hombres de las grandes pasiones, cuenten lo que cuenten, a nosotros y a sí mismos.»

En la medida en que son artistas, es decir creadores, tienen que observarse, les falta pudor ante sí mismos, y más aún ante la gran pasión; en cuanto artistas tienen que explotarla, espiarla, sorprenderla y transformarla en la configuración creadora. Los artistas son demasiado curiosos para sólo ser grandes en una gran pasión, pues ésta no conoce la curiosidad respecto de sí misma (…) Los artistas, con su talento, son también siempre la víctima de su talento; éste les impide el puro derroche de la gran pasión.

«No se acaba con la propia pasión representándola: más bien, ya se ha acabado cuando se la representa.»

El estado artístico mismo no es nunca la gran pasión, pero es sin embargo pasión; y por ello ésta tiene continuidad al salir a captar la totalidad del ente, de manera tal que ese salir mismo se captura en su propio captar, se retiene en la mirada y se fuerza en una forma.”

La fórmula de la contraposición de lo apolíneo y lo dionisíaco hace tiempo que se ha convertido en el refugio de todo que se dice y escribe de modo confuso y confusionista sobre el arte y sobre Nietzsche. Para él esta contraposición siguió siendo una continua fuente de oscuridades no superadas y de nuevas preguntas.”

O FILÓSOFO DO MENOS? “En su contenido, Schopenhauer vive de aquellos a quienes denosta: Schelling y Hegel. A quien no denosta es a Kant; pero en cambio lo entiende radicalmente mal.” Não DEPRECIA Kant? Imagina se o fizesse! Talvez que Heidegger tenha entendido Schopenhauer (e seu pseudo-êmulo Nie.) radicalmente mal. Dialeticamente mal. Tragicamente mal. Genealogicamente mal.

Puede decirse que la Crítica del Juicio de Kant, la obra en la que está expuesta su estética, sólo ha tenido efecto hasta ahora por obra de malentendidos, proceso corriente en la historia de la filosofía. Schiller ha sido el único que comprendió algo essencial respecto de la doctrina kantiana de lo bello y del arte, aunque también el conocimiento al que llegó fue sepultado por las doctrinas estéticas del siglo XIX.

Si se determina que la relación con lo bello, el agrado, es «desinteresado», el estado estético será, de acuerdo con Schopenhauer, una suspensión de la voluntad, el apaciguamiento de todo tender, el puro reposo, el puro no-querer-nada-más, el puro estar suspendido en la impasibilidad. ¿Y Nietzsche? Nietzsche dice: El estado estético es la embriaguez. Esto es evidentemente lo opuesto de todo «agrado desinteresado», por lo tanto también el mayor antagonismo frente a Kant en lo que hace a la determinación del comportamiento respecto de lo bello.” Uma embriaguez anti-utilitária – como pôde Heidegger ser tão ingênuo?

Y cuando Nietzsche dice (La voluntad de poder, n. 804): «Lo bello no existe, del mismo modo en que no existe lo bueno y lo verdadero», coincide también con la opinión de Kant.”

La esencia del «placer de la reflexión» como comportamiento fundamental respecto de lo bello está expuesta en los parágrafos 57 a 59 de la Crítica del juicio.”

Este elevarnos más allá de nosotros mismos en la plenitud de nuestra capacidad esencial es lo que acontece, para Nietzsche, en la embriaguez. O sea que en la embriaguez se abre lo bello. Lo bello mismo es lo que transporta al sentimiento de embriaguez.”

Por mucho que el modo en que Nietzsche lo dice y lo expone pueda sonar al wagneriano torbellino de sentimientos y al mero hundirse en la mera «vivencia», lo que quiere es, con certeza, lo contrario. Lo extraño y casi absurdo reside sólo en el hecho de que intente acercar e imponer a sus contemporáneos esta concepción del estado estético empleando el lenguaje de la fisiología y la biología.”

el estado de creación es «un estado explosivo”

«Los artistas no deben ver nada tal como es, sino más pleno, más simple, más fuerte: para ello les tienen que ser propias una especie de juventud y primavera, una especie de embriaguez habitual en la vida.» [itálicos meus] (800)

Estou viciado no que já me viciou, mas como?

el efecto de la obra de arte no es otro que el de suscitar nuevamente el estado del creador en quien goza de ella. Recibir el arte es volver a realizar la creación.”

«Se es artista al precio de sentir como contenido, como <la cosa misma>, lo que todos los no artistas llaman <forma>. De este modo se está, evidentemente, en un mundo invertido: pues a partir de entonces el contenido se convierte en algo meramente formal, incluyendo nuestra vida.» (n. 818)

Cuanto menos violentemos la «estética» nietzscheana para convertirla en un edificio doctrinal aparentemente transparente, cuanto más dejemos seguir su propio camino a ese buscar y preguntar, con tanta mayor seguridad nos encontraremos con esas perspectivas y representaciones fundamentales en las que el conjunto adquiere para Nietzsche una unidad desarrollada, aunque oscura y carente de configuración. Es necesario aclarar esas representaciones si queremos comprender la posición metafísica fundamental del pensamiento de Nietzsche.” Às vezes o problema do curioso é exumar o cadáver do sagrado…

Incluso Kant, que gracias a su método trascendental tenía posibilidades más amplias y determinadas para interpretar la estética, quedó atrapado dentro de los límites del concepto moderno de sujeto.”

¿quién debe establecer qué es lo perfecto? Sólo pueden hacerlo aquellos que lo son y que por eso lo saben. Aquí se abre el abismo de ese girar en círculo en el que se mueve toda la existencia humana. Qué es salud, sólo puede decirlo quien está sano. Pero lo sano se mide de acuerdo con lo que se establezca como esencia de la salud. Qué es verdad sólo puede establecerlo quien es veraz; pero quién es veraz se determina de acuerdo con lo que se establezca como esencia de la verdad.” Porque sim, deve-se explicar aos tartamudos…

«El poeta hace entrar en juego la pulsión que quiere conocer, el músico la hace descansar» Aurora, 337

ahora también vemos con más claridad en qué sentido esa proposición nietzscheana es una inversión de la de Schopenhauer, que definía al arte como un «quietivo de la vida». La inversión no reside en suplantar simplemente «quietivo» por «estimulante», en cambiar lo que calma por lo que excita. La inversión es una transformación de la determinación esencial del arte. Este pensar acerca del arte es un pensar filosófico, un pensar que instaura una medida y que es por ello una confrontación histórica y se transforma en prefiguración de lo futuro.”

estamos a punto de creer que <bueno es lo que nos gusta>”

El arte no se somete simplemente a reglas, no sólo tiene leyes que seguir, sino que es en sí mismo legislación y sólo en cuanto tal es verdaderamente arte. Lo inagotable y lo que hay que crear es la ley. Lo que el arte que disuelve el estilo interpreta erróneamente como una mera efervescencia de sentimientos es, en esencia, la inquietud por encontrar la ley, que en el arte sólo se vuelve real cuando la ley se oculta en la libertad de la forma para entrar así en el juego abierto.” Crise de meia-idade é a adolescência dos lerdos de pensamento.

El pensar nietzscheano acerca del arte es, en su apariencia más inmediata, un pensar estético, mientras que en su voluntad más íntima es un pensar metafísico, es decir una determinación del ser del ente [do ser do sendo]. (…) El arte es para Nietzsche el modo esencial en el que el ente es creado como ente. Puesto que lo que importa es este carácter creador, legislador y conformador que posee el arte, la determinación esencial de este último sólo puede llevarse a buen fin si se pregunta qué es en cada caso lo creativo en el arte. Esta pregunta no se plantea con el propósito de comprobar psicológicamente cuáles son los motores de la creación artística que se dan en cada ocasión, sino como una pregunta que decide si, cuando y cómo están o no están dadas las condiciones fundamentales del arte de gran estilo. Esta pregunta no es para Nietzsche una pregunta de la historia del arte en sentido corriente sino en sentido esencial, una pregunta que contribuye a configurar la historia futura de la existencia.”

Los términos «romántico» y «clásico» no constituyen más que una fachada y un punto de apoyo.”

Todo homem faminto não passa de um nostálgico.”

QUEM NÃO ACREDITA EM SUPERIORIDADE INATA PATINHO FEIO É: “el anhelo de cambio y devenir también puede surgir del descontento de quienes odian todo lo existente simplemente porque existe. Aquí lo creador es el rechazo de quienes sufren una carencia, de los desfavorecidos, de los frustrados, para los cuales toda superioridad existente es ya una objeción en contra de su derecho de existir. //Análogamente, el anhelo de ser, la voluntad de eternización puede provenir de la posesión de la plenitud, del agradecimiento por lo que es; pero lo permanente y vinculante puede también ser instituído como ley y coacción por la tiranía de un querer que quisiera liberarse de su padecimiento más propio.”

El gran estilo es la voluntad activa de ser, pero de manera tal que conserva en sí el devenir.”

A propósito de esto, hay que reflexionar sobre el significado que tiene para la metafísica de Nietzsche la prioridad, expresamente recalcada [enfatizar, ao contrário da convicção vulgar], de la distinción activo-reactivo respecto de la de ser y devenir. Pues formalmente podría alojarse la distinción activo-reactivo dentro de uno de los miembros de la oposición subordinada, dentro del devenir. La conjunción en una unidad originaria de lo activo y del ser y el devenir, conjunción propia del gran estilo, tiene por lo tanto que estar comprendida en la voluntad de poder, si se piensa a ésta de modo metafísico. Pero la voluntad de poder es como eterno retorno. En él Nietzsche quiere pensar conjuntamente, en una unidad originaria, ser y devenir, acción y reacción. Con esto tenemos una visión del horizonte metafísico en el que hay que pensar lo que Nietzsche llama gran estilo y, en general, arte.”

El gran estilo es el sentimiento supremo de poder. El arte romántico, que surge del disgusto y de la carencia, es un querer-alejarse-de-sí. Pero querer, de acuerdo con su esencia propia, es: querer-a-sí-mismo, el «sí» no entendido nunca como algo que está sólo allí delante y simplemente subsiste, sino como lo que aún quiere devenir lo que es. El querer en sentido propio no es un alejarse-de-sí, y sí en cambio un ir-más-allá-de-sí en el que, en ese sobrepasarse, la voluntad recoge [reavém] precisamente al que quiere, lo lleva consigo y lo transforma. Por eso, querer-alejarse-de-sí es, en el fondo, un no-querer.”

De acuerdo con ello, el cuerpo y lo fisiológico son también más conocidos y, en cuanto pertenecen al hombre, son para él lo más conocido. En la medida, sin embargo, en que el arte se funda en el estado estético y éste tiene que ser comprendido de modo fisiológico, el arte es la forma más conocida de la voluntad de poder, pero al mismo tiempo también la más transparente. El estado estético es un hacer y un recibir que llevamos a cabo nosotros mismos. No assistimos simplemente como espectadores a un suceder, sino que nos mantenemos nosotros mismos en ese estado.”

Como ente-en-sí vale, desde Platón, lo suprasensible, lo que está eximido y sustraído de la mutabilidad de lo sensible. Para Nietzsche, el valor de algo se mide de acuerdo con lo que contribuya a acrecentar la realidad del ente. El arte tiene más valor que la verdad, quiere decir: el arte, en cuanto «sensible» es más ente que lo suprasensible. Si este ente era tenido hasta ahora por el más elevado y el arte es, sin embargo, más ente, el arte se revela como lo que es más ente dentro del ente, como el acontecer fundamental dentro del ente en su totalidad.”

el nihilismo, es decir el platonismo, pone como lo que es verdaderamente a lo suprasensible, desde lo cual todos los demás entes se rebajan a lo que propiamente no es, se los difama y se los declara nulos.”

Pôncio

En el diccionario los significados están enumerados y listos para que se los escoja. La vida del lenguaje real reside en la multivocidad. La transformación de la palabra viviente y fluctuante en la rigidez de una serie de signos unívoca y mecánicamente fijada sería la muerte del lenguaje y la congelación y devastación de la existencia.”

Cuando Hegel o Goethe dicen la palabra «cultura» y cuando la dice una persona culta de los años noventa del siglo pasado, no sólo el contenido formal del significado de la palabra es diferente, sino que también difiere, aunque no carezca de relación, el mundo contenido en el decir.”

La voluntad de originariedad, de estrictez y medida en la palabra no es, por lo tanto, un jugueteo estético sino el trabajo en el núcleo esencial de nuestra existencia en cuanto existencia histórica.”

Así como llamamos justicia a la esencia de lo justo, cobardía a la esencia de lo cobarde, y belleza a la esencia de lo bello, la esencia de lo verdadero tiene que llamarse verdad. Pero la verdad, en cuanto esencia de lo verdadero, es sólo una, pues la esencia de algo es aquello en lo que coincide todo lo que tiene tal esencia, en nuestro caso, todo lo verdadero.”

Si la tomamos en cambio en el significado que alude a una pluralidad, la palabra «verdad» no nombra la esencia de lo verdadero sino, en cada caso, algo verdadero en cuanto tal. Ahora bien, la esencia de una cosa puede comprenderse preferente o exclusivamente como aquello que corresponde a todo lo que satisface esa esencia.”

La objeción de que la mutación de la esencia conduce al relativismo es sólo posible sobre la base del desconocimiento de la esencia de lo absoluto y de la esencialidad de la esencia.”

El hecho de que en el pensamiento de Nietzsche falte la pregunta por la esencia de la verdad es una omisión de un tipo peculiar, omisión que, en caso de que pueda achacarse a alguien, no sería sólo ni en primer lugar a él. Esta «omisión» atraviesa, desde Platón y Aristóteles, toda la historia de la filosofia occidental.” Blá, blá, blá… “Que muchos pensadores se ocupen del concepto de verdad, que Descartes interprete la verdad como certeza, que Kant, no independientemente de este giro, distinga una verdad empírica y una trascendental, que Hegel elabore una nueva determinación de la importante distinción entre verdad abstracta y concreta, es decir entre verdad científica y especulativa, que Nietzsche diga que «la verdad» es el error, todos éstos son avances esenciales del preguntar pensante. ¡Y sin embargo! Todos ellos dejan intacta la esencia misma de la verdad.” Querida, Desmistifiquei as Crianças!

predicar acerca de una «esencia eterna e inmutable de la ciencia», o es una mera manera de hablar que no toma en serio ella misma lo que dice o, de lo contrario, implica un desconocimiento de los hechos fundamentales que conciernen al origen del concepto occidental de saber.”

Só a carne tem sombra.

En su época de Basilea impartió en varias ocasiones lecciones sobre Platón: «Introducción al estudio de los diálogos platónicos», 1871-1872 y 1873-1874», y «Vida y doctrina de Platón», 1876 (cfr. XIX, 235-ss.).” Verificar XIX do Obras Completas

El propio Schopenhauer basa toda su filosofia consciente y expresamente en Platón y en Kant. Así, en el prólogo de su obra capital, El mundo como voluntad γ representación (1818), escribe: «La filosofía de Kant es pues la única respecto de la cual se presupone un conocimiento detallado en lo que se va a exponer. Pero si además de ello, el lector también se ha detenido en la escuela del divino Platón, estará tanto mejor preparado y será tanto más receptivo para escucharme». En tercer lugar, nombra además a los Veda hindúes.”

Ya en sus años juveniles, su interpretación de Platón alcanza (con las lecciones de Basilea) una notable independencia y con ella una mayor verdad que la de Schopenhauer.”

La experiencia fundamental de Nietzsche es la creciente comprensión del hecho básico de nuestra historia. Este es, para él, el nihilismo. Nietzsche no ha cesado de expresar de forma apasionada esta experiencia fundamental de su existencia pensante. Para los ciegos, para quienes no pueden y sobre todo no quieren ver, sus palabras suenan fácilmente como algo desmesurado, como un delirio. Y sin embargo, si evaluamos la profundidad de su comprensión y reflexionamos acerca de la cercanía con la que el hecho histórico fundamental del nihilismo lo acosaba, casi podría decirse que sus palabras son suaves.”

Por poner una meta Nietzsche entiende la tarea metafísica de establecer un orden del ente en su totalidad, no simplemente la indicación de un hacia dónde y para qué provisorios.”

Esta no puede afectar sólo a determinados grupos, clases y sectas, ni siquiera a determinados estados y pueblos, sino que tiene que ser, como mínimo, europea.” Que golpe!

Pero la auténtica lucha es aquella en la que los que luchan se superan alternativamente y despliegan desde sí la fuerza para esta superación.” A verdade é que nunca lutei de verdade, porque sempre superei meus “rivais” de golpe só, isso na remota possibilidade em que já não era superior a eles de nascença.

El gran estilo sólo puede crearse a través de la gran política, y la gran política tiene la más íntima ley de su voluntad en el gran estilo. ¿Qué dice Nietzsche acerca del gran estilo?”

Me chame quando tudo estiver pronto. Acho que vou hibernar um pouco no meu caixão de tampa de crosta de gelo.

«Lo que hace el gran estilo: convertirse en amo tanto de la propia dicha como de la propia desdicha.» (Proyectos e ideas para una continuación independiente del Zaratustra, del año 1885; XII, 415)

¿Por qué falta esa fuerza fundamental para ganar de modo creador un puesto en medio del ente? Respuesta: porque desde hace tiempo que se la ha debilitado contínuamente y transformado en su opuesto. El principal debilitamiento de la fuerza fundamental de la existencia consiste en la difamación y degradación de la fuerza fundadora de metas de la «vida» misma.”

«Ya no somos más cristianos: nos hemos salido del cristianismo no porque hayamos habitado demasiado lejos de él sino porque hemos habitado demasiado cerca suyo, más aún, porque hemos salido de él; es nuestra propia piedad más estricta y exigente lo que hoy nos prohibe seguir siendo cristianos.» (XIII, 318)

el hecho de que [caracteres gregos – arte como técnica], como «poesía», se haya convertido preferentemente en el nombre del arte de la palabra, el arte poético, es un testimonio de la posición preeminente que adquiere este arte dentro de la totalidad del arte griego. Por ello tampoco es casual que Platón, cuando lleva a la palabra la relación entre arte y verdad y plantea una decisión de la misma, trate en primer lugar y de manera dominante del arte poético y del poeta.”

el conocimiento decisivo de todo el diálogo sobre la república reza: es esencialmente necesario que los filósofos sean los gobernantes (cfr. Politeia, V, 473). Esta proposición no quiere decir: los profesores de filosofía deben dirigir los asuntos del Estado, sino: los modos de comportamiento fundamentales que sostienen y determinan a la comunidad tienen que estar fundados en el saber esencial, en el supuesto, claro, de que la comunidad, en cuanto orden del ser, se funde desde sí misma y no quiera tomar sus criterios de un orden diferente. La libre autofundación de la existencia histórica se coloca a sí misma bajo la jurisdicción del saber, y no de la fe, en la medida en que por ésta se entienda una manifestación divina de la verdad autorizada por una revelación.”

É essencialmente necessário que não haja reis, santos nem o político de vocação de que falaria Weber, em suma, à frente do Estado. Apenas o mundano esclarecido cuidando do mundano (e, por incrível que pareça, na definição tipológica weberiana ainda restam traços de uma “metafísica”, vestígios do sagrado, uma nostalgia de predestinação, a negação, por inferência, pelo tipo oposto, de que o sábio deva se interessar por política, como se ou a própria política ou, pior, o mundo – indiretamente, o sábio! –, não fossem coisa deste mundo…). O homem governa o homem. O primado não cabe a uma classe política, que é “pura mitologia” de nossa época. Pensamento (o weberiano) decadente ou pretensioso demais, mas natural, do ponto de vista lógico, se oriundo da primeira metade do século XX.

El planteamiento de la República y el del Banquete se funden en el Fedro en una base originaria y al mismo tiempo en vista a las cuestiones fundamentales de la filosofía. Se hace alusión a esto para que no olvidemos ya ahora que las consideraciones sobre el arte de la República, las únicas importantes para nosotros por el momento, no constituyen la totalidad de la meditación platônica al respecto.”

el Stellmacher es el que hace [macht] productos [Gestelle]”

#TítulosdeLivros

  • SEM ESPELHOS

  • …E VIVA O ÓCIO!

Algo superior y algo inferior pueden mantener una distancia y un antagonismo, pero nunca una discrepancia, porque les falta la igualdad de medida.”

O Fedro como o diálogo mais perfeito de Platão.

cuanto más cae la mayor parte de los hombres en la vida cotidiana en la apariencia del caso y en las opiniones corrientes acerca del ente, sintiéndose bien en ello y encontrándose así justificados, tanto más «se oculta» para ellos el ser”

Só na medida em que o ser é capaz de desdobrar o poder «erótico» em referência ao homem, só nessa medida ele é capaz de pensar no ser mesmo e de superar o esquecimento do ser.”

Lo bello es ese movimiento en sí mismo antagónico que se compromete en la apariencia sensible más cercana y, al hacerlo, se eleva al mismo tiempo hacia el ser: es lo que cautiva y arrebata [das Berückend-Entrückende]. Es lo bello, por lo tanto, lo que nos arranca del olvido del ser y nos proporciona la mirada a él.”

La mirada llega a la mayor y más distante lejanía del ser, y al mismo tiempo a la más próxima y brillante cercanía del parecer.”

esta desunión, esta discrepancia en sentido amplio, para Platón no provoca pavor, sino que es bienhechora [benfeitora]. Lo bello eleva más allá de lo sensible y retrotrae hacia lo verdadero.”

PENSAMENTO IDIÓTICO: “En la época en la que la inversión del platonismo se convirtió para Nietzsche en una expulsión de él [del platonismo], le sobrevino la locura. Hasta ahora ni se ha reconocido que esta inversión es el último paso dado por Nietzsche, ni se ha visto que sólo ha sido consumado con claridad en el último año de creación (1888).”

HEIDEGGER FALANDO DE SI MESMO: “Cuanto más preciso y simple sea el modo en el que se reconduce la historia del pensamiento occidental a sus pocos pasos esenciales desde un preguntar decisivo, tanto más crece su fuerza anticipadora y vinculante, especialmente si se trata de superarla. Quien cree que el pensar filosófico puede deshacerse de esa historia con una simple decisión, se encontrará sin advertirlo golpeado por ella misma, com un golpe del que nunca podrá recuperarse, porque es el golpe de la ceguera. Ésta cree ser original cuando no hace más que repetir lo recibido y mezclar interpretaciones heredadas para formar algo pretendidamente nuevo. Cuanto mayor tenga que ser un cambio, tanto más profundamente partirá de su historia.”

Los seis períodos de la historia del platonismo que termina con la expulsión de él, son los siguientes:

«1) El mundo verdadero, alcanzable para el sabio, el piadoso, el virtuoso; éste vive en él, es él». Aquí se constata la fundación de la doctrina por parte de Platón. Aparentemente no se trata específicamente del mundo verdadero sino sólo del modo en el que el hombre se relaciona con él y de la medida en que es alcanzable.Y la determinación esencial del mundo verdadero radica en que es alcanzable para el hombre aquí y ahora, aunque no para cualquiera ni sin ninguna condición. El mundo verdadero es alcanzable para el virtuoso (…) «(La forma más antigua de la idea, relativamente inteligente, simple, convincente. Paráfrasis de la proposición ‘yo, Platón, soy la verdad’)». (…) El «mundo verdadero» no es el objeto de una doctrina sino el poder de la existencia, lo presente que ilumina, el puro aparecer sin velo.

«2) El mundo verdadero, inalcanzable por ahora, pero prometido a los sabios, los píos, los virtuosos (‘al pecador que cumple penitencia’).»

(…)

Comienza la posibilidad del sí y el no, del «tanto lo uno como lo otro»; el aparente decir sí al lado de acá, pero con reservas; la posibilidad de participar en el lado de acá, pero dejando abierta una última puerta trasera. [É instrutivo que o Além não exista sem o Aqui em nenhuma religião.]” Advento do Platonismo. «(Progreso de la idea: se vuelve más fina, más capciosa, más inaprehensible; se vuelve mujer, se vuelve cristiana…)»

«3) El verdadero mundo, inalcanzable, indemostrable, imprometible, pero ya en cuanto pensado un consuelo, una obligación, un imperativo.» 2000 anos jogados fora¿

Lo suprasensible es ahora un postulado de la razón práctica; incluso fuera de toda posibilidad de experiencia y de demostración, es exigido como algo necesariamente existente con el fin de salvar un fundamento suficiente para la legalidad de la razón. Se duda críticamente de la posibilidad de acceder a lo suprasensible por la vía del conocimiento, pero sólo para dejar lugar a la fe en la exigencia racional. Nada cambia con Kant respecto de la existencia y la estructura de la imagen cristiana del mundo, sólo que toda la luz del conocimiento cae sobre la experiencia, es decir sobre la interpretación científico natural-matemática del «mundo.” «(En el fondo, el antiguo sol, pero a través de la niebla y el escepticismo; la idea se ha vuelto sublime, pálida, nórdica, königsbergiana)» Nunca estive errado: Könisberg já foi território russo, teutônico (prússio), soviético e, finalmente, russo novamente, agora como Kalinigrado! Mas esse promete não ser o fim: Wikipédia da cidade: “Germany currently places no claims, however it also has not renounced any claims to the possibility of territory reunification.” “It was the easternmost large city in Germany until it was captured by the Soviet Union on 9 April 1945, near the end of World War II.” Hoje, 09/04/17. Terra natal também de Hannah Arendt.

Voltando ao Plato-Kantismo, o Cristianismo do advogado de coração puro. A má-fé já se cristalizou debaixo da carne mole do coração e das ondas cerebrais conscientes.

«4) El mundo verdadero, ¿inalcanzable? En todo caso, inalcanzado. Y en cuanto inalcanzado también desconocido. En consecuencia, no consuela, ni redime, ni obliga: ¿a qué podría obligarnos algo desconocido?…» No que o pai cria já não crê o filho.

Es la época posterior a la del dominio del idealismo alemán, a mediados del siglo pasado.” Ápice da aceleração histórica.

Se muestra que lo suprasensible no ha entrado en la filosofía kantiana en razón de los principios filosóficos del conocimiento, sino como consecuencia de inquebrantadas presuposiciones teológico-cristianas. Respecto de esto, Nietzsche comenta en una ocasión refiriéndose a Leibniz, Kant, Fichte, Schelling, Hegel y Schopenhauer: «Son todos meros Schleiermachers» (XV, 112)”

el rechazo, aunque sea poco sutil, de lo suprasensible por desconocido, por ser aquello que según Kant ningún conocimiento por principio habría de alcanzar, es el primer albor de «probidad» de la meditación dentro de la capciosidad y la «falsa moneda» que se había vuelto dominante con el platonismo. Por eso:

«(Mañana gris. Primer bostezo [bocejo] de la razón. Canto del gallo del positivismo)».”

«5) El ‘mundo verdadero’—una idea que no sirve ya para nada, que ya ni siquiera obliga—, una idea inútil, que se ha vuelto superflua, en consecuencia una idea refutada: ¡suprimámosla!» Mas não é mais frustrante como fôra outrora…

Ahora escribe el «mundo verdadero » entre comillas.”

«(Día claro; desayuno; retorno del bon sens y de la alegría; sonrojo [rubor; ofensa] de Platón; gritería infernal de todos los espíritus libres)».”

Nietzsche no quiere quedarse en el amanecer, ni se contenta con una simple mañana. A pesar de la eliminación del mundo suprasensible como mundo verdadero, sigue estando el lugar vacío de ese arriba y la hendidura en la construcción entre un arriba y un abajo: el platonismo.”

«6) Hemos suprimido el mundo verdadero: ¿qué mundo queda? ¿el aparente quizá?…¡Pues no! ¡con el mundo verdadero también hemos suprimido el aparente!»

O itálico representa a velocidade da luz das conclusões enfáticas, rááááá…

Mediodía; instante de la sombra más corta; fin del error más largo; punto más elevado de la humanidad”

A L U Z C E G A

la expresión «punto más elevado de la humanidad» tiene que entenderse como el punto culminante de la decisión acerca de si, con el final del platonismo, también debe llegar a su final el hombre tal como es hasta el momento, de si debe llegarse a ese tipo de hombre que Nietzsche designa como el «último hombre»; o si más bien ese hombre puede ser superado y comenzar el «superhombre»” Não faz sentido uma opção entre os dois; seria uma série inevitável. Nada muito animador! Segundo H., é necessário assumir a hipótese de que escolheu-se o último homem. O que advém¿ Baudrillard, e depois a implosão e (p)recessão im(pre)visíveis¿ “El gran peligro que Nietzsche ve es el de quedarse en el último hombre, en un mero arranque [arrebatamento; preâmbulo], en la difusión cada vez mayor y en el aplanamiento creciente del último hombre.”

«Deseo para mí mismo y para todos los que viven —para todos los que se permiten vivir— sin los miedos de una conciencia puritana una espiritualización y una multiplicación cada vez mayor de sus sentidos; sí, queremos estar agradecidos a los sentidos por su fineza, su plenitud y su fuerza, y ofrecerles en cambio lo mejor del espíritu que tengamos»

la inversión tiene que convertirse en una expulsión fuera del platonismo.”

La representación mecanicista de una naturaleza «sin vida» es sólo una hipótesis con fines de cálculo; pasa por alto que también en ella reinan relaciones de fuerzas y, por lo tanto, de perspectivas. Todo punto de fuerza es en sí mismo perspectivista. De eso se desprende claramente «que no hay un mundo inorgánico» (XIII, 81). Todo lo «real» es viviente, es en sí mismo perspectivista y se afirma en su perspectiva frente a otras.”

ETERNO RETORNO E GARGALHADAS: “Queda abierta la pregunta de si esa extrañeza puede eliminarse con la interpretación de la doctrina del eterno retorno de lo mismo que hace Ernst Bertram en su muy leído libro sobre Nietzsche, en el que la llama «ese engañoso y burlesco misterio de la locura del último Nietzsche» (2ed., p. 12).”

Con demasiada facilidad podría intentar explicarse este modo de hablar de sí mismo en sus escritos diciendo que Nietzsche es víctima de una exagerada tendencia a autoobservarse y autoexponerse. Si se le agrega la circunstancia de que su vida terminó en la locura, la cuenta cuadrará fácilmente: este dar importancia a la propia persona se tomará como un anuncio de la posterior locura. En qué medida es éste un juicio falaz es algo que al final de estas lecciones tendrá que desprenderse por sí mismo. (…) su tarea pensante y el instante histórico de ésta. La reflexión sobre sí mismo a la que contínuamente vuelve Nietzsche es lo opuesto de un vanidoso mirarse en el espejo, es la preparación siempre renovada para el sacrificio que su tarea exigía de él, una necesidad que sintió desde el tiempo lúcido de su juventud.”

(Mein Leben. Autobiographische Skizze des jungen Nietzsche [Mi vida. Esbozos autobiográficos del joven Nietzsche], Francfort, 1936) Esta autopresentación no fue encontrada hasta 1936, al revisar la hermana de Nietzsche sus manuscritos postumos, y fue publicada separadamente por el Archivo Nietzsche siguiendo una sugerencia mía.”

Las miradas retrospectivas γ panorámicas que Nietzsche dirige a su propia vida son siempre y exclusivamente miradas anticipadoras en dirección de su tarea. Ésta es para él la auténtica realidad. En ella vibran todas sus relaciones, tanto las que mantiene consigo mismo como con las personas cercanas o con los extraños que quiere conquistar. Desde esta perspectiva tenemos que interpretar asimismo el sorprendente hecho de que, por ejemplo, los esbozos de sus cartas los escribiera directamente en sus «manuscritos», no por ahorrar [economizar] papel, sino porque las cartas, pues también ellas son meditaciones, pertenecen a la obra.”

Por mucho que por momentos tenga la apariencia contraria, estos comentarios han sido para él lo más difícil, porque pertenecen al carácter único de una misión que era sólo suya. Ésta consiste, entre otras cosas, en hacer visible por medio de la propia historia, en una época de decadencia, de falsificación de todo, de mera actividad en todos los ámbitos, que el pensar de gran estilo es un auténtico actuar, un actuar en su forma más poderosa, aunque también más silenciosa. Aquí la habitual distinción entre la «mera teoría» y la «práctica» útil no tiene ya ningún sentido. Pero Nietzsche también sabía que los creadores poseen la grave distinción de no tener que necesitar de los otros para liberarse del pequeño yo propio”

BOSQUELAGO

bosquelago lagobosque pedrapiramidal spielbergiana

bosta purê de batata hmmm vida inteligente inexistente sou eu

bosqueja bosteja hey you hel-her enxaqueca com aura perdida da obra de arte

fumando na janela suado e zoado pelos colegas vingançaulo

dente do tempo

dragão cearense

roca do dentista broca piramidal

egipto antigus

não mais que eu

cri-cri

interpretação cabal

(Quien no conozca este paisaje lo encontrará descrito por C. F. Meyer en el comienzo de su Jürg Jenatsch.)”

O ÚLTIMO JANTAR DOS PATRÍCIOS

O SEXTO MACARRÃO INSTANTÂNEO ENTRE 3 AMIGOS:

É QUASE MADRUGADA

SILSMARIA
30/04/2017 00:28

Estamos acostumbrados a considerar que esos pensamientos son «meros» pensamientos, algo irreal e inefectivo. Pero en verdad, el pensamiento del eterno retorno de lo mismo es una conmoción de todo el ser. El ámbito visual al que el pensador dirige su mirada no es ya el horizonte de sus «vivencias personales», es algo diferente de él mismo, algo que le ha pasado por debajo y por encima y desde entonces está allí, algo que a él, el pensador, ya no le pertenece, sino algo a lo que él pertenece.”

DESCONFIE DOS PEDAGOGOS APAIXONADOS

«Apenas se lo comunica, ya no se ama lo suficiente el propio conocimiento» (Más allá del bien γ del mal, 160)

Aurora. Lleva como epígrafe un aforismo del Rigveda indio: «Hay tantas auroras que aún no han alumbrado».”

quien calla absolutamente delata precisamente que calla; quien, en cambio, al comunicarse de manera ocultadora habla parcamente, calla que en realidad calla.”

Sin la técnica de los grandes laboratorios, sin la técnica de las grandes bibliotecas y archivos y sin la técnica de un perfecto sistema de información, son hoy impensables tanto un trabajo científico fértil como el efecto que le corresponde. Todo debilitamiento, todo freno de estos estados de cosas es reacción.

A diferencia de la «ciencia», la situación en la filosofía es totalmente diferente. Cuando se dice aquí «filosofía» se hace referencia exclusivamente a la creación de los grandes pensadores. Esta creación tiene sus propios tiempos y sus propias leyes también en lo que hace al modo de comunicarse. La prisa por exponer resultados y el miedo de llegar tarde desaparecen ya por el hecho de que forma parte de la esencia de toda auténtica filosofía que sea necesariamente mal entendida por sus contemporáneos. Incluso respecto de sí mismo el filósofo tiene que dejar se ser su propio contemporáneo. Cuanto más esencial y revolucionaria es una filosofía, tanto más necesita que se formen primero aquellos hombres y aquellas generaciones que habrán de asumirla. En ese sentido, aún hoy tenemos que esforzarnos, por ejemplo, en comprender el contenido esencial de la filosofía de Kant, liberándola de las falsas interpretaciones de sus contemporáneos y sus seguidores.”

la expresión de Feuerbach: «el hombre es [ist] lo que come [isst]»”

O PAI MORTO, A MÃE TIRÂNICA E O IRMÃO INDESEJADO

«Contra la doctrina de la influencia del milieu y de las causas exteriores: la fuerza interior es infinitamente superior.» VdP

Tu te afastas com freqüência das boas companhias, não é, Rafa¿

«¿Qué vuelve heroico?», pregunta Nietzsche en La gaya ciencia (n. 268). Respuesta: «Ir al mismo tiempo al encuentro de su supremo sufrimiento y de su suprema esperanza» (…) es decir, no engañarse con la pretendida victoria.”

sólo en el ámbito del conocimiento y de quien conoce acontece la suprema tragedia: «Los supremos motivos trágicos no han sido hasta ahora utilizados: los poetas nada saben por experiencia de las cien tragedias del que conoce» (XII, 246; 1881/82).”

para hacer que comience el pensamiento más grave, es decir la tragedia, previamente tiene que crear poeticamente al pensador que pueda pensarlo. Esto acontece en la obra que comienza a gestarse en 1883, un año después de La gaya ciencia.”

Este final de La gaya ciencia constituirá, sin alteración ninguna, el comienzo de la primera parte de Asi habló Zaratustra, publicada al año siguiente. Sólo el nombre del lago, «Urmi», será sustituido por «el lago de su país natal». Al comenzar la tragedia de Zaratustra comienza su ocaso.”

en el instante en que comienza, todo lo que se suele tomar por «tragedia» ya ha sucedido; «tan sólo» acontece el ocaso.”

ODE ALOÍSIA

Yo os digo: hay que tener aún caos dentro de sí para poder dar a luz una estrella que dance. Yo os digo: aún tenéis caos dentro de vosotros.

¡Ay! Llega el tiempo en el que el hombre ya no dará a luz ninguna estrella. ¡Ay! Llega el tiempo del hombre más despreciable, del que ya no puede despreciarse a sí mismo.

¡Mirad! Os muestro al último hombre.

Mientras el desprecio provenga de la repugnancia por lo despreciado no es aún el supremo desprecio; ese desprecio por repugnancia es aún él mismo despreciable”

* * *

«El necesario ocultamiento del sabio: su conciencia de no ser comprendido en absoluto; su maquiavelismo, su frialdad frente a lo actual.» (XIII, 37; 1884)

Y si decimos que esta obra es el centro de la filosofía de Nietzsche hay que decir al mismo tiempo que está totalmente fuera del centro, que es «excéntrica» respecto de ella. Y si se recalca [releva] que es la cima más alta que alcanzó el pensamiento de Nietzsche, nos olvidamos, o mejor, tenemos poca idea de que, precisamente después del Zaratustra, en los años 1884-1889, su pensamiento dio aún pasos esenciales que lo pusieron ante nuevas transformaciones.

A la obra que lleva por título Así habló Zaratustra Nietzsche le puso un subtítulo que reza: «Un libro para todos y para ninguno». Lo que el libro dice está dirigido a cada uno, a todos; pero nadie tiene el derecho de leer verdaderamente el libro mientras permanezca tal como simplemente es, es decir, si previa y simultáneamente no se transforma; o sea que es un libro para ninguno de todos nosotros tal como simplemente somos: un libro para todos y para ninguno, por lo tanto un libro que nunca puede ni debe simplemente «leerse».”

En la época de Aurora, alrededor de 1881, apuntó (XI, 159):

«Lo nuevo de nuestra posición actual respecto de la filosofía es una convicción que ninguna época había tenido: que no tenemos la verdad. Todos los hombres anteriores <tenían la verdad>, incluso los escépticos.»”

«Profunda aversión a descansar de una vez por todas en alguna consideración global del mundo. Encanto del modo de pensar opuesto: no dejarse quitar el atractivo del carácter enigmático.» (La voluntad de poder, n. 470; 1885-1886)

Zaratustra cuenta el enigma a bordo de un barco, en viaje hacia el mar abierto, «inexplorado». ¿Y a quién le cuenta el enigma? No a otros viajeros sino sólo a los marineros”

Todo brilla para mí nuevo,

sobre espacio y tiempo duerme el mediodía:

Sólo tu ojo, inmenso,

me dirige la mirada, ¡oh, infinitud!”

«No sólo de un sol ha vivido el ocaso»

o eterno retorno da ponta italiana

do cocô nas calças e no chão

da risada de mofa e troça

da guerra de bolinha de isopor e das trincheiras

das velharias, cacarecos e do

campeonato de carros que nunca vai acabar

aos 44 do 1º e último turno

o cúmplice de outrora

é hoje o idiota que vigia seus passos

confio mais em qualquer úlcera

que neste sêm-pelos e escovado,

sorridente, esbranquiçado,

com seu mafioso suspensório de não-trabalhador

não dá trabalho não pensar

em nada

só cagar cagar cagar

na vida dos outros,

o que é muito pior

que cagar a sua

até a alma!

você é muito sujo e feio, ó anão!

ah não! ana nias… coma bananas

tome pílulas de entorpecimento…

para ver se cresce mais saudável

não force a vista

vamos assistir um chaves

e rir dos nossos irmãos mais velhos

o seu ímpeto sumiu em las vegas

com uma camisa da seleção brasileira

que tortura rebuscar

mas o pior é você

que nunca vai lembrar!

Lo que para nosotros tiene el aspecto de dos callejones rectilíneos que se alejan uno de otro es en verdad el fragmento inmediatamente visible de un gran círculo que vuelve constantemente sobre sí.”

En lugar de alegrarse de que el enano haya pensado su pensamiento, Zaratustra replica «encolerizado». O sea que el enano, en realidad, no ha comprendido el enigma; se ha tomado demasiado a la ligera la solución. Por consiguiente, no se piensa aún el pensamiento del eterno retorno de lo mismo con sólo representarse: «todo gira en círculo». En el pasaje de su libro sobre Nietzsche en el que caracteriza a la doctrina del eterno retorno de «engañoso y burlesco misterio de la locura», E. Bertram cita de modo admonitorio, es decir como una visión que estaría por encima del pensamiento del eterno retorno, una sentencia de Goethe. Ésta dice así: «Cuanto más se conoce, cuanto más se sabe, se reconoce que todo gira en círculo». Se trata precisamente del pensamiento del círculo tal como lo piensa el enano que, según las palabras de Zaratustra, se lo toma demasiado a la ligera, precisamente al no pensar el gigantesco pensamiento nietzscheano.”

todo lo que en general puede ser tiene que haber sido ya como ente, pues en un tiempo infinito el curso de un mundo finito tiene que haberse completado necesariamente.”

cuando la soledad habla, lo hace en el discurso de sus animales.”

Os animais só falam quando o homem fecha a matraca.

En una ocasión Nietzsche dice (sept. 1888, Sils-Maria, al final de un prefacio perdido para El ocaso de los ídolos, en el que se habla retrospectivamente de Así habló Zaratustra y Más allá del bien γ de mal): «El amor a los animales: en todas las épocas se ha reconocido por ello a los ermitaños…» (XIV, 417).”

DIGRESSÕES NÃO-ANTROPOMÓRFICAS SOBRE O PROFETA ZARATUSTRA II

A águia não come a serpente. O alto não mata o baixo. O que voa não mata o que rasteja, pois precisa dele. É ele. O baixo é eterno, fechado em si mesmo. O alto tem até o que o homem não tem, é mais que homem, já não é homem. O veneno do baixo mata qualquer alto (e muitas vezes é indiferente a qualquer outro baixo). Mas há ocasiões em que o alto se põe inalcançável para suas garras – ó, o que digo, o baixo não tem garras, foi punido por Deus no começo de tudo! O começo que é cada dia, cada dia de mediocridade da massa… Ouroboros é cobra, leão e, claro, pássaro num só ao mesmo tempo. Ressurge rugindo em seus altos e baixos, em seus propósitos e despropósitos, dentro da caverna ou nos arredores dela…

El orgullo es la madura decisión de mantenerse en el rango esencial propio que surge de la tarea, es la seguridad de ya-no-confundirse. Orgullo es el mantenerse arriba que se define desde la altura, desde el estar ariba, y es esencialmente distinto de la presunción y la arrogancia. Éstas precisan la relación con lo inferior como aquello de lo que se quisieran separar y de lo que siguen dependiendo, necesariamente, por la razón de que no tienen nada dentro de sí por obra de lo cual pudieran pretender estar arriba.”

La serpiente es el animal más inteligente. Inteligencia significa dominio sobre un saber efectivo, sobre el modo en el que el saber en cada caso se anuncia, se retrae, pretende y cede y no cae en sus propias trampas. De esta inteligencia forma parte la fuerza de disimulación y transformación, no la simple y rastrera falsedad, forma parte el dominio sobre la máscara, el no abandonarse, el mantenerse en el trasfondo al jugar con lo que está en primer plano, el poder sobre el juego de ser y apariencia.”

el águila y la serpiente no son animales domésticos, animales que se llevan a la casa y se habitúan a ella. Son ajenos a todo lo habitual y acostumbrado y a todo lo familiar en sentido mezquino. Estos dos animales son los que determinan la más solitaria soledad, que es algo diferente de lo que entiende por ella la opinión común; en efecto, ésta opina que la soledad nos libera y separa de todo; el punto de vista común piensa que en la soledad a uno «ya nada le molesta».”

Que meu conhecimento rasteje com minha depressão… Com minha gravidade

el gusano dormido que yace en el suelo como un extraño es la figura opuesta a la serpiente enroscada que con la vigilia propia de la amistad se eleva en anillos hacia lo alto describiendo amplios círculos. Cuando comienza a increpar a su pensamiento más abismal para que se levante, los animales de Zaratustra se asustan, pero el miedo no los hace retroceder sino que se acercan, mientras que alrededor todos los demás animales huyen. Sólo el águila y la serpiente permanecen. En la más pura soledad, se trata de llevar a la despierta luz del día lo que ellos mismos simbolizan.”

Zaratustra no se pierde a sí mismo, sigue alimentando su orgullo y asegura la seguridad de su rango, aunque tenga que yacer abatido y la inteligencia no se preocupe por él, con lo que no puede darse a conocer a sí mismo su saber. «Bayas [baios; bagas] amarillas y rojas» le lleva el águila, entre otras cosas, y recordamos que anteriormente (3a parte, «Del espíritu de la gravedad») se aludía al «amarillo profundo y el rojo ardiente»; estos dos colores quiere tener juntos ante su vista el gusto de Zaratustra: el color de la más profunda falsedad, del error, de la apariencia, y el color de la suprema pasión, de la creación más abrasadora.”

«El amarillo profundo» puede interpretarse también como el oro del «destello [centelha] de oro de la serpiente vita» (La voluntad de poder, n. 577), o sea «la serpiente de la eternidad» (XII, 426).”

Tiene que ser un placer, entonces, lanzarse al mundo nuevo, porque todas las cosas brillarán ahora bajo la luz del nuevo conocimiento y querrán ser integradas en las nuevas determinaciones y, al hacerlo, darán al conocimiento una confirmación profunda y curarán a los que antes buscaban de la enfermedad del preguntar.”

«La soledad, necesaria por un tiempo, para que el propio ser se vuelva íntegro y compenetrado, completamente curado y duro. Nueva forma de la comunidad: que se afirma de manera belicosa. De lo contrario, el espíritu se vuelve mortecino. Nada de <jardines> y de mero <eludir las masas>. ¡Guerra (¡pero sin pólvora!) entre diferentes pensamientos!, ¡y sus ejércitos!» (XII, 368; 1882-1884)

ese jardín no es el mundo —«el mundo es profundo»—: y más profundo de lo que nunca pensó el día» (III, «Antes de la salida del sol»)

«Las cosas mismas todas danzan para quienes piensan como nosotros»

Quizás el discurso de los animales es sólo más brillante, más habilidoso y juguetón, pero en el fondo es lo mismo que el discurso del enano al que Zaratustra le replica que se lo toma demasiado a la ligera. En efecto, tampoco el discurso de sus propios animales, que le exponen su doctrina con las más bellas fórmulas, es capaz de engañar a Zaratustra”

si todo retorna, toda decisión y todo esfuerzo y todo querer ir hacia adelante son indiferentes; que, si todo gira en círculo, nada vale la pena; que de esta doctrina sólo resulta el hastío y finalmente el no a la vida. También sus animales, a pesar del bello discurso sobre el anillo del ser, parecen en el fondo pasar danzando por encima de lo esencial. También sus animales parecen querer comportarse como los hombres: o bien se escapan como el enano, o bien simplemente miran y describen lo que pasa cuando todo gira; se acurrucan frente al ente [Jeca Tatu], «contemplan» su eterno cambio y lo describen con las más bellas imágenes. No presienten lo que allí ocurre”

Cuando el gran hombre grita, el pequeño corre hacia él y tiene compasión. Pero toda compasión, nuevamente, yerra y queda fuera de lugar; su interés sólo hace que el sufrimiento se falsee y empequeñezca con pequeños consuelos y que se impida o retrase el verdadero conocimiento. La compasión no tiene la menor idea de en qué medida el sufrimiento, el supremo mal que ahoga, se mete en la garganta y hace gritar, es «necesario para el bien» del hombre.”

Los dos callejones, futuro y pasado, no se chocan, corren uno detrás del otro.

Y sin embargo hay allí un choque. Pero sólo para quien no se queda en observador sino que es él mismo el instante, instante que actúa adentrándose en el futuro y, al hacerlo, no abandona el pasado sino que, por el contrario, lo asume y lo afirma. Quien está en el instante está girando en dos direcciones: para él, pasado y futuro corren uno contra otro.

Esto es lo más grave y lo propio de la doctrina del eterno retorno, que la eternidad es en el instante, que el instante no es el ahora fugaz, no es el momento que se desliza veloz para un observador, sino el choque de futuro y pasado. En él el instante accede a sí mismo. Él determina el modo en que todo retorna.”

«Pues cantar es apropiado para los convalecientes»

Zaratustra, que ha superado la enfermedad, su disgusto por lo pequeño, al reconocer su necesidad.” “Por ello, la poesía, si ha de cumplir con su tarea, no puede ser nunca una cantilena [Leier] y un organillo. Todavía está por crearse la lira [Leier] que sirva de instrumento para el nuevo decir y cantar.”

Sólo cuando el maestro de la doctrina se comprende a sí mismo desde ella, como una víctima necesaria, como aquel que tiene que vivir su ocaso porque es un tránsito, sólo cuando el que va hacia el ocaso se bendice así a sí mismo, sólo entonces alcanza su meta y su final.”

«En contra del valor de lo que permanece siempe igual (v. la ingenuidad de Spinoza, igualmente la de Descartes), el valor de lo más breve y pasajero, el seductor destello de oro en el vientre de la serpiente vita

Zaratustra se ha convertido él mismo en héroe al haberse incorporado el pensamiento del eterno retorno con todo su contenido como el peso más grave. Es ahora el sabio que sabe que lo más grande y lo más pequeño se pertenecen mutuamente y retornan, que por lo tanto incluso la gran doctrina del anillo de los anillos tiene que convertirse en una cantilena de organillo, que ésta acompaña siempre a su verdadera anunciación. Es ahora alguien que marcha al mismo tiempo al encuentro de su supremo sufrimiento y de su suprema esperanza.”

El velo del devenir es el retorno en cuanto verdad sobre el ente en su totalidad, y el sol de mediodía es el instante de la sombra más corta, la claridad más clara, la imagen sensible de la eternidad.”

Se dice: después del Zaratustra, Nietzsche no supo ir adelante. Hay que considerar siempre un juicio de este tipo como una señal de que no el pensador sino sus sabihondos intérpretes no saben ir adelante y tapan su desconcierto más mal que bien con una necia pedantería.”

El comienzo de Zaratustra es su ocaso, Nietzsche no ha pensado nunca una esencia diferente de Zaratustra.”

Los «fragmentos postumos» no son una confusa y arbitraria mescolanza de notas escritas al azar que por casualidad no llegaron a la imprenta. Las notas son diferentes no sólo por su contenido sino también por su forma, o incluso por su falta de forma; surgen, en efecto, de temples de ánimo cambiantes y de múltiples propósitos y perspectivas, en unas ocasiones registrados fugazmente, en otras más elaborados, en unas ocasiones sólo ensayados en medio de dudas y tanteos, em otras logrados repentinamente al primer intento.” “No obstante, quien tenga sólo una vaga idea de las dificultades que presenta precisamente una publicación adecuada de la obra postuma de Nietzsche correspondiente a la última época (a partir de 1881), se abstendrá de hacer ningún reproche a los primeros y hasta ahora únicos editores por el procedimiento elegido. Por encima de las carencias de la edición actual, a los primeros editores les corresponde el mérito decisivo de habernos hecho accesibles los trabajos manuscritos dejados por Nietzsche en una versión legible; esto sólo lo podían hacer ellos, especialmente P. Gast, quien por haber colaborado durante años con Nietzsche en la preparación de sus manuscritos para la imprenta, estaba totalmente familiarizado con su escritura y sus variantes. De otro modo, mucho de lo que hay en los difícilmente legibles manuscritos, y con frecuencia lo más importante, estaría hoy cerrado para nosotros.”

al pensar Nietzsche su pensamiento fundamental, lo «poético» es tan «teórico» como lo «teórico» en sí mismo «poético». Todo pensar filosófico, y especialmente el más estricto y prosaico, es en sí mismo poético, y a pesar de ello no es nunca una obra poética. A la inversa, una obra poética puede ser como los himnos de Hölderlin— pensante en grado sumo, y a pesar de ello no es nunca filosofía. El Así habló Zaratustra de Nietzsche es poético en grado sumo, y sin embargo no es una obra de arte sino «filosofía». Puesto que toda efectiva filosofía, es decir toda gran filosofía, es en sí misma pensante-poética, la distinción entre «teórico» y «poético» no puede servir para distinguir notas filosóficas.

Infinita importancia de nuestro saber, nuestro errar, nuestras costumbres, nuestros modos de vida, para todo lo venidero. ¿Qué haremos con el resto de nuestras vidas, nosotros que hemos pasado la mayor parte de ella en la ignorancia mas esencial? Enseñaremos la doctrina, es el medio más fuerte para incorporarla nosotros mismos. Nuestro tipo de bienaventuranza como maestros de la mayor doctrina.”

Esboço da época de Gaia Ciência e Assim Falou…

«¿Qué haremos con el resto de nuestra vida?». Se trata, por lo tanto, de un corte decisivo de la vida, que separa lo anterior (lo transcurrido) del «resto» que aún queda. Evidentemente, el corte es provocado por el pensamiento del eterno retorno, que todo lo transforma. No obstante, lo que se encuentra antes de este corte y lo que le sigue no están separados de manera cuantitativa. Lo ocurrido antes no queda apartado. El punto 5 está precedido de otros cuatro y el 4 termina con la indicación: «transición». Por muy nueva que sea, la doctrina del eterno retorno no sale del vacío sino que está sujeta a una «transición».”

Si el pensamiento del eterno retorno de todas las cosas no te subyuga, no es culpa tuya; ni tampoco es un mérito si lo hace. Pensamos de todos nuestros antepasados de modo más indulgente de lo que ellos lo hacían, lamentamos los errores que habían incorporado, no su maldad.”

Mais do espólio

¿O no será esta distinción entre «metafísico» y «existencial», aun suponiendo que sea en sí misma clara y sostenible, tan poco adecuada respecto a la filosofía de Nietzsche como lo era la que se establecía, en otro sentido, entre su carácter teórico-prosaico y su carácter poético?”

Zaratustra, nacido a orillas del lago Urmi, abandonó su patria a los treinta años, se dirigió a la provincia de Aria y, en los diez años que duró su soledad en las montañas, compuso el Zend-Avesta” [Bem e Mal]

O que são dez anos¿

«mediodía y eternidad»: ambos son conceptos y nombres para el tiempo, si tenemos en cuenta que también la eternidad sólo la pensamos a partir del tiempo.”

Este proyecto escoge las supremas determinaciones temporales como título para una obra que tiene que tratar del ente en su totalidad y de la vida nueva. Cómo se piensa el ente en su totalidad está también indicado en la imagen: la serpiente, el animal más inteligente, la «ser-piente de la eternidad» yace enroscada en la luz de mediodía del sol del conocimiento. Una imagen grandiosa, ¡cómo puede decirse que no es poético! Evidentemente lo es, pero sólo porque está profundamente pensado, y está pensado así porque el proyecto de aquello dentro de lo cual ha de comprenderse y elevarse al saber el ente en su totalidad se arriesga aquí más lejos que nunca, pero no para penetrar en el espacio sin aire ni luz de una «especulación» vana sino para internarse en el ámbito central de la trayectoria del hombre.”

<Muertos están todos los dioses: ahora queremos que viva el superhombre>;

¡que ésta sea alguna vez, en el gran mediodía, nuestra

última voluntad!

Así habló Zaratustra.”

Por eso, si hay algo así como una catástrofe en la creación de los grandes pensadores, ésta no consiste en que fracasen y no puedan seguir adelante sino precisamente en que van adelante, es decir, en que se dejan determinar por el efecto inmediato de su pensamiento, que es siempre un efecto desviado. Lo funesto es siempre el seguir «adelante», en lugar de quedarse atrás em la fuente del propio inicio.”

La incomprensión que hace del pensamiento del eterno retorno una «teoría» con posteriores consecuencias prácticas vio facilitada su aceptación por el hecho de que las notas de Nietzsche que debían proporcionar una «exposición y fundamentación» hablan un lenguaje «científico-natural». Nietzsche recurre incluso a obras científico-naturales, físicas, químicas y biológicas de aquella época y em cartas de esos años habla de planes de estudiar ciencia natural y matemáticas en una gran universidad. Todo eso confirma de modo suficientemente claro que el propio Nietzsche tomaba en consideración un «aspecto científico-natural» dentro de la doctrina del eterno retorno.”

«La totalidad de nuestro mundo es la ceniza de innumerables seres vivientes: y aunque lo viviente sea tan poco en comparación con el conjunto, todo ya ha sido alguna vez transformado en vida, y así continuará siendo.» (XII, 112)

«Guardémonos de decir que la muerte se opone a la vida. Lo viviente sólo es una especie de lo muerto, y una especie muy rara.»

la física, en cuanto física, no puede jamás pensar la fuerza como fuerza.”

con el cálculo está puesta la racionalidad. Una física que pretenda ser utilizable técnicamente y que al mismo tiempo quiera ser irracional es un contrasentido.

A LINGUAGEM DA ESPERANÇA UNIVERSAL

«Si se hubiera alcanzado alguna vez un equilibrio de la fuerza, duraría aún hoy: por lo tanto no ha sucedido nunca.» (n. 103)

«El espacio sólo ha surgido gracias a la suposición de un espacio vacío. Éste no existe.Todo es fuerza.» (n. 98)

«la fuerza es eternamente igual y eternamente activa.» (n. 90)

Vistas en conjunto, las reflexiones de Nietzsche sobre el espacio y el tiempo son muy escasas, y los pocos pensamientos acerca del tiempo, que apenas si van más allá de lo tradicional, son discontinuos: la prueba más infalible de que la pregunta por el tiempo respecto del despliegue de la pregunta conductora de la metafísica, y con ello también ésta misma en su origen más profundo, le permanecieron cerradas.”

del eterno fluir de las cosas, una concepción que Nietzsche, junto con la tradición usual, consideraba falsamente como de Heráclito; nosotros la llamaremos, más correctamente, pseudo-heraclítea.”

La representación de la totalidad del mundo como «caos» tiene para Nietzsche la función de rechazar una «humanización» del ente en total. Humanización es tanto la explicación moral del mundo a partir de la resolución de un creador como la correspondiente explicación técnica a partir de la actividad de un gran artesano (demiurgo). (…) Pero también hay humanización si hacemos de la irracionalidad un principio del mundo.”

«¡Atribuir al ser un <sentimiento de autoconservación>! ¡Qué delirio! ¡Atribuir a los átomos una <tendencia al placer y al displacer>!» (XII, n. 101).

En el ente tampoco hay «metas», ni «fines», ni «propósitos», y si no hay fines también está excluido lo que carece de fin, lo «contingente».”

«Guardémonos de creer que el universo tiene la tendencia de alcanzar ciertas formas, de que quiere ser más bello, más perfecto, más complicado. ¡Todo eso no es más que humanización! Anarquía, feo, forma, son conceptos impropios.» (XII, n. 111)

«La suposición de que el universo es un organismo contradice la esencia de lo orgánico.» (XII, n. 93; La gaya ciencia, n. 109)

«¿Cuándo dejarán de oscurecernos todas estas sombras de Dios? ¡Cuándo habremos desdeificado totalmente la naturaleza! ¡Cuándo nosotros, los hombres, podremos comenzar a naturalizarnos junto con la naturaleza pura, con la naturaleza nuevamente encontrada y redimida!»

en la desdeificación más extrema el pensamiento verdaderamente metafísico presiente un camino, únicamente en el cual los dioses, si acaso es otra vez posible en la historia del hombre, saldrán al encuentro.”

Lo que aquí hace Nietzsche respecto de la totalidad del mundo es una especie de «teología negativa» que trata de captar de la manera más pura posible lo absoluto manteniendo alejada toda determinación «relativa», es decir, referida al hombre.”

¿O será quizás «la nada» la más humana de todas las humanizaciones? A este extremo tenemos que llegar com nuestro preguntar para divisar el carácter único que tiene la tarea que se nos presenta, la de determinar el ente en su totalidad.”

ESTAMOS INCLUÍDOS ENTRE OS FÓSSEIS EXUMADOS: “o bien uno duda y desespera de toda posibilidad de verdad y se toma todo como un juego de representaciones; o bien uno se decide, en un acto de fe, por una intepretación del mundo, siguiendo el principio de que una es mejor que ninguna” “o bien uno se acomoda a la situación y se mueve con la aparente superioridad de quien duda de todo, no se compromete con nada y quiere preservar su tranquilidad; o bien uno logra olvidar la humanización y con ello se la considera eliminada, consiguiendo de este modo su tranquilidad. Así pues, siempre que la objeción de la humanización se toma como algo insuperable se cae en la superficialidad, por mucha que sea la facilidad con que estas reflexiones se dan la apariencia de ser sumamente profundas y, sobre todo, «críticas». ¡Qué revelación se produjo hace dos décadas (1917) para todos los que no estaban familiarizados con el pensamiento real y su rica historia cuando Spengler creyó haber descubierto por primera vez que toda época y toda cultura tienen su visión del mundo! Y sin embargo no era más que una hábil e ingeniosa popularización de ideas y cuestiones que ya habían sido pensadas con mayor profundidad hacía tiempo —y en último lugar por parte de Nietzsche—, aunque de ninguna manera hubieran sido resueltas y no lo hayan sido hasta hoy. La razón de ello es tan simple como de peso y difícil de pensar.”

Hablar de humanización sin haber decidido, es decir, sin haber preguntado quién es el hombre, no es, em efecto, más que palabrerío, y lo seguirá siendo aunque se acuda para ilustrarlo a toda la historia universal y a las más antiguas culturas de la humanidad, que nadie está en condiciones de comprobar. O sea que para tratar la objeción de humanización, tanto su afirmación como su rechazo, de un modo que no sea superficial y sólo aparente hay que recoger en primer lugar la pregunta: ¿quién es el hombre? Porque la pregunta por quién es el hombre no es tan inofensiva ni es posible despacharla de la noche a la mañana; si han de mantenerse las posibilidades de preguntar de la existencia, esta pregunta es la tarea futura de Europa en este siglo y en el próximo.”

sigue abierta la pregunta de si la determinación de la esencia del hombre lo humaniza o lo deshumaniza. Cabe la posibilidad de que llevar a cabo la determinación de la esencia del hombre sea siempre y necesariamente una cosa del hombre y por lo tanto humana, pero que la determinación misma, su verdad, eleve al hombre más allá de sí mismo y por lo tanto lo ¿«humanice, otorgando de este modo una esencia diferente también a la realización humana de la determinación esencial del hombre.”

Quien en otros tiempos tuvo una vez la ocurrencia de decir que la ciencia sólo podía afirmar su esencia si la recuperaba desde un preguntar originario, tiene que aparecer en esta situación como un loco y un destructor de «la» ciencia; en efecto, preguntar por los fundamentos provoca un agotamiento interior y es un procedimiento para el que se encuentra disponible el efectivo nombre de «nihilismo». Pero este fantasma ya ha pasado, ahora hay tranquilidad y los

estudiantes —se dice— quieren de nuevo trabajar. El filisteísmo general del espíritu puede volver a empezar. «La ciencia» no tiene la menor idea de que su pretensión de práctica inmediata no sólo no excluye la meditación filosófica sino que, por el contrario, en esse instante de sumo aprovechamiento práctico de la ciencia surge la suma necesidad de meditación sobre aquello que jamás puede evaluarse por su utilidad y provecho inmediato, aquello que lleva la inquietud suma a la existencia, inquietud no en el sentido de perturbación y confusión sino en el de despertar y mantenerse en vigilia, por oposición a la quietud de la somnolencia filosófica, que es el auténtico nihilismo. Pero sin lugar a dudas, si se calcula de acuerdo con la comodidad, resulta más fácil cerrar los ojos ante sí mismo y esquivar el peso de las preguntas, aunque más no sea con la excusa de que no se tiene tiempo para esas cosas.

Extraordinaria época del hombre en la que nos movemos desde hace décadas, un tiempo en el que no se tiene tiempo para la pregunta acerca de quién es el hombre. Con la descripción científica de los hombres actuales y pasados no puede llegar a saberse jamás quién es el hombre. Este saber tampoco puede provenir de una fe para la que todo saber es de antemano y necesariamente una necedad y algo «pagano». Este saber sólo surge de una originaria actitud cuestionante.

Pero se nos había dicho que el ente en su totalidad sólo recibe su interpretación por parte del hombre, y ahora resulta que el hombre mismo tiene que ser interpretado desde el ente en su totalidad. Aquí todo gira en círculo. Efectivamente. La cuestión es precisamente si se consigue, y de qué modo, tomarse en serio este círculo, en lugar de cerrar continuamente los ojos ante él.”

La objeción de humanización, por muy evidente que sea y por más que pueda ser groseramente manipulada con facilidad por cual quiera, carece de validez y de fundamento en tanto no sea ella misma retrotraída al preguntar de la pregunta acerca de quién es el hombre, pregunta que ni siquiera puede ser planteada, y mucho menos respondida, sin la pregunta acerca de qué es el ente en su totalidad. Esta pregunta, sin embargo, encierra en sí otra aún mas originaria, otra pregunta que ni Nietzsche ni la filosofía anterior a él jamás han desplegado [desdobrado] o podido desplegar.”

La referencia a la conexión esencial entre «ser» y «tiempo» ha despertado la atención. Se plantea entonces la siguiente cuestión: si la doctrina nietzscheana del eterno retorno de lo mismo se refiere a la totalidad del mundo, o sea al ente en su totalidad [o sendo enquanto sempre sendo]—en cuyo lugar se dice, sin ninguna distinción, «el ser» [passado e futuro da espécie e do indivíduo]—y si la eternidad y el retorno, en cuanto ruptura de pasado y futuro, deben tener que ver con el «tiempo», entonces es posible que la doctrina del eterno retorno de lo mismo tenga, a pesar de todo, alguna importancia, y que no debamos como hasta ahora que pasar por alto las demostraciones como proyectos fracasados.”

Si el devenir finito que transcurre en ese tiempo infinito hubiera podido alcanzar una situación de equilibrio, en el sentido de una situación de estabilidad y quietud, ya la tendría que haber alcanzado hace mucho, pues las posibilidades del ente, finitas por su número y su tipo, tienen necesariamente que acabarse y que haberse acabado ya en un tiempo infinito. Puesto que no existe una situación de equilibrio tal en forma de un estado de quietud, essa situación no ha sido alcanzada nunca; es decir, aquí: no puede existir en absoluto. Por lo tanto, el devenir del mundo, al ser finito y al mismo tiempo volver sobre sí, es un devenir constante, es decir, eterno. Pero puesto que este devenir del mundo, en cuanto devenir finito, acontece constantemente en un tiempo infinito, y puesto que no acaba una vez que ha agotado sus posibilidades finitas, desde entonces ya tiene que haberse repetido, más aún, tiene que haberse repetido un infinidad de veces y seguirse repitiendo del mismo modo en el futuro. Dado que la totalidad del mundo es finita en cuanto a las formas de su devenir, pero a nosotros nos resulta prácticamente inconmensurable, las posibilidades de variación de su carácter general son sólo finitas, pero para nosotros tienen siempre la apariencia de infinitud, puesto que son inabarcables, y por lo tanto la apariencia de algo siempre nuevo.”

cada proceso, en su vuelta atrás, arrastra todo lo pasado, y, al actuar hacia adelante, simultáneamente lo empuja. Esto implica: todo proceso del devenir tiene que volver a traerse a sí mismo; él y todo lo demás retorna como lo mismo.”

La ciencia natural usa necesariamente una cierta representación de la fuerza, el movimiento, el espacio y el tiempo, pero jamás puede decir qué son la fuerza, el movimiento, el espacio y el tiempo, porque no puede preguntar esto mientras siga siendo ciencia natural y no franquee de improviso el paso a la filosofía.” “Precisamente porque se precisa en tal medida a la química y a la física, la filosofía no se ha vuelto superflua sino aún más necesaria —en un sentido más profundo de necesidad— que, por ejemplo, la química misma, porque ésta, dejada sola, se consume a sí misma; el hecho de que este proceso de posible devastación requiera 10 o 100 años y sólo entonces se vuelva visible a los ojos corrientes, carece de importancia para lo esencial que se trata aquí de rechazar desde su base.”

O bien se considera posible la exclusión de toda humanización, y entonces tiene que poder haber algo así como el punto de vista de la falta de punto de vista; o bien se reconoce al hombre en su esencia de estar en el ángulo, y entonces hay que renunciar a una captación no humanizadora de la totalidad del mundo. ¿Qué decisión toma Nietzsche ante esta disyuntiva, que difícilmente puede habérsele escapado puesto que sería él quien habría de contribuir en parte a desarrollarla? Se decide a favor de las dos opciones, tanto de la voluntad de deshumanización del ente en su totalidad como de la voluntad de tomarse en serio la esencia del hombre como un «estar en el ángulo». Nietzsche se decide en favor de la unión de ambas voluntades. Exige al mismo tiempo la suprema humanización del ente y la extrema naturalización del hombre. Sólo quien penetra hasta esta voluntad pensante de Nietzsche tiene alguna idea de su filosofía.

«La historia futura: este pensamiento triunfará cada vez más, y los que no crean en él, finalmente, por su naturaleza, tendrán que extinguirse.» (n. 121)

«Esta doctrina es clemente con los que no creen en ella, no tiene infiernos ni amenazas. El que no cree tiene una vida fugaz en su conciencia.» (n. 128)

«¡Para el pensamiento más potente se precisam muchos milenios; durante mucho, mucho tiempo tiene que ser pequeño e impotente!» (n. 130)

«Él [el pensamiento del eterno retorno] deberá ser la religión de las almas más libres, más alegres y más sublimes, ¡una deliciosa pradera entre el hielo dorado y el cielo puro!»

un tenerse [Sichhalten] en el doble sentido de tener un sostén y de mantener una actitud.”

«Vosotros, que os mantenéis en pie por vosotros mismos, tenéis que aprender a poneros de pie vosotros mismos, o si no caeréis.» (XII, 250, n. 67)

«’Ya no creo en nada’, éste es el modo de pensar correcto de un hombre creador» (XII, 250, 68).

En general, esta sentencia es tomada como testimonio de «escepticismo absoluto» y «nihilismo», de duda y desesperación respecto de todo conocimiento y todo orden, y por lo tanto como un signo de huida ante toda decisión y toma de posición, como expresión de esa actitud negativa para la cual ya nada vale la pena. Pero aquí, no creer y no-tener-por-verdadero significan otra cosa, significan no recoger directamente y sin más lo previamente dado, rehuyendo así toda inquietud y cerrando los ojos ante la propia comodidad bajo la apariencia de una supuesta decisión.

¿Qué es lo verdadero, según la concepción de Nietzsche? Es lo fijado en el continuo flujo y cambio de lo que deviene, lo fijado a lo que los hombres tienen que —y también quieren—mantenerse fijos, lo fijo con lo que trazan un límite a todo preguntar y a toda nueva inquietud y alteración; de este modo consigue el hombre consistencia para su propia vida, aunque sea la consistencia de lo usual y dominable, como protección ante cualquier inquietud y como consuelo de su quietud [na corda do equilibrista].”

«Todo crear es comunicar. El hombre del conocimiento, el creador, el amante, son unoXII, 250(…)

La esencial falta de necesidad de la creación de que se le agregue posteriormente una finalidad puede tomar la apariencia de un mero juego sin finalidad, de l’art pour l’art

Nietzsche busca la figura de un hombre que, en la transformada unidad de esa alterada tríada, sea al mismo tiempo el que conoce, el que crea y el que dona. Este hombre futuro es el propiamente dominante, el que se ha vuelto señor del último hombre, de manera tal que éste desaparece. Esto significa que el dominador no se comprenderá ya por oposición a él, lo que todavía sigue sucediendo mientras el hombre futuro tenga que comprenderse partiendo del último hombre, como super-hombre, es decir como transición. El que domina, esa unidad del que conoce, el que crea y el que ama, es, desde su fundamento más propio, algo totalmente diferente.” “¿Qué puede aún significar, en ese anillo, actuar, planear, tomar una resolución, en una palabra, la «libertad»? En este anillo de la necesidad, la libertad es tan superflua como imposible. Pero con ello se reniega de la esencia del hombre, y se niega incluso la posibilidad de su esencia.” Invertir la rueda, ¡que inesencial!

«Mi doctrina dice: vivir de manera tal que tengas que desear vivir nuevamente, ésa es la tarea; ¡de todos modos lo harás!»

La mención que hace el pensamiento remite así al «ser-ahí» en cada caso propio. En él y a partir de él debe decidirse lo que es y lo que será, puesto que lo que deviene es sólo lo que retorna, lo que ya fue en mi vida.” “Por el contrario: representarse simplemente que uno es un transcurrir de procesos y, encadenado a él, un eslabón [elo] de una serie de sucesos que vuelven siempre a ocurrir en una monotonía circular y sin fin, representarse así quiere decir no estar cabe sí mismo [?], no ser en el modo de ese ente que, en cuanto tal[,] pertenece a la totalidad del ente; representarse así al hombre significa, en medio de todo el cálculo, olvidarse de él como un sí mismo, como quien al hacer un recuento de los presentes se olvida de contarse a sí mismo.”

También aquí, como en tantos otros aspectos esenciales, Nietzsche no desarrolló su doctrina y dejó más de un punto en la oscuridad; no obstante, ciertas alusiones evidencian contínuamente que lo que había experimentado y sabía respecto de este pensamiento era mucho más que lo que aparece en sus notas y, por supuesto, que lo publicado.”

Aquí se muestran de manera aún más clara las dos visiones posibles: considerar y decidir nuestras referencias al ente en su totalidad desde nosotros mismos, desde el tiempo experimentado propiamente [1] en cada caso, o bien salir de este tiempo de nuestra temporalidad para, sirviéndonos sin embargo de este mismo tiempo, dar cuenta del todo por medio de un cálculo infinito [2]. El tiempo intermedio entre cada retorno tiene en cada uno de los casos una medida diferente. Visto desde la temporalidad propia [1], desde la temporalidad que nosotros experimentamos, entre el final de un transcurso vital y el comienzo del otro no hay ningún tiempo (cfr. Aristóteles, Física, IV, 10-14), mientras que calculado «objetivamente», la duración no es ni siquiera captable [2] con billones de años. ¿Pero qué son billones de años si se toma corno medida la eternidad, es decir, a la vez, el instante de una decisión?”

[1] A falta de um abismo – “existencialismo clássico” do século XX. Antropoformismo no acme.

[2] Um grão de poeira que assujeita todas as coisas, inclusive o trono vermelho e dourado reluzente no centro dos centros das galáxias… O cúmulo da ninguendade. Eclesiastes.

[1]+[2]=muito mais que [3]!

Eram 7 vezes um nanico que trabalhava na mina e conheceu dúzias de princesas dorminhocas avarentas…

Pero este pensamiento del eterno retorno es para la vida el más difícil de pensar, porque con él le resulta precisamente más fácil extraviarse respecto de sí misma en cuanto creadora y hundirse en dejar que todo simplemente pase y se deslice. En la frase citada se muestra que el eterno retorno surge de la esencia de la vida y con ello se lo sustrae de antemano de la arbitrariedad de ser una ocurrencia o una «profesión de fe personal». Desde aquí puede verse también la relación que mantiene la doctrina del eterno retorno de lo mismo, en cuanto constante devenir, con la antigua doctrina, usualmente llamada heraclitea, del eterno fluir de todas las cosas.” “Es ciertamente indiscutible que Nietzsche se sentía cercano a la doctrina de Heráclito, entendida ésta en el modo en que él la veía, juntamente con sus contemporáneos. En especial alrededor del año 1881, inmediatamente antes de la aparición del pensamiento del eterno retorno, habla con frecuencia del «eterno fluir de todas las cosas» (XII, 30, n. 57); incluso llama a la doctrina «del fluir de las cosas» «la verdad última» (n. 89), aquella que no soporta ya que se la incorpore. Esto quiere decir: la doctrina del eterno fluir de todas las cosas, en el sentido de una permanente falta de existencia consistente, no puede ya ser tenida por verdadera; en ella el hombre no puede sostenerse como en algo verdadero porque quedaría entregado a la inconsistencia, al cambio sin fin y a la total destrucción, ya que entonces es imposible algo firme y por lo tanto verdadero.”

el pensamiento del eterno retorno de lo mismo fija el eterno fluir; esta última verdad queda ahora incorporada (cfr. los primeros planes, 1881). Desde aquí se muestra por qué se hablaba entonces de «incorporación» con tanto énfasis. Ahora, en cambio, la doctrina del eterno fluir de las cosas queda superada junto con su esencia destructiva. A partir de la doctrina del eterno retorno el «heraclitismo» de Nietzsche resulta en general algo bastante peculiar.”

«Os enseño la redención del eterno fluir: el río retorna siempre a sí en su fluir, y vosotros, los mismos, descendéis siempre en el mismo río.» Nota 723, contemporânea à criação do Zaratustra

El devenir es conservado como devenir, y sin embargo se introduce en el devenir la consistencia, es decir, entendido de modo griego, el ser.

«¿No lo sabes? En cada acción que haces está reproducida y abreviada la historia de todo acontecer.» (n. 726)

«Un proceso infinito no puede ser pensado de ninguna otra manera que como periódico.» (n. 727)

«La doctrina del eterno retorno le sonreirá en primer lugar a la chusma que vive con frialdad y sin gran necesidad interior. El impulso de vida más vulgar será el primero en darle su apoyo. Una gran verdad sólo conquista en último término a los hombres más elevados: éste es el sufrimiento de los veraces.» (n. 730; cfr. n. 35)

¿Pero qué pasa con lo que Nietzsche ha pensado y escrito pero no comunicado en el período que va de 1884 a 1888?

El conjunto de lo no publicado proveniente de este período es muy grande y está repartido en los tomos XIII, XIV, XV y XVI; pero tenemos que agregar de inmediato que lo está en una forma que desorienta y que ha llevado por caminos profundamente equivocados a la interpretación de la época decisiva de la filosofía de Nietzsche, suponiendo que pueda hablarse realmente de una interpretación, es decir de una confrontación a la luz de la pregunta fundamental de la metafísica occidental. La razón principal del equívoco está en un hecho que se acepta con demasiada obviedad.

Nietzsche había planeado como título de la obra durante un cierto tiempo, préstese atención, sólo durante un cierto tiempo (1886-1887): «La voluntad de poder». Incluso se la nombra explícitamente con ese título, empleando caracteres especiales, en La genealogía de la moral, aparecida en 1887 (VII, 480, n. 27), en cuya solapa [aba, lapela] aparece también anunciada. Esta obra, sin embargo, no sólo no fue nunca publicada por Nietzsche, sino que tampoco llegó nunca a tener la forma de una obra, la forma que Nietzsche le hubiera dado a una obra de este tipo. Tampoco quedó incompleta en el camino de su realización, sino que hay simplemente fragmentos sueltos.

Desde la intervención de los editores de la obra postuma, que han publicado una obra titulada La voluntad de poder, existe falsamente una obra —más aún, una obra capital— de Nietzsche: «La voluntad de poder». En verdad, se trata de una selección arbitraria de notas de los años 1884 a 1888, en las que el pensamiento de la voluntad de poder pasa a un primer plano sólo por momentos; e incluso respecto de esto hay que preguntarse aún de qué modo y por qué pasa a un primer plano. Con esta arbitraria selección, que ciertamente busca un apoyo en planes muy aproximativos del propio Nietzsche, queda predeterminada de antemano la concepción que se tiene de la filosofía nietzscheana de este período. En manos de sus expositores, la auténtica filosofía de Nietzsche se convierte de pronto en «filosofía de la voluntad de poder». Los editores del libro «La voluntad de poder», que trabajaban con más cuidado que sus posteriores usuarios y expositores, no podían pasar por alto, sin embargo, que en las notas de Nietzsche también hace oír su voz la doctrina del eterno retorno; por ello, y siguiendo el hilo conductor de un plan del mismo Nietzsche, la incorporaron en su propia recopilación.

En este período hay actividad alrededor del plan para la obra capital, pero no se encuentra ninguna huella del título «La voluntad de poder». Por el contrario, los títulos rezan: «El eterno retorno» (1884), en tres planes diferentes del mismo año; «Mediodía y eternidad. Una filosofía del eterno retorno» (1884); o, transformando en título el subtítulo anterior, «Filosofía del eterno retorno» (1884).

Del año 1885 se encuentra, en cambio, la nota: «La voluntad de poder. Intento de una interpretación de todo suceder». El prólogo debía tratar «sobre la amenazante ‘falta de sentido’» y el «problema del pesimismo». Muy pronto, cuando hablemos del «ámbito» de la doctrina del eterno retorno, comprenderemos que de este modo todo el plan, que no habla del eterno retorno como tal, queda colocado, sin embargo, bajo el dominio de este pensamiento.

el quinto punto, que lleva el título: «La doctrina del eterno retorno como martillo en la mano del hombre más poderoso».”

¿qué hay oculto en realidad detrás de esta diferencia entre el eterno retorno en cuanto «pensamiento más grave» y la voluntad de poder en cuanto «hecho último»? Mientras no retrocedamos con nuestro preguntar hacia este ámbito fundante quedaremos presos de las palabras y no iremos más allá de un cálculo extrínseco del pensar de Nietzsche.”

El plan de 1886 está titulado «La voluntad de poder. Intento de una transvaloración de todos los valores». El subtítulo expresa lo que la meditación sobre la voluntad de poder tiene que realizar: una transvaloración de todos los valores. Por «valor» entiende Nietzsche aquello que es condición de la vida, es decir del acrecentamiento de la vida. Transvaloración de todos los valores significa poner para la vida, para el ente en su totalidad, una nueva condición por medio de la cual la vida vuelva a sí misma, es decir, sea impulsada más allá de sí y de ese modo se torne posible en su verdadera esencia. La transvaloración no es otra cosa que lo que tiene que llevar a cabo el peso más grave, el pensamiento del eterno retorno. Por eso, el subtítulo, que señala cuál es el contexto más amplio al que pertenece la voluntad de poder, podría ser, al igual que en el año 1884: «Una filosofía del eterno retorno» (XVI, 414, 5).

En el libro primero, «El peligro de los peligros», la cuestión apunta nuevamente a la amenazadora «falta de sentido», también podríamos decir al hecho de que todas las cosas pierden su peso.”

Nazismo – Ingá

(-o último grito do último homem, que não consegue passar-)

Filosofia Futura – identidade de Rafael com uma missão (ser-escritor)

Zaratustra passa a ser apreciado da forma correta

El nihilismo es el acaecimiento de la desaparición de todo peso de todas las cosas, el hecho de la falta de un peso grave. Pero esta falta sólo se vuelve visible y experimentable cuando es sacada a la luz en el preguntar por un nuevo peso. Visto desde allí, el pensar del pensamiento del eterno retorno es, en cuanto preguntar que remite continuamente a una decisión, el acabamiento del nihilismo. Este pensar pone un fin al ocultamiento y disimulación de aquel acaecimiento, pero lo hace de manera tal que se convierte, al mismo tiempo, en el tránsito hacia una nueva determinación del mayor de los pesos.

Los títulos de la última parte varían: «Los inversos. Su martillo, ‘La doctrina del eterno retorno’» (425); «Liberación de la incertidumbre» (426); «El arte curativo del futuro» (427).” “Los títulos del libro cuarto son ahora los siguientes: «La liberación del nihilismo»; «Dionysos. Filosofía del eterno retorno»; «Dionysos philosophos»; «Dionysos. Filosofía del eterno retorno».”

La cuestión del nihilismo y del pensamiento del eterno retorno tratada en el libro primero requiere una discusión aparte.”

La voluntad de poder sería así el fundamento real del eterno retorno de lo mismo

La voluntad de poder es un «presupuesto» del eterno retorno de lo mismo en la medida en que sólo desde la voluntad de poder puede saberse qué quiere decir eterno retorno de lo mismo. Porque el eterno retorno de lo mismo es, en cuanto a la cosa misma, el fundamento y la esencia de la voluntad de poder, ésta puede ponerse como fundamento y punto de partida para llegar a ver la esencia del eterno retorno de lo mismo.

Ya sea que se distinga entre un contenido «científico-natural» y un significado «ético» o, más ampliamente, entre una parte «teórica» y una «práctica», o que se sustituya esa distinción por la hoy más en boga, pero de ninguna manera más clara, entre sentido «metafísico» y fuerza de apelación «existencial», en cualquier caso se muestra una huida hacia una dualidad, ninguna de cuyas partes es por sí adecuada, lo que constituye el signo de una perplejidad creciente, pero no admitida. De esta manera, no se pone al descubierto lo esencial y lo más propio sino que se lo troca inmediatamente en otros modos de representación hace tiempo usuales y ya desgastados. Lo mismo sucede con las distinciones que en una dirección diferente se hacen entre una exposición «poética» y una exposición «prosaica» de la doctrina o entre una parte «subjetiva» y una «objetiva». Se ha ganado ya algo importante si se advierte, aunque sea a partir de una experiencia aún poco determinada y segura de la «doctrina», que tales criterios de interpretación son cuestionables y obstruyen nuestra mirada.

la forma que se busca a sí misma. Los tres títulos se refieren a la totalidad de esta filosofía, y ninguno de ellos acierta con ella totalmente, porque la forma de esta filosofía no se deja constreñir a una vía única. (…) el propio Nietzsche veía posibilidades claras de llegar a una forma, pues sin esta visión resultaría incomprensible la seguridad con la que la actitud fundamental aparece a través de los múltiples planes. (…) Para acercarnos a la meta, o mejor aún, para llegar a descubrir cuál es la meta, tenemos que elegir un camino provisorio que al mismo tiempo nos evite el peligro de la vacuidad tópica de los títulos.

Lo que se busca es la estructuración interna de la verdad del pensamiento del eterno retorno de lo mismo en cuanto pensamiento fundamental de la filosofía de Nietzsche. La verdad del pensamiento se refiere al ente en su totalidad. Pero puesto que, por su esencia, el pensamiento quiere ser el peso más grave y, de este modo, determinar el ser hombre, y por lo tanto a nosotros mismos, en medio del ente, la verdad de este pensamiento sólo será verdad si es nuestra verdad.“Los que piensan este pensamiento tampoco son nunca hombres cualesquiera que aparecen en cualquier lugar y cualquier momento. El pensar de este pensamiento tiene su muy propia necesidad histórica y él mismo determina un instante histórico. Sólo desde ese instante surge la eternidad de lo pensado en ese pensamiento.“Al nombrar el ente en su totalidad, «en su totalidad» debe entenderse siempre como una expresión interrogativa, como una expresión cuestionable, es decir que merece que se la cuestione

quizás toda filosofía sea un contramovimiento frente a cualquier otra. En el pensamiento de Nietzsche, sin embargo, el movimiento en contra tiene un sentido especial. Aquello en contra de lo que piensa no quiere rechazarlo para poner algo diferente en su lugar. El pensamiento de Nietzsche quiere invertir. Pero aquello a lo que se refiere la inversión y el contramovimiento que así se forma no es una dirección cualquiera, pasada o incluso contemporánea, de alguna cierta filosofía, sino la totalidad de la filosofía occidental en la medida en que es el principio conformador en la historia del hombre occidental.

La totalidad de la historia de la filosofía occidental es interpretada como platonismo. La filosofía de Platón es la medida con la que se aprehende tanto la filosofía posplatónica como la preplatónica. Esta medida sigue siendo determinante mientras la filosofía ponga, para la posibilidad del ente en su totalidad y para el hombre en cuanto que es dentro de esa totalidad, determinadas condiciones de acuerdo con las cuales se acuña el ente. A lo que tiene validez en primera y última instancia, a aquello que es por lo tanto condición de la «vida» en cuanto tal, Nietzsche lo denomina valor. Lo propiamente determinante son los valores supremos. Así pues, si la filosofía de Nietzsche quiere ser, en el sentido descrito, el contramovimiento que se enfrente a toda la historia de la filosofía occidental hasta el momento, tendrá que dirigirse contra los valores supremos establecidos en la filosofía.

Un contramovimiento de tal alcance y con tal pretensión tiene que ser también necesario. Lo que impulsa a él no puede basarse en una opinión arbitraria acerca de lo que se trata de superar. Aquello en contra de lo cual se quiere poner en acción el contramovimiento tiene que valer la pena de que se lo haga. Por eso, en un contramovimiento de este estilo se halla al mismo tiempo el mayor reconocimiento del contrario, se lo toma en serio de la manera más profunda. Esta apreciación supone, a su vez, que lo contrario ha sido radicalmente experimentado y pensado, es decir padecido, con todo su poder y todo su significado. El contramovimiento, en su necesidad, tiene que surgir de una experiencia originaria de este tipo y, al mismo tiempo, permanecer enraizado en ella. “En la experiencia del hecho del nihilismo se enraiza y palpita la totalidad de la filosofía de Nietzsche; pero al mismo tiempo, ésta conduce a aclarar por vez primera la experiencia del nihilismo y a hacerla cada vez más transparente en todo su alcance. Con el despliegue de la filosofía de Nietzsche crece conjuntamente la profundidad con la que se comprende la esencia y el poder del nihilismo, y se acrecienta el estado de necesidad y la necesidad de su superación.

La nada es —tomada formalmente— la negación de algo, más precisamente, de todo algo. Todo algo constituye el ente en su totalidad. La posición de la nada es la negación del ente en su totalidad. De acuerdo con ello, el nihilismo contiene, explícita o implícitamente, la siguiente doctrina fundamental: el ente en su totalidad es nada. Sin embargo, precisamente esta proposición puede entenderse de un modo tal que Nietzsche habría puesto reparos en tomarla como expresión del nihilismo.

Cuando Hegel, en el comienzo de su metafísica general (Ciencia de la lógica), pronuncia la frase: «Ser y nada son lo mismo», esto puede expresarse fácilmente en la forma: el ser es la nada. Pero esta frase hegeliana tiene tan poco de nihilismo que precisamente contiene, en el sentido de Nietzsche, algo de esa «grandiosa iniciativa» (La voluntad de poder, n. 416) del idealismo alemán por superar el nihilismo.” Momento mais alarmante: quando o devir se equipara ao nada.

el pensamiento del eterno retorno debe pensarse «nihilistamente» y sólo «nihilistamente». Pero esto quiere decir aquí: el pensamiento del eterno retorno sólo puede pensarse en la medida en que también piensa el nihilismo como aquello que tiene que ser superado y como aquello que está ya superado en la voluntad de crear. Sólo quien extiende su pensar hasta el más extremo estado de necesidad del nihilismo será capaz de pensar también el pensamiento que lo supera como dando un giro a la necesidad [not-wendend] y como necesario [notwendig].

Ahora aparece en las proximidades de Zaratustra un perro, no un águila con la serpiente alrededor del cuello; y un aullido, no el canto de los pájaros. Todo se transforma en la imagen opuesta a la del temple propio del pensamiento del eterno retorno.

«Justo entonces la luna llena se elevó, con un silencio de muerte, por encima de la casa, justo entonces se quedó inmóvil, un círculo incandescente, inmóvil sobre el techo plano, como sobre una propiedad ajena…»

En lugar de la claridad del sol brilla la luna llena, que también es una luz, pero una luz prestada, sólo el reflejo externo de un brillar real, el puro fantasma de una luz, que sin embargo alumbra lo suficiente como para que los perros se asusten y aullen: «porque los perros creen en ladrones y fantasmas». Pero el niño entonces tuvo piedad del perro que se asustaba de un fantasma y aullaba armando tanto alboroto. En un mundo así, la compasión aparece especialmente entre los niños, que no comprenden todo eso y aún no han llegado a la mayoría de edad para lo que es.

aún entonces, no siendo ya un niño, cayó también en el temple de ánimo de la piedad y la compasión y se representó el aspecto del mundo a partir de ella. Con las palabras de Zaratustra, Nietzsche alude a la época en que su mundo estaba determinado por Schopenhauer y Wagner, cada uno de los cuales, a su manera, enseñaba un pesimismo y en ultima instancia la huida en la disolución, en la nada, en un puro estar flotando y dormido, y anunciaba un despertar, para poder seguir durmiendo mejor. (…) El mundo de Schopenhauer y de Wagner se le había vuelto cuestionable muy pronto, antes de que él mismo lo supiera, ya al escribir la tercera y cuarta Consideración intempestiva: Schopenhauer como educador y Richard Wagner en Bayreuth. En ambas obras, y por más que aparezca como su defensor y que quiera serlo con su mejor voluntad, se produce ya una separación de ellos; no obstante, no era aún un despertar. Nietzsche no había llegado aún a sí mismo, es decir a su pensamiento, primero tenía que pasar por la historia previa de ese pensamiento y por ese estadio intermedio en el que no sabemos adonde ir, en que no encontramos cómo salir realmente de lo anterior ni cómo entrar en lo venidero. ¿Dónde estaba Zaratustra?

A meia-noite de Nietzsche: dos 30 aos 37 anos. Um ano canino.

Un hombre joven, o sea un hombre que ha abandonado hace poco la niñez, quizás aquel que había oído aullar al perro, el propio Zaratustra; un joven pastor, alguien que está dispuesto a guiar y conducir. Éste yace en la desolación de la luz reflejada. «¿Se habría quedado dormido? Entonces la serpiente se deslizó en su garganta, y se aferró a ella mordiéndola.»

La serpiente negra es el sombrío siempre igual del nihilismo, su fundamental carencia de meta y de sentido, es el nihilismo mismo. El nihilismo se ha aferrado mordiendo al joven pastor durante el sueño; el poder de esta serpiente sólo podía disponerse a deslizarse en la boca del joven pastor, es decir a incorporársele, porque no estaba despierto.“Esto quiere decir: el nihilismo no se puede superar desde afuera, tratando de quitarlo con tirones y empujones, poniendo en lugar del Dios cristiano otro ideal, la razón, el progreso, el «socialismo» económico-social, la mera democracia. Con estos intentos de eliminarla, la serpiente sólo se aferra cada vez más fuerte.“Todos los tironeos y maquinaciones hechos desde afuera, todos los remedios temporarios, todas las simples presiones para apartarlo, desplazarlo y postergarlo son en vano. Todo es aquí en vano si el hombre mismo no hunde los dientes en el peligro, y no en cualquier parte y ciegamente: a la serpiente negra hay que cortarle la cabeza, lo que realmente determina y dirige, lo que está delante y arriba.“A partir de aquí resulta claro: el joven pastor es Zaratustra mismo que en esta visión va al encuentro de sí, que tiene que gritarse a sí mismo con toda la fuerza de su íntegra esencia: ¡Muerde!el que sabe tiene que liquidar necesariamente este hastío que provoca el hombre despreciable.”

De una parte está: todo es nada, todo es indiferente, con lo que nada merece la pena: todo es lo mismo. De la otra parte está: todo retorna, cada instante importa, todo importa: todo es lo mismo.”

una meditación sobre lo recibido en dote y una decisión acerca de lo encomendado como tarea. La situación de necesidad misma no es otra cosa que aquello que abre el trasladarse al instante.” “En este pensamiento, lo que ha de pensarse, por el modo en que ha de pensarse, repercute sobre el que lo piensa, apremiándolo; y esto, a su vez, sólo para integrarlo en lo que ha de pensarse. Pensar la eternidad exige: pensar el instante, es decir trasladarse al instante del ser sí mismo.“Un pensamiento de este tipo constituye un pensamiento «metafísico».” “¿Qué quiere decir entonces «posición metafísica

fundamental»?“eso que llamamos «posición metafísica fundamental» pertenece propia y exclusivamente a la historia occidental y contribuye esencialmente a determinarla. Algo así como una posición metafísica fundamental sólo era posible en el pasado y, en la medida en que se la intente aún en el futuro, lo pasado seguirá vigente como algo no superado, es decir, no apropiado. La posibilidad de una posición metafísica fundamental debe discutirse aquí en un sentido básico y no exponerse con el carácter de un relato historiográfico. De acuerdo con lo dicho, esta discusión básica es esencialmente histórica.” “Metafísica es, por lo tanto, el título para la filosofía en sentido propio [primeiro] y se refiere, por consiguiente, a lo que en cada caso constituye el pensamiento fundamental de una filosofía. Incluso el significado habitual de la palabra, es decir el que ha llegado al uso común y corriente, contiene aún un reflejo, aunque débil y muy indeterminado, de este carácter: con la denominación «metafísico» se designa lo enigmático, lo que nos supera, lo inapresable. La palabra se emplea ya sea en sentido peyorativo, según el cual estos enigmas no son más que algo imaginario y en el fondo un absurdo, ya sea en un sentido valorizador, según el cual lo metafísico es lo inalcanzable último y decisivo. En cualquier caso, sin embargo, el pensamiento se mueve dentro de lo indeterminado, inseguro y oscuro. La palabra nombra más el final y el límite del pensar y del preguntar que su auténtico comienzo y despliegue.”

Con la referencia a la desvalorización de la palabra «metafísica» no hemos penetrado en el auténtico significado de la palabra. La palabra y su surgimiento son muy singulares, su historia lo es más aún. Y sin embargo, del poder y del predominio de esta palabra y de su historia depende, en una porción esencial, la configuración del mundo espiritual de occidente, y con ello del mundo en general. En la historia, las palabras son con frecuencia más poderosas que las cosas y los hechos.“Con la referencia a la desvalorización de la palabra «metafísica» no hemos penetrado en el auténtico significado de la palabra. La palabra y su surgimiento son muy singulares, su historia lo es más aún. Y sin embargo, del poder y del predominio de esta palabra y de su historia depende, en una porción esencial, la configuración del mundo espiritual de occidente, y con ello del mundo en general. En la historia, las palabras son con frecuencia más poderosas que las cosas y los hechos.

Quién es Nietzsche no lo sabremos nunca por un relato historiográfico de su vida, ni tampoco por la exposición del contenido de sus escritos. Quién es Nietzsche no querernos ni tampoco debemos saberlo mientras nos refiramos sólo a la personalidad y la figura histórica, al objeto psicológico y a sus producciones.” “En contra de su voluntad más íntima, Nietzsche se transformó en incitador y promotor de una amplificada autodisección y puesta en escena anímica, corporal y espiritual del hombre que tiene como consecuencia final y mediata la publicidad sin límites de toda actividad humana en «imagen y sonido», gracias a los montajes fotográficos y los reportajes “Nietzsche forma parte de los pensadores esenciales. Con el nombre de «pensador» denominamos a aquellos señalados que están destinados a pensar un pensamiento único, que será siempre un pensamiento «sobre» el ente en su totalidad. Cada pensador piensa sólo un único pensamiento. Este no necesita ni recomendaciones ni influencias para llegar a dominar.” Carta de recomendação da História

El abuso casi increíble de la palabra «de|cisión» [Entscheidung] no puede disuadirnos, sin embargo, de conservarle ese contenido en virtud del cual está referida a la escisión [Scheidung] más íntima y a la distinción [Unterscheidung] más extrema. Ésta es la distinción entre el ente en su totalidad, lo que incluye a dioses y hombres, mundo y tierra, y el ser, cuyo dominio es lo que permite o rehusa a todo ente ser el ente que es capaz de ser.“Pues ésa es la otra característica que distingue al pensador: que en virtud de su saber llega a saber en qué medida no puede saber algo esencial.

Con el no conocer de lo que aún puede conocerse acaba el conocer corriente. Con el saber de lo que no puede saberse comienza el saber esencial del pensador¹. El investigador científico pregunta para llegar a respuestas utilizables. El pensador pregunta para fundar la dignidad de ser cuestionado [Fragwürdigkeit] del ente en su totalidad.

¹ Missão: restrição.

Nietzsche es la transición desde el período preparatorio de la modernidad —calculado historiográficamente, la época entre 1600 y 1900— al comienzo de su acabamiento. La extensión temporal de este acabamiento nos es desconocida. Presumiblemente será, o bien muy breve y catastrófica o bien, por el contrario, muy prolongada, en el sentido de que se instituya lo ya alcanzado con una capacidad de durar cada vez mayor. En el estadio actual de la historia del planeta no habrá ya lugar para medianías.

El ser es, pensado metafísicamente, aquello que se piensa, desde el ente como su determinación más general y hasta el ente como su fundamento y su causa.

El acabamiento metafísico de una época no es la simple continuación hasta su fin de algo ya conocido. Es el establecimiento por primera vez incondicionado y de antemano completo de lo inesperado y que tampoco cabía esperar jamás. Respecto de lo anterior, el acabamiento es lo nuevo. Por eso tampoco es nunca visto ni comprendido por aquellos que sólo calculan retrospectivamente.

Incluso cuando ya no se conozca ni siquiera el nombre de Nietzsche, lo que su pensar tuvo que pensar seguirá dominando. A todo pensador que piensa en dirección de la decisión lo mueve y lo consume la preocupación por un estado de necesidad que no puede aún ser sentido y experimentado en vida del pensador en el círculo de su influencia, historiográficamente comprobable pero inauténtica.

En el pensamiento de la voluntad de poder llega de antemano a su acabamiento el pensamiento metafísico mismo. Nietzsche, el pensador del pensamiento de la voluntad de poder, es el último metafisico de occidente. La época cuyo acabamiento se despliega en su pensamiento, la época moderna, es una época final. Esto quiere decir: una época en la que, en algún momento y de algún modo, surgirá la decisión histórica de si esta época final será la conclusión de la historia occidental o bien la contrapartida de un nuevo inicio.

Lo que acontece no lo experimentamos nunca con comprobaciones historiográficas de lo que «pasa». Como bien lo da a entender esta expresión, lo que «pasa» es aquello que desfila delante de nosotros en el primer plano y en el fondo del escenario público conformado por los sucesos y las opiniones que surgen sobre ellos. Lo que acontece no puede jamás llegar a conocerse historiográficamente. Sólo es posible saberlo de modo pensante al comprender lo que ha sido elevado al pensamiento y la palabra por aquella metafísica que ha predeterminado la época.

Si integramos la «filosofía» de Nietzsche en nuestro patrimonio cultural o la dejamos de lado, carece igualmente de significación. Lo único funesto sería que nos «ocupáramos» de Nietzsche sin estar decididos a un auténtico preguntar y que pretendiéramos tomar esta «ocupación» por una confrontación pensante con el pensamiento único de Nietzsche. El rechazo inequívoco de toda filosofía es una actitud que siempre merece respeto, pues contiene más filosofía de lo que ella misma cree. El mero jugueteo con pensamientos filosóficos que desde el comienzo se mantiene fuera con múltiples reparos y que se lleva a cabo con fines de entretenimiento y diversión intelectual es, en cambio, despreciable, pues no sabe lo que está en juego en el curso de pensamientos de un pensador.

todo pensador, cuando piensa por primera vez su pensamiento único lo piensa ya en su acabamiento, pero todavía no en su despliegue

Incluso el plan más general que establece la división en la que se ordenan los manuscritos escritos en diferentes años es obra suya. Esta recopilación y publicación en forma de libro de las notas escritas por Nietzsche entre los años 1882 y 1888, que no puede decirse que sea totalmente arbitraria, fue realizada, en un primer intento, después de la muerte de Nietzsche y apareció en 1901 como tomo XV de sus Obras. La edición de 1906 del libro La voluntad de poder recoge un número considerablemente mayor de manuscritos y fue integrada sin cambios en 1911 en la «Edición en Gran Octavo», como tomos XV y XVI, reemplazando la primera publicación de 1901.

Con esta sentencia, la vida es voluntad de poder, llega a su acabamiento la metafísica occidental, en cuyo inicio se encuentra la oscura expresión: el ente en su totalidad es ψνσις. La sentencia de Nietzsche, el ente en su totalidad es voluntad de poder, enuncia sobre el ente en su totalidad aquello que estaba predeterminado como posibilidad en el inicio del pensamiento occidental y que se ha vuelto ineludible por obra de una inevitable declinación de ese comienzo. Esta sentencia no transmite una opinión privada de la persona Nietzsche. Quien piensa y dice esta sentencia es «un destino». Esto quiere decir: el ser pensador de este y de todo pensador esencial de occidente consiste en la fidelidad casi inhumana a la oculta historia de occidente. Graças a D.!

la voluntad de poder, un peculiar dominio del ser «sobre» el ente en su totalidad [bajo la forma velada del abandono del ente por parte del ser]”

ya Aristóteles y Platón, e incluso Heráclito y Parménides, y después Descartes, Kant y Schelling, «también» habían «hecho» una «teoría del conocimiento» tal, aunque ciertamente la «teoría del conocimiento» del viejo Parménides tenía que ser necesariamente muy imperfecta aún [western standards], ya que no disponía todavía de los métodos y aparatos del siglo XIX y XX.”

Kant ha administrado la cuestión «gnoseológica» mucho mejor que los «neokantianos» que lo «mejoraron» posteriormente.

Precisamente el que goza de mejor parecer —y esto quiere decir: el más digno de fama— es aquel que tiene la fuerza de prescindir de sí y dirigir la mirada exclusivamente a lo que «es».”

No debemos interpretar a Heráclito con el auxilio del pensamiento fundamental de Nietzsche ni comprender la metafísica de Nietzsche simplemente desde Heráclito y declararla «heraclitea»“Por eso, sólo tiene un interés historiográfico saber que Nietzsche «conocía» a Heráclito y lo apreció más que a nadie a lo largo de toda su vida, ya desde muy temprano, cuando aún se ocupaba exteriormente de sus tareas de profesor de filología clásica en Basilea. Filológico-historiográficamente quizás hasta podría demostrarse que la concepción nietzscheana de la verdad como «ilusión» «proviene» de Heráclito, o dicho con más claridad: que al leerlo lo había plagiado. Dejamos a los historiógrafos de la filosofía la satisfacción por el descubrimiento de este tipo de relaciones de plagio.“Se podría aún responder a esta pregunta indicando que ya cuando era estudiante de bachillerato Nietzsche admiraba especialmente al poeta Hölderlin, en cuyo Hiperión se alaban pensamientos de Heráclito. Pero la misma pregunta se plantea nuevamente: por qué apreciaba tanto precisamente a Hölderlin, en una época en que generalmente sólo se lo conocía de nombre y como un romántico fracasado. Con esta historiográfica ciencia de detectives dedicada a rastrear dependencias no avanzamos absolutamente nada, es decir no avanzamos jamás en dirección de lo esencial sino que sólo nos enredamos en parecidos y relaciones extrínsecas.

Verdad quiere decir: adecuación del representar a aquello que el ente es y tal como es.

INFANTILISMO GNOSEOLÓGICO DE GABRIEL KEENE: “Corrección en el sentido de corrección lógica quiere decir que una proposición se sigue de otra de acuerdo con las reglas de la inferencia. A la corrección en el sentido de no contradictoriedad y de corrección lógica se la llama también «verdad» formal, no dirigida al contenido del ente, a diferencia de la verdad material, de contenido. La conclusión es «formalmente» verdadera, pero materialmente no.” Uma metafísica de primeira também pode ser uma teoria do conhecimento de quinta. Literalmente, um erro antigo.

¿Cómo un pensar cuyo pensamiento fundamental concibe al ente en su totalidad como «vida» no habría de ser biológico, más biológico aún que cualquier tipo de biología que conozcamos?

¿Por qué un modo de pensar metafísico no habría de ser biologista? ¿Dónde está escrito que esto sea un error? ¿No es, por el contrario, un pensar que comprende a todo el ente como algo viviente y como un fenómeno de la vida el que está más cerca de lo efectivamente real y por ello el más verdadero? «Vida»: ¿no nos resuena en esta palabra lo que comprendemos propiamente por «ser»? El propio Nietzsche observa en una oportunidad (La voluntad de poder, n. 582; 1885-1886):

«El <ser>: no tenemos de él otra representación más que <vivir>. ¿Cómo puede entonces <ser> algo muerto?».

Efectivamente, sería algo forzado y, además, un esfuerzo vano, pretender ocultar, o siquiera debilitar, el lenguaje biológico que está tan manifiesto en Nietzsche, pretender ignorar que ese lenguaje encierra un modo de pensar biológico y no es, por lo tanto, una capa externa. A pesar de ello, la caracterización usual, y en cierto sentido incluso correcta, del pensar nietzscheano como biologismo representa el obstáculo principal que impide avanzar hacia su pensamiento fundamental.Qué sea lo viviente y que tal cosa sea, es algo que no decide nunca la biología en cuanto biología, sino que el biólogo, en cuanto biólogo, hace uso de esa decisión como algo que ya ha ocurrido, un uso ciertamente necesario para él. Pero si el biólogo, en cuanto tal persona determinada, toma una decisión acerca de lo que debe considerarse como viviente, entonces no lleva a cabo esa decisión en cuanto biólogo, ni con los medios y las formas de pensamiento y de demostración propios de su ciencia, sino que habla como metafísico, como un hombre que, más allá de la región correspondiente, piensa el ente en su totalidad.

De la misma manera, el historiador del arte no puede nunca, en cuanto historiador, decidir qué es para él arte y por qué tal obra es una obra de arte. Estas decisiones sobre la esencia del arte y sobre el carácter esencial del ámbito histórico del arte son tomadas siempre fuera de la historia del arte, aun cuando sean continuamente empleadas dentro de la investigación que ésta realiza.” “Más allá del dominio meramente calculante de una región, toda ciencia sólo es un auténtico saber en cuanto se fundamenta metafísicamente, o cuando ha comprendido que esa fundamentación es una necesidad inamovible para su consistencia esencial

El paso del pensar científico a la meditación metafísica es esencialmente más extraño y por lo tanto más difícil que el paso del pensar cotidiano precientífico al modo de pensar de una ciencia.“La idea de una «concepción del mundo científicamente fundada» es un significativo engendro de la confusión espiritual que fue tomando carácter público con fuerza cada vez mayor en el último tercio del siglo pasado y que alcanzó notables éxitos en el área de la pseudocultura y la vulgarización científica.(…) el fundamento metafísico de las ciencias unas veces es reconocido como tal, aceptado y nuevamente olvidado, y otras veces,

las más, no es pensado en absoluto o rechazado como una fantasmagoría filosófica.

Ahora bien, si,por ejemplo, determinadas concepciones sobre lo viviente dominantes en la biología y provenientes del ámbito de lo vegetal y lo animal, se trasladan a otros ámbitos, por ejemplo el de la historia, puede hablarse de biologismo; ese nombre designa entonces el hecho ya aludido de que el pensamiento biológico se extiende, excediéndose quizás y rebasando sus límites, más allá del ámbito de la biología. En la medida en que se ve en ello un abuso arbitrario, una violencia infundada del pensar y, finalmente, una confusión del conocimiento, es necesario preguntar cuál es la razón de todo ello.” “El biologismo no es tanto la simple pérdida de límites del pensar biológico como el completo desconocimiento de que ya el pensar biológico mismo sólo resulta fundamentable y decidible en el ámbito metafísico y que no puede jamás justificarse a sí mismo científicamente.

Se diga sí o se diga no al «biologismo» de Nietzsche, en cualquier caso se permanece en la superficie de su pensar. La tendencia a actuar así encuentra su apoyo en el carácter que poseen las publicaciones de Nietzsche. Sus palabras y sus frases provocan, arrastran, penetran y excitan. Se cree que con sólo dejarse llevar por esta impresión ya se ha entendido a Nietzsche.

Si se la traduce de un modo aparentemente literal: «Pues es lo mismo representar y ser», se tiene la tentación de extraer como contenido de la sentencia la superficial concepción de Schopenhauer: el mundo es meramente nuestra representación, no «es» nada en y por sí. Pero a diferencia de esa interpretación subjetiva, la sentencia tampoco significa simplemente lo contrario: que el pensar es también algo ente y pertenece al ser. La sentencia significa lo ya dicho: sólo hay ente donde hay percibir, y sólo percibir donde hay ente. La sentencia alude a un tercero, o a un primero, que sostiene la copertenencia de ambos: la alétheia.”

Este examen y discusión de los γένη τοί όντος, de las «proveniencias del ente» (en cuanto tal), se llama desde Platón «dialéctica». El último y a la vez más potente intento de examinar de este modo las categorías, es decir los respectos de acuerdo con los cuales la razón piensa el ente en cuanto tal, es la dialéctica de Hegel, a la que éste configuró en una obra que lleva el auténtico y adecuado título de Ciencia de la lógica. “En la medida en que la elucidación y determinación de la razón puede y tiene que llamarse «lógica», también puede decirse: la «metafísica» occidental es «lógica»; la esencia del ente en cuanto tal se decide en el horizonte visual del pensar.

Los más grandes racionalistas son los que más fácilmente caen en el irracionalismo, y a la inversa: cuando el irracionalismo determina la imagen del mundo, el racionalismo celebra su triunfo. (…) «Lógico» no quiere decir aquí: pensado de acuerdo con las reglas de la lógica escolar, sino: calculado a partir de la confianza en la razón.

La explotación práctica sólo se vuelve posible sobre la base de la «utilidad» teórica.

Estou no perfeito ponto médio entre o artista, o moralista e o filósofo, conforme o entendimento clássico. Isso quer dizer que eu sou péssimo em cada um dos três (Filosofia, Direito e Arte) ou que sou um prefigurador do filósofo-legislador-arauto que irá surgir como síntese da nova aristocracia nos próximos séculos?

La casidad, lo que hace que una casa sea una casa, es lo propiamente ente en ella; lo verdaderamente ente es el είδος, la «idea».”

¿Qué se considera como ente, incluso cuando ya se ha perdido el originario modo de percibir platónico?”

Pero el pensamiento de Nietzsche no apunta a poner otra interpretación de lo verdaderamente ente en lugar de la cristiana, a suplantar el Dios cristiano y su cielo por otro Dios, manteniendo la misma dei-dad.”

Preguntar qué es el conocimiento humano quiere decir querer conocer el conocer mismo. Con frecuencia se encuentra que este propósito es un contrasentido, algo absurdo y paradójico, comparable con el propósito del barón de Münchausen¹ de sacarse de la ciénaga tirando él mismo de sus propios cabellos. (…) En efecto, el conocer no es para el hombre algo que se conozca y reconozca sólo ocasionalmente, o quizás sólo cuando se pone a construir una teoría del conocimiento, sino que en el conocer mismo ya está implícito que éste se ha conocido.

¹ Aceito como “Münchausen” ou “Münchhausen”.

Por ser así, sólo a este hombre histórico occidental puede sucederle que sea atacado por la falta de meditación, por una perturbación de la meditatividad, destino del que queda totalmente preservada una tribu negra. A la inversa, la salvación y la fundación del hombre histórico occidental sólo pueden provenir de la suprema pasión de la meditación.

La vida vive viviendo corporalmente. Quizás tengamos muchos conocimientos, casi inabarcables, acerca de lo que llamamos el cuerpo viviente [Leibkorper], sin que hayamos meditado seriamente sobre lo que sea vivir corporalmente [leiben]. Es algo más y algo diferente que «llevar consigo un cuerpo», es aquello en lo que adquieren su propio carácter procesual todos aquellos sucesos y fenómenos que comprobamos en el cuerpo de un ser viviente. Vivir coroporalmente quizás sea por el momento una expresión oscura, pero nombra algo que, a propósito del conocimiento de lo viviente tiene que experimentarse y mantenerse presente en la meditación en primer lugar y constantemente.Caos es el nombre para la vida que vive corporalmente, para la vida en cuanto vida corporal tomada en gran escala.

el pensamiento de Nietzsche quiere decir que el hombre y el mundo deben verse primariamente desde el cuerpo y la animalidad, de ninguna manera que el hombre descienda del animal, y más exactamente del «mono», ¡como si una doctrina de la descendencia de este tipo pudiera decir algo sobre el hombre!

«Los monos son demasiado bonachones como para que el hombre pueda descender de ellos».

(XIII, 276; 1884)

El valor supremo, a diferencia del conocimiento y la verdad, es el arte. Éste no copia lo que está allí delante ni lo explica desde otra cosa que esté allí delante, sino que transfigura la vida, la eleva a posibilidades superiores, aún no vividas, que no están suspendidas «por encima» de la vida sino que, por el contrario, la despiertan nuevamente desde ella misma a su estado de vigilia, pues «sólo por el encanto permanece despierta la vida» (Stefan George, Das Neue Reich, p. 75).

El arte es así el experimentar creador de lo que deviene, de la vida misma, y también la filosofía —pensada de modo metafísico, no estético— no es, en cuanto pensar pensante, otra cosa que «arte».

Lo que ha de conocerse y es cognoscible es caos, pero éste nos sale al encuentro de modo corporal, es decir en estados corporales e integrado y referido a ellos; el caos no sale al encuentro sólo en los estados corporales, sino que ya al vivir nuestro cuerpo vive corporalmente como una ola en la corriente del caos.”

El conocer no es como un puente que en algún momento y secundariamente une dos orillas de un río que subsisten por sí, sino que es él mismo un río que al fluir crea las orillas y las vuelve una a la otra de un modo más originario que lo que pueda nunca hacerlo un puente.

«Vida» es, sin embargo, el término que designa al ser, y ser quiere decir: presenciar, resistir a desaparecer y desvanecerse, consistir, consistencia. Si, por lo tanto, la vida es ese caótico vivir corporal y ese sobrepujarse en medio del acoso [umdrangtes Sichüberdrängen], si debe ser lo propiamente ente, entonces a lo viviente tiene que importarle al mismo tiempo y con igual originariedad resistir al impulso [Drang] y al sobrepujamiento [Überdrang], suponiendo claro que este impulso no impulsa a la mera aniquilación. Esto no puede suceder porque entonces el impulso se expulsaría a sí mismo y de ese modo tampoco podría jamás ser un impulso. Por ello, en la esencia del impulso que se sobrepuja se encuentra algo que le es conforme, es decir algo impulsivo, que lo impulsa a no sucumbir al embate [Andräng] sino a estar erguido en él, aunque más no sea para poder ser pasible de impulso [bedrängbar] y poder ser sobrepujándose. Sólo lo que está erguido puede caer.¹ Pero resistir el embate empuja hacia la consistencia y hacia lo que tiene existencia consistente. Lo consistente y el impulso hacia ello no son, por lo tanto, algo ajeno al impulso vital, algo que lo contradice, sino que, por el contrario, corresponden a la esencia de la vida que vive corporalmente: para vivir, lo viviente tiene que, por mor de sí mismo, impulsar hacia algo consistente.”

¹ Como já dizia Gillette’s Neymar Jr.

La praxis como ejercicio de la vida es en sí aseguramiento de la existencia consistente. La praxis es en sí misma en cuanto aseguramiento de la existencia consistenteuna necesidad de esquemas. De la esencia de lo viviente en lo que hace a su vitalidad, del aseguramiento de la existencia consistente en el modo de la necesidad de esquemas, forma parte un horizonte. La vitalidad de un viviente no termina en este círculo delimitador, sino que comienza constantemente desde él.

Para Nietzsche el hombre es el animal que aún no ha sido fijado. Se trata de decidir en primer lugar en qué consiste la animalidad y en qué sentido hay que comprender la fijación esencial que se ha hecho hasta ahora del animal «hombre», su distinción por medio de la racionalidad.

El horizonte está siempre dentro de una perspectiva, de un mirar a través en dirección de algo posible que se eleva y sólo puede elevarse desde lo que deviene, es decir desde el caos. La perspectiva es una trayectoria de la mirada previamente abierta sobre la que se forma en cada caso un horizonte.

Pero sobre todo, horizonte y perspectiva se fundan en una figura esencial más originaria del ser humano (en el ser-ahí), que Nietzsche, lo mismo que toda metafísica anterior a él, ni ve ni puede ver.” “Lo consistente sólo es perceptible en cuanto tal en la perspectiva que se dirige a algo que deviene, y lo que deviene sólo se descubre en cuanto tal sobre el fondo transparente de algo consistente.”

Así pues, la razón, como lo fue viendo Kant de manera cada vez más clara en el curso de su pensamiento, es en su esencia «razón práctica», lo que quiere decir: percepción proyectante de lo que en sí mismo tiende a posibilitar la vida. Proyectar la ley moral en la razón práctica quiere decir: posibilitar el ser hombre como persona, la cual está determinada por el respeto ante la ley. La razón despliega sus conceptos y categorías de acuerdo con la correspondiente dirección del aseguramiento de la existencia consistente.

Si desde antiguo se considera al conocer como un re-presentar [dar-stellen], el concepto nietzscheano del conocimiento conserva esta esencia del conocimiento, pero el peso del ponerdelante [Vorstellen] se traslada al poner-delante [Vor-stellen], al llevar ante sí como un poner en el sentido de establecer [auf-stellen], es decir de fijar [Festmachen], de pre-sentar [Dar-stellen] en el dispositivo [Gestell] de una forma. Por ello el conocer no es «conocer», es decir, no es reproducir. El conocer es lo que es en cuanto remitir [Zustellen] en lo consistente, en cuanto subsumir y esquematizar.

Existe siempre la tendencia a partir del hombre «individual» para atribuirle sólo después las relaciones con los otros y con las cosas. Tampoco se consigue nada afirmando que el hombre es un ser social y un animal gregario, puesto que incluso entonces la comunidad puede seguirse entendiendo como una mera reunión de individuos. Así como hay que decir, en general, que incluso esa formulación más plena «del» hombre como aquel que se comporta respecto del otro y de la cosa y de ese modo respecto de sí mismo seguirá manteniéndose en un nivel superficial si, previamente a todo ello, no se ha señalado aquello que remite al fundamento sobre el que descansa la relación con el otro, con la cosa y consigo mismo. (Este fundamento es, según Ser y Tiempo, la comprensión de ser. Ésta no es la instancia última sino sólo el elemento primero del que parte la indagación del fundamento para el pensar del ser como fundamento abismal [Ab-Grund].)

Si estuviéramos entregados a una marea de representaciones y sensaciones cambiantes y fuéramos arrastrados por ella, no seríamos nunca nosotros mismos, ni tampoco los demás hombres podrían jamás aparecerse a sí mismos y a nosotros como los mismos y como sí mismos. De la misma manera, también aquello acerca de lo cual los mismos hombres deberían entenderse entre sí sería algo carente de existencia consistente. En la medida en que el mal entendimiento y la falta de entendimiento son sólo modos derivados del entenderse, el salir al encuentro de esos mismos hombres en su identidad [Selbigkeit] y su ser sí mismos [Selbstheit] tiene que fundarse siempre primariamente en tal entenderse, comprendido esencialmente.

Entenderse en sentido esencial y entenderse como mero acuerdo son dos cosas fundamentalmente diferentes. Aquél es el fundamento de un ser-hombre histórico, éste sólo una consecuencia y un medio; aquél es la suprema necesidad y decisión, éste sólo un recurso y algo ocasional. La opinión corriente cree, sin embargo, que entenderse es ya una concesión y una debilidad, la renuncia a confrontarse. Ignora totalmente que el entenderse en sentido esencial es la lucha suprema y más difícil, más difícil que la guerra e infinitamente alejada de todo pacifismo.

si occidente se considera aún capaz de crear una meta por encima de él y de su historia o si, por el contrario, prefiere hundirse en la salvaguarda e intensificación de los intereses comerciales y vitales y contentarse con la apelación a lo habido hasta el momento como si fuera lo absoluto.

«En la formación de la razón, de la lógica, de las categorías, la necesidad ha sido determinante: la necesidad, no de <conocer>, sino de subsumir, de esquematizar, con el fin de entenderse, de calcular…»

Hacer que lo objetivo se detenga en un estar y aferrarlo en la re-presentación, o sea, la «formación de conceptos», no es una ocupación especial y secundaria de un entendimiento teórico, no es algo ajeno a la vida, sino ley fundamental del ejercicio humano de la vida en cuanto tal.

Ningún pensador moderno ha luchado de manera más dura que Nietzsche en favor del saber y en contra de un no saber vago y difuso, en una época en que el extrañaniento respecto del saber era promovido por la ciencia misma, especialmente en base a esa actitud que se denomina positivismo. Actualmente, el positivismo no está de ninguna manera superado sino sólo encubierto, y es por ello más efectivo.

Este poner del árbol como el mismo es en cierto modo un poner algo que no hay, que no hay en el sentido de algo que se encuentre allí delante. Esta posición de algo «igual» es, por lo tanto, un inventar e imaginar. Para determinar y pensar el árbol en el aparecer en que se da en cada caso, es preciso que se invente previamente su mismidad.

El carácter inventivo de la razón fue explícitamente visto y pensado por primera vez por Kant en su doctrina de la imaginación trascendental. La concepción de la esencia de la razón absoluta en la metafísica del idealismo alemán (en Fichte, Schelling, Hegel) se funda totalmente en la visión kantiana de la esencia de la razón como una «facultad» «formativa», inventiva.”

Nietzsche piensa la doctrina platónica de las ideas de un modo excesivamente extrínseco y superficial, siguiendo a Schopenhauer y en conformidad con la tradición, cuando cree que tiene que distinguir su doctrina del «desarrollo de la razón» de la doctrina platónica de una «idea preexistente». La interpretación nietzscheana de la razón también es platonismo, sólo que trasladado al pensamiento moderno. Esto quiere decir: también Nietzsche tiene que mantener el carácter inventivo de la razón, el carácter «preexistente», es decir, preconfigurado y de antemano consistente de las determinaciones de ser, de los esquemas.

Se da de hecho esa determinada especie animal que es el hombre. Ni se ve ni puede demostrarse con fundamento que haya una necesidad incondicionada de que exista este tipo de seres vivientes. Esta especie animal, cuya existencia es en el fondo casual, está dispuesta en cuanto a su constitución vital de tal modo que, al chocar con el caos, reacciona especialmente a este determinado modo de asegurar la existencia consistente: constituir categorías y un espacio tridimensional como formas de volver consistente el caos. «En sí» no hay espacio tridimensional, no hay igualdad entre cosas, no hay en general cosas como algo fijo, consistente, con sus correspondientes propiedades fijas.”

«La constricción subjetiva de no poder aquí contradecir es una constricción biológica.»

Esta frase tiene nuevamente una formulación tan concisa que tendría que permanecer casi incomprensible si no viniéramos ya de un ámbito previamente aclarado. «La constricción subjetiva de no poder aquí contradecir»: ¿dónde «aquí»? ¿Y «no contradecir» qué? ¿Y por qué «contradecir»? Nietzsche no dice nada sobre esto porque quiere decir algo diferente de lo que parece.

Entre el penúltimo y el último párrafo falta la transición; más exactamente: no se la formula expresamente porque resulta clara a partir de lo anterior. Nietzsche piensa implícitamente así: todo pensar en categorías, todo pensar previo en esquemas, es decir de acuerdo a reglas, es perspectivista, condicionado por la esencia de la vida, por lo tanto también lo será el pensar de acuerdo con la regla fundamental del pensamiento, con el principio de no contradicción. Lo que este axioma tiene de prescripción vinculante, es decir de necesidad para el pensamiento, tiene el mismo carácter que todo lo que es regla o esquema.”

Nietzsche, en un sentido totalmente concordante con la tradición de la metafísica occidental, busca captar la esencia de la razón desde la perspectiva del principio supremo del pensar, el principio de no contradicción.

La ley fundamental de la razón fue enunciada y discutida por primera vez de manera completa y explícita como el axioma de todos los axiomas por Aristóteles. Su exposición nos ha llegado en el libro IV de la Metafísica (Met. IV, 3-10 – ).

Desde esta consideración aristotélica del principio de no contradicción, la pregunta siguiente no ha vuelto ya a encontrar sosiego: si este principio es un principio lógico, una regla suprema del pensar, o si es una proposición metafísica, es decir una proposición que establece algo sobre el ente en cuanto tal, sobre el ser.

El hecho de que la consideración de este principio vuelva en el acabamiento de la metafísica es el signo inequívoco de la importancia de este principio. A la inversa, el acabamiento de la metafísica occidental se caracteriza por el modo en que se lleva a cabo esta consideración.

La meditación sobre la consideración que hace Nietzsche del principio de no contradicción deberá ser para nosotros una primera vía para ir, a propósito de una cuestión decisiva para la metafísica, definitivamente más allá de lo que es aparentemente sólo biológico en la interpretación nietzscheana de la esencia de la verdad, del conocimiento y de la razón, aclarándola así en su ambigüedad.”

con facilidad y frecuencia, la «constricción subjetiva» de evitar la contradicción no aparece. Entonces presumiblemente no hay ninguna constricción; y sí, en su lugar, una peculiar libertad que quizás no sólo sea la razón de la posibilidad de contradecirse sino incluso la razón de la necesidad del principio de no contradicción.

Lo «imposible» es una incapacidad de nuestro pensar, o sea un no poder subjetivo, y de ninguna manera un no admitir objetivo por parte del objeto. A este imposible objetivo se refiere Nietzsche con la palabra «necesidad».

Con una alteración biológica de nuestra capacidad de pensar el principio de no contradicción podría perder su validez. ¿No la ha perdido ya?“Aquel pensador que junto con Nietzsche ha llevado a cabo el acabamiento de la metafísica, es decir Hegel, ¿no ha superado acaso en su metafísica la validez del principio de no contradicción? ¿No enseña Hegel que la contradicción pertenece a la esencia más íntima del ser? ¿No es también ésa la doctrina esencial de Heráclito? Pero para Hegel y para Heráclito, la «contradicción» es el «elemento» del «ser», por lo que trastocamos ya todo si hablamos de una contradicción del decir y del hablar en lugar de una contrariedad [Widenvendigkeit] del ser.

«Si, según Aristóteles, el principio de no contradicción es el más cierto de todos los principios, si es el último y más básico al que remiten todas las demostraciones, si en él radica el principio de todos los otros axiomas: con tanto mayor rigor habría que sopesar qué afirmaciones en el fondo ya supone. O bien con él se afirma algo referente a lo real, al ente, como si ya se lo conociera de otro lado, concretamente que no se le pueden atribuir predicados opuestos. O bien el principio quiere decir: que no se le deben atribuir predicados opuestos. En ese caso, la lógica sería un imperativo, no para el conocimiento de lo verdadero sino para poner y acomodar un mundo que deba llamarse verdadero para nosotros

El principio de no contradicción dice «algo» sobre el ser. Contiene el proyecto esencial del óv ή δν, del ente en cuanto tal.

En Aristóteles, sin embargo, no aparece en ningún lado la «certeza», y no puede aparecer porque «certeza» es un concepto de la época moderna, aunque ciertamente preparado por la concepción helenística y cristiana referente a la certeza de la salvación.

La pregunta que aquí Nietzsche exige que se plantee ha sido contestada hace tiempo —a saber, por Aristóteles— y de manera tan decidida que aquello por lo que Nietzsche pregunta constituye para Aristóteles el contenido único de este principio. Pues, según Aristóteles, el principio dice algo esencial sobre el ente en cuanto tal: que toda ausencia [Abwesen] resulta extraña a la presencia [Anwesen], porque la arrebata llevándola a su inesencia [Unwesen] y pone así la inconsistencia, destruyendo de este modo la esencia [Wesen] del ser.

lo imposible no consiste en que se mezclen y no sino en que el hombre se excluye del representar del ente en cuanto tal y olvida qué quiere propiamente aprehender con su y con su no. Con afirmaciones contradictorias, que sin obstáculos puede proferir sobre lo mismo, el hombre abandona su esencia y se pone en la inesencia; disuelve la referencia al ente en cuanto tal.

Esta caída en la inesencia de sí mismo tiene su carácter inquietante en el hecho de que siempre aparece como algo inofensivo, de que con ella los negocios y diversiones continúan exactamente como antes, de que en general no tiene demasiado peso qué y cómo se piensa; hasta que un día la catástrofe esté allí, un día que quizás precise siglos para surgir de la noche de la creciente falta de pensamiento.

Nietzsche reconoce que el principio de no contradicción es un principio sobre el ser del ente. Pero no reconoce que esta concepción del principio de contradicción fue enunciada precisamente por el pensador que por primera vez puso y concibió de manera completa este principio como principio del ser. Si esta falta de reconocimiento por parte de Nietzsche fuera simplemente un error historiográfico no deberíamos hablar más de él. Pero significa algo diferente: que Nietzsche desconoce el fundamento histórico de su propia interpretación del ente, no mide el alcance de sus tomas de posición y no es capaz por ello de establecer cuál es su propio sitio, con lo que tampoco puede alcanzar al adversario que quiere alcanzar y que, para cumplir con tal propósito, previamente tiene que ser comprendido y atacado en su posición más propia.”

Aristóteles no tenía necesidad de preguntar además por los presupuestos [Voraussetaungen] del principio de no contradicción, porque lo concebía ya como la posición anticipada [Voraus-ansetzung] de la esencia del ente, puesto que en tal poner llegaba a su acabamiento el inicio del pensar occidental.

Nos cuesta decir qué es más grande y esencial en esta actitud pensante de los griegos al pensar el ser: la inmediatez y pureza de la visión inicial de las figuras esenciales del ente o la falta de necesidad de interrogar nuevamente la verdad de esta visión, pensado en términos modernos: de ir detrás de sus propias posiciones. Los pensadores griegos «sólo» muestran anticipadamente los primeros pasos.

Desde entonces no se ha dado ningún paso más allá del espacio que los griegos transitaron por primera vez. Forma parte del misterio del primer inicio irradiar tanta claridad a su alrededor que no precisa una aclaración que vaya arrastrándose detrás de él. Esto quiere decir, al mismo tiempo: si por un estado de necesidad histórica real del hombre occidental se volviera necesario un pensar más originario del ser, este pensar sólo podría acontecer en confrontación con el primer inicio del pensar occidental. Esta confrontación no tendrá lugar, su propia esencia y necesidad permanecerán cerradas, mientras se nos rehuse la grandeza, es decir la simplicidad y la pureza del correspondiente temple fundamental del pensar y la fuerza del decir adecuado.

Dado que Nietzsche se ha acercado a la esencia de lo griego de modo más inmediato que ningún otro pensador metafísico anterior y dado que, al mismo tiempo, piensa de modo absolutamente moderno con la más inflexible consecuencia, podría parecer que en su pensamiento se produce la confrontación con el inicio del pensar occidental. Pero, por ser aún moderna, no es sin embargo esa confrontación antes aludida, sino que se convierte inevitablemente en una mera inversión del pensar griego. Con la inversión, Nietzsche se enreda más definitivamente en aquello que invierte. No llega a una confrontación, a la fundación de una posición fundamental que salga de la inicial, y que salga de modo tal que no la desdeñe sino que le permita erigirse en su unicidad y concisión para elevarse apoyándose en ella.”

Resumiendo, queda abierta la pregunta: ¿los axiomas lógicos son adecuados a lo real o son criterios y medios para crear para nosotros lo real, el concepto de <realidad>?… Pero para poder afirmar lo primero sería necesario, como se ha dicho, conocer ya el ente; lo que no es el caso de ningún modo. Por lo tanto, el principio no contiene un criterio de verdad sino un imperativo sobre lo que debe valer como verdadero.”

El aseguramiento de la existencia consistente no es necesario porque rinde una utilidad sino que el conocimiento es necesario para la vida porque el conocer, en sí mismo y desde sí mismo, hace surgir una necesidad y la dirime, porque conocer es en sí ordenar. Y es ordenar porque proviene de una orden.“Ordenar es, previamente, instituir y tener la osadía de esa exigencia, es el descubrimiento de su esencia —descubrimiento que crea la exigencia misma— y la posición de su derecho. Este ordenar tomado en un sentido esencial es siempre más difícil que la obediencia en el sentido de acatar la orden ya dada. El auténtico ordenar es un obedecer frente a lo que reclama ser asumido con responsabilidad libre, cuando no directamente creado. El ordenar esencial es el primero en poner el hacia dónde y el para qué. (…) El ordenar y el poder ordenar originarios surgen siempre de una libertad, son siempre una forma fundamental del auténtico ser libre. La libertad —en el sencillo y profundo sentido en que Kant comprendió su esencia— es en sí misma inventar, fundar sin fundamento un fundamento, de modo que ella misma se dé la ley de su esencia.

La extremada expresión «incapacidad» quiere decir, precisamente: la falta de contradicción y su acatamiento no provienen de la representación de la ausencia de cosas que se contradigan, sino de una necesaria capacidad de ordenar y del tener-que puesto en ella.

PARA TODOS E PARA NINGUÉM S.A.

Aquí, y en otros muchos pasajes similares, podría formularse una pregunta cercana a la irritación: ¿por qué emplea Nietzsche las palabras de un modo tan poco comprensible? La respuesta es clara: porque no escribe un manual escolar como «propedéutica» de una «filosofía» ya acabada sino que habla de modo inmediato desde lo que se trata propiamente de saber. En el campo visual de su razonamiento, la proposición comentada es lo más unívoca y concisa posible. Evidentemente, una decisión queda aún abierta: la de si un pensador debe hablar de modo que cualquiera lo comprenda sin más [imposible], o si lo pensado de modo pensante reclama ser dicho de manera tal que quienes quieran repensarlo tengan que emprender antes un largo camino en el que aquel cualquiera quedará necesariamente atrás y sólo algunos llegarán a la cercanía de la meta.

En ello está implícita aún otra pregunta, a saber, qué es más esencial e históricamente más decisivo: que el mayor número posible, o incluso todos, se contenten con la mayor superficialidad posible del pensar, o que algunos individuos encuentren el camino.”

una necesidad propia que reina en la esencia del conocimiento y que es la única que fundamenta por qué y de qué modo la verdad, en cuanto tener-por-verdadero es un valor necesario. La necesidad —el tener-que del ordenar e inventar— surge de la libertad. De la esencia de la libertad forma parte el ser-cabe-sí-mismo, es decir que un ente de tipo libre pueda darse cuenta de sí mismo, que él mismo pueda admitirse a sí mismo en sus posibilidades. Un ente de este tipo está fuera de la región que habitualmente llamamos biológica, la vegetal-animal. A la libertad le pertenece aquello que, de acuerdo con una determinada dirección interpretativa del pensamiento moderno, se vuelve visible como «sujeto».”

La esencia de la constricción a la que se alude en el principio de no contradicción no se determina jamás desde la región biológica. Ahora bien, si a pesar de todo Nietzsche dice: esta constricción es una constricción «biológica», quizás no sea violento y forzado que planteemos la pregunta de si el término «biológico» no quiere decir algo diferente de lo viviente representado en el modo de lo animal y lo vegetal. Si contínuamente nos encontramos con que Nietzsche, tomando distancia respecto del concepto de verdad tradicional, pone de relieve que el tener-por-verdadero, el ejercicio de la vida, tiene un carácter inventivo-ordenante, ¿no habría que escuchar en la palabra «biológico» algo diferente, precisamente aquello que muestra los rasgos esenciales del inventar y el ordenar? ¿No habría que determinar en primer lugar la esencia de la tantas veces nombrada vida a partir de esos rasgos esenciales, en lugar de tener ya preparado un concepto indeterminado y confuso de «vida» para, por su intermedio, explicar todo, y por lo tanto nada?”

Nietzsche está tan poco cerca del peligro de biologismo que, más bien al contrario, tiende a interpretar lo biológico en sentido propio y estricto —lo vegetal y lo animal— de modo no biológico, es decir, en principio, de modo humano, desde las determinaciones de perspectiva, horizonte, orden e invención, en general desde el representar del ente.”

el mundo verdadero es lo que deviene, el mundo aparente es lo fijo y consistente. El mundo verdadero y el mundo aparente han intercambiado sus lugares, sus rangos y su carácter.”

¡Si la verdad no acometiera constantemente y de modo cada vez más imperioso en el error mismo, e incluso en él de manera más esencial que en lo verdadero! El error sigue estando referido a lo verdadero y a la verdad; ¿cómo podría ser el error un desacierto, como podría no acertar con la verdad, dejarla de lado y pasarla por alto, si ella simplemente no estuviera? Todo error vive en primer lugar —es decir en su esencia— de la verdad. Por lo tanto, cuando Nietzsche dice de modo inequívoco: la verdad es una especie de error, en ese concepto «error» tiene que pensar implícitamente: no acertar con la verdad, apartarse de ella.

La verdad como error es un no acertar con la verdad. La verdad es no acertar con la verdad. En la inequívoca determinación de la esencia de la verdad como error se piensa necesariamente la verdad dos veces, y en cada caso de modo diferente, es decir, se la piensa de manera ambigua: por un lado como fijación de lo consistente y por otro como conformidad con lo real.”

Pero esta conformidad con lo que deviene, alcanzada en el arte, es una apariencia, apariencia en cuanto apariencialidad (la obra que se ha vuelto fija no es lo deviniente mismo) y apariencia en cuanto comparecer de nuevas posibilidades en aquella apariencia. Así como la verdad como error precisa de la verdad como conformidad, así también la apariencia como comparecer precisa de la apariencia en el sentido de la apariencialidad.

¿Pero por qué Nietzsche se interesa tan decididamente por la salvación de la relatividad? ¿Qué quiere decir con relatividad? Simplemente que la perspectiva proviene de la vida que crea un mirar que atraviesa y que, siempre desde un punto de vista, mira abriendo anticipadamente. «Relatividad» vale aquí como título para señalar que el círculo que envuelve a la perspectiva a modo de horizonte, el «mundo», no es más que una creación de la «acción» de la vida misma.”

¿Si no tiene lugar ya ninguna medida ni ninguna estimación respecto de algo verdadero